"O índio americano combinava seu orgulho com uma singular humildade. A arrogância espiritual sempre foi estranha à sua natureza e aos seus ensinamentos. Jamais pretendeu que o poder do discurso articulado fosse uma prova de superioridade sobre a criação silenciosa; por outro lado, o considerava uma perigosa dádiva. O índio acredita profundamente no silêncio – signo de um perfeito equilíbrio. O silêncio é o absoluto repouso ou equilíbrio de corpo, mente e espírito. O homem que preserva a sua individualidade está sempre calmo e ao abrigo das tempestades da existência – nenhuma folha se agita na árvore, nenhuma onda na superfície do lago; esta, na visão do sábio iletrado, é a conduta ideal da vida.""Se lhe perguntam: 'O que é o silêncio?', responderá: 'É o Grande Mistério! O sagrado silêncio é a Sua voz!' Se lhe perguntam: 'Quais são os frutos do silêncio?', responderá: 'O autocontrole, a verdadeira coragem ou perseverança, a paciência, a dignidade e a reverência. O silêncio é a pedra angular do caráter.'"
"Defino civilização, em termos gerais, como progresso tanto espiritual quanto material em todas as esferas de atividade, acompanhado por um desenvolvimento ético dos indivíduos e da humanidade." (Albert Schweitzer [1875 – 1965], Prêmio Nobel da Paz em 1952)
"A cultura e a civilização do Homem Branco são essencialmente materiais; ele mede seu sucesso pela quantidade de propriedades que adquiriu para ele mesmo. A cultura do Pele Vermelha é fundamentalmente espiritual; sua medida de sucesso é quanto serviço ele já prestou a seu povo".
"Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa pára por não haver o que dizer, tratamos logo de falar qualquer coisa, para pôr um fim ao silêncio."
"Importante não é o que se diz, e sim que haja sempre alguém falando. O silêncio é um grande crime, pois significa solidão e medo. Não se deve aprofundar as sensações, nem levar muito a sério o que se diz. Aparentemente as palavras produzem mais efeito se a pessoa não tenta compreendê-las."
"Nunca tinha pensado na relação entre o silêncio e a democracia, mas Prochnik me dá um exemplo que está na origem dos Estados Unidos, no final do século 18. Reunidos na Filadélfia, os fundadores da república, antes de redigir a Constituição, mandaram cobrir de terra a rua de pedras em frente ao Independence Hall. Queriam abafar o trote dos cavalos e outros ruídos de tráfego. Queriam se concentrar para imaginar a nova democracia. A interrupção da concentração por ruídos em volta, ainda que seja a TV ligada na sala ao lado, se reflete, sim sobre o curso da reflexão e consequentemente, sobre a independência do pensamento.""Em seu livro, Prochnik cita um estudo de 1938 que analisava os discursos de Adolf Hitler. A voz do führer tinha uma média de frequência de vibrações mais alta do que a da média da população. O próprio Hitler comentou que não teria conquistado o poder se não fossem os alto-falantes. A voz, como lembrou Charles Darwin, pode ser uma arma de intimidação.""Ao acompanhar certos debates em curso, seja o de políticos no Congresso ou o que divide músicos e biógrafos, lembro da tarde com George Prochnik no Central Park. Os xingamentos, os argumentos simplistas confirmam que o volume do barulho contribui para abafar a democracia."
Dia do silêncio (07 de maio de 2014) Silêncio, por favor (14 de maio de 2015) Quietude (07 de maio de 2016) Para escutar o som do silêncio (07 de maio de 2017) Ecos da modernidade (08 de maio de 2018) Silêncio, por favor (renovando a solicitação) (07 de maio de 2019) O silêncio: quando o nada é tudo (07 de maio de 2020) O silêncio é o irmão do divino (07 de maio de 2021) Conheça a importância do silêncio e como cultivar a pausa (07 de maio de 2022).
"Há muito o que refletir sobre o que Blavatsky escreveu. A situação atual do mundo comprova que avanços intelectuais e tecnológicos têm nos levado mais à destruição do que à construção de um caráter compatível com o propósito maior da vida."
"Quando você puder, ouça de novo a canção 'Um índio', de Caetano Veloso. Um trecho da letra diz assim: 'Um índio (...) mais avançado que a mais avançada das tecnologias'".
"Caetano previu que o índio voltará, 'e aquilo que nesse momento se revelará aos povos/surpreenderá a todos não por ser exótico/mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto/quanto terá sido o óbvio'".
Nenhum comentário:
Postar um comentário