"Examinai tudo. Retende o que for bom."
(Paulo de Tarso)
Inaugurado
com uma postagem intitulada "Por que
criei um blog?", a primeira ideia espalhada por este blog foi "O Fenômeno do Centésimo Macaco".
Onze meses depois, período em que noventa e oito postagens foram publicadas,
influenciado pelo simbolismo do centésimo,
publiquei "A centésima postagem".
Tendo
tomado gosto pela ideia de destacar a completeza de uma nova centena de
postagens, dezesseis meses depois, publiquei "Ducentésima postagem" ou "Quanto pior melhor".
O tempo passou e, doze anos, um mês e alguns dias depois, aqui está "Septingentésima postagem" ou
"Examinai tudo. Espalhai o que for bom".
A vontade
de elaborar esta postagem veio da lembrança de uma recomendação atribuída a
Paulo de Tarso: "Examinai tudo. Retende o que for bom". A ideia de
intitulá-la "Examinai tudo. Espalhai o que for bom" veio da lembrança
de relatos que dizem que, após uma visão que tivera quando dirigia-se à cidade
de Damasco, a razão de viver de Paulo de Tarso passou a ser sair mundo afora
espalhando o que encontrara, examinara e julgara ser bom.
"Examinar
tudo. Reter o que for bom". Reter não no sentido de prender, e sim no de
apreender. Apreender para tornar-se capaz de praticar o que for bom. Praticar o
que for bom e assim cooperar para tornar melhor o lugar em que vive, e
consequentemente fazer com que ele passe a ser, verdadeiramente, um lugar em
que se vive, e não um lugar onde a imensa maioria apenas sobrevive.
Examinar
tudo. Apreender o que for bom. Colocar em prática e espalhar (pela prática e
pela divulgação) o que de bom for encontrado. Até porque neste percurso que a
gente chama de vida nem tudo de bom que é encontrado por uns é também
encontrado por outros e é por meio do espalhamento que o que é encontrado
por uns pode chegar a outros. O critério para considerar se é bom ou não o que
encontramos? Aquele citado na postagem inaugural do blog, e reproduzido a
seguir.
Verificando duas condições:1. A ideia contribui para melhorar o mundo em que vivemos?2. A melhoria convém à sociedade ou apenas a mim?Aqui cabe uma afirmação atribuída ao imperador Marco Aurélio: "O que não convém ao enxame não convém tampouco à abelha". Creio que a maioria dos problemas atuais resulta da não assimilação desta afirmação.
Examinar
tudo. Espalhar o que for bom. Bom em conformidade com a descrição acima. Eis
como deve agir quem pretende contribuir "para o bem de todos e felicidade
geral desta dimensão".
Examinar
tudo. Espalhar o que for ruim. Ruim para todos os que não sejam parecidos com eles. Eis como age uma imensa maioria de indivíduos propagadores de fake news.
"Tempos difíceis estão por vir e, em breve, teremos
que escolher entre o que é certo e o que é fácil.", diz Alvo Dumbledore o
mago barbudo dos filmes de Harry Potter. O tempo passou e o "em
breve" já pode ser retirado, pois os tempos difíceis que estavam por vir
já chegaram, e agora o que nos resta é escolher (entre as duas opções descritas
nos dois parágrafos anteriores) o que iremos espalhar.
Sobre a prática de espalhar algo de bom que se tenha encontrado,
segue algo que ouvi de uma ex-colega de trabalho e eterna amiga quando
disse-lhe que criaria um blog. Algo mais ou menos assim: eu acho que você terá
problemas, pois várias coisas que publica são de autoria de outras pessoas e ao
espalhá-las você poderá ter problemas de direitos autorais. O que lhe respondi
foi algo mais ou menos assim: acredito que não, pois sempre cito a autoria do
que espalho e de onde foi extraído. O tempo passou e, como diz o narrador da
saga de Joseph Climber, numa bela manhã de sol algo interessante aconteceu. Quase
quatro meses após publicar uma postagem elaborada com trechos de um artigo
publicado em uma revista, o gmail
comunicou-me que havia sido feito um comentário sobre a referida postagem.
Comentário que reproduzo a seguir.
"Caro amigo, obrigado por compartilhar de um dos meus artigos. Sua apreciação é fiel ao texto original, parabéns..AttProf. Matêus"
Comentário cuja resposta é reproduzida
abaixo. Qual é o título da postagem? A
viagem suicida pós-moderna, publicada em 1 de dezembro de 2014. Faz tempo,
hein! Trata-se da ducentésima octogésima quinta postagem. Depois dela mais de
quatro centenas foram publicadas.
"Considerando que a intenção deste blog é "espalhar ideias que ajudem a interpretar a vida e provoquem ações para torná-la cada vez melhor", ler o seu artigo e não compartilhá-lo seria algo imperdoável.Obrigado por sua atenção e pelo comentário.Um abraço,Guedes"
Sobre a questão de direitos autorais, quero
aproveitar esta postagem para citar algumas coisas interessantes encontradas em alguns livros.
No livro "O Centésimo Macaco – O Despertar da Consciência Ecológica",
publicado, no Brasil, em 1990, pela Editora
Pensamento.
"Este livro não tem direitos reservados. Esse foi o modo que o autor encontrou para que seu conteúdo tivesse a mais ampla divulgação possível. Com esta publicação, a Editora Pensamento associa-se ao esforço de Ken Keyes Jr., no sentido de alertar a humanidade sobre os perigos de uma guerra nuclear".
Nos livros "O Ponto Zero –
Trabalho doméstico, reprodução e luta feminista", de Silvia Federici,
publicado em 2019; "Donos do mercado – Como os grandes supermercados exploram
trabalhadores, fornecedores e a sociedade", de João Peres e
Victor Matioli, publicado, em 2020, "Modo de vida imperial – Sobre a exploração dos seres humanos e
da natureza no capitalismo global", de Ulrich Brand e
Markus Wissen, publicado, no Brasil, em 2021. Todos eles publicados pela Editora Elefante.
"Você tem a liberdade de compartilhar, copiar, distribuir e transmitir esta obra, desde que cite a autoria e não faça uso comercial."
No livro "Resgatar
a função social da economia – uma
questão de dignidade humana", de Ladislau Dowbor, publicado, em
2022, também pela Editora Elefante.
"Esta obra pode ser livremente compartilhada, copiada, distribuída e transmitida, desde que as autorias sejam citadas e não se faça qualquer tipo de uso comercial ou institucional não autorizado de seu conteúdo."
Em um insano mundo em que os interesses
comerciais prevalecem de forma absurda sobre os interesses sociais, descobrir
que ainda há quem discorde dessa priorização é algo que pode nos dar algum
ânimo. Ânimo para prosseguir examinando tudo e espalhando o que for bom. Bom
para a coletividade. Compreendido?
Nenhum comentário:
Postar um comentário