Prosseguindo com a
ideia de publicar postagens que possam estimular mudanças comportamentais no
próximo ano, após uma postagem mostrando - O que faz um indivíduo ser o que é - e uma defendendo a ideia
que perguntar-se - Quem se quer ser - é mais importante que perguntar-se - O que se quer ser -,
segue uma postagem alertando contra um equívoco cometido pela imensa maioria
dos integrantes da pretensa espécie inteligente do universo. Qual é o equívoco?
Entregar a outros o poder de criar o que desejamos. O texto apresentado a
seguir foi encontrado no livro intitulado O grande livro do Ho'oponopono - Sabedoria Havaiana de
Cura,
de autoria de Jean Graciet, Dr. Luc Bodin e Nathalie Bodin, publicado
originalmente em 2012 e, no Brasil, em 2016.
O poder criador
Gandhi dizia: "Seja a mudança que você
quer ver no mundo". Isso porque, como o mundo não passa de um reflexo do
que nós somos, quando nos transformamos, o mundo se transforma. O mundo somos
nós.
Quando acontece algo desagradável na sua vida,
o que você faz instintivamente? Procura, no mundo exterior, um culpado, alguém
que você possa acusar. Isso parece tão óbvio que você nem se pergunta se é
verdade ou não: já que a coisa aconteceu fora de você, o culpado também está no
mundo exterior.
Aliás, os que governam incitam você a olhar
para o lado de fora o tempo todo. Isso o leva a se enxergar como vítima e
considerar que o perigo sempre vem de fora. Cada um se desresponsabiliza de
tudo, e é assim que, por causa de fatos insignificantes, o médico, o professor
dos filhos, o chefe ou o vizinho são processados na justiça. Na área da saúde,
encontram-se bodes expiatórios bastante práticos, tais como os vírus, o tabaco,
a poluição e várias outras coisas. As religiões já trilharam o caminho há muito
tempo, inculcando-lhe a ideia de que você é pecador de nascença e vive sob o
olhar inquisidor de um deus impiedoso, pronto para puni-lo.
Desde o nascimento, o arquétipo de vítima fica
bem arraigado em você, o que vem a calhar aos negócios dos poderes exteriores,
sejam eles políticos ou religiosos. Porém, ao continuar procurando o
responsável pelo seu desagrado fora de você, o que acontece? Você abre mão do
seu próprio poder! Como o responsável está em outro lugar, você concede a ele o
seu poder e não controla mais a sua vida.
Conclusão: se um agente exterior é culpado do
seu infortúnio, então ele tem todo o poder sobre você! Pois bem, entregar o
poder nas mãos dos outros é o que fazemos constantemente a vida inteira.
De fato, para nós é
muito mais fácil jogar a responsabilidade nas costas dos outros e assumir o
papel de vítima, tão mais confortável! E, no entanto, não! Aconteça o que
acontecer, você não é vítima, aliás, nunca foi - você é somente criador de 100%
de tudo o que lhe acontece.
A esta altura, você com certeza está pensando:
"Se eu sou responsável pela situação que está me incomodando, como vou
resolvê-la?" Se você aceitar que é criador de tudo o que lhe acontece,
poderá mudar a sua realidade. A partir desse momento, você reconquista o seu
poder, pois considera que ninguém mais, além de si mesmo, é responsável pelo
que lhe acontece. Não é mais culpa dos outros, que só interferem na sua vida
para lhe mostrar o que há a mudar e melhorar em você.
Quando surge um
problema na sua vida, será que a solução dele está fora de você, no mundo
exterior? Se você quiser que tal problema deixe de existir, será que deve
tentar mudar os outros, que, segundo você, são as causas do problema que o está
atrapalhando?
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"Gandhi dizia: 'Seja a mudança que você
quer ver no mundo'. Isso porque, como o mundo não passa de um reflexo do que
nós somos, quando nos transformamos, o mundo se transforma. O mundo somos
nós.", eis o primeiro parágrafo do
texto apresentado acima. E ao ler "O mundo somos nós.", o método das recordações sucessivas faz-me
lembrar um livro composto de oito palestras de Jiddu Krishnamurti (1895 – 1986),
publicado em 1972, sob o título O mundo
somos nós, e do qual extraí a seguinte passagem.
"A sociedade em que vivemos é o resultado do nosso estado psicológico. A sociedade é nós próprios, o mundo é nós próprios – este mundo não é diferente de nós. Assim como somos assim fazemos o mundo, porque estamos confusos, porque somos ambiciosos, ávidos, à procura de poder, de posição, de prestígio. Somos agressivos, desumanos, competitivos, e damos origem a uma sociedade igualmente desumana, competitiva e violenta. Parece-me, pois que a nossa responsabilidade é primeiro compreendermo-nos a nós mesmos, porque nós somos o mundo.".
Compreendermo-nos a nós mesmos, eis a nossa primeira responsabilidade, diz Krishnamurti. E sobre o modo como chegaremos a tal compreensão, eis
o que ele diz:
"É muito importante aprender acerca de nós próprios, não segundo algum especialista, mas aprender por uma verdadeira observação de nós mesmos. E descobriremos assim que somos o mundo: os ódios, o nacionalismo, o sectarismo religioso, o homem que crê em certas coisas e descrê de outras, o homem que tem medo, e assim por diante.".
Dispormo-nos a "Aprender
acerca de nós próprios", e do mundo à nossa volta, eis uma atitude
imprescindível para enxergarmos corretamente, e, consequentemente, conseguirmos
solucionar o problema fundamental deste insano mundo em que sobrevivemos.
"Quando observamos o mundo atual à nossa volta e em nós mesmos, que problema é que vemos? Será um problema econômico, racial, brancos e negros uns contra os outros, tal como os comunistas e os capitalistas, uma religião em oposição à outra religião – é esse o problema? Ou ele é muito mais vasto, muito mais profundo, um problema psicológico? Com certeza não se trata meramente de uma questão exterior, mas muito mais um problema interior.", diz Krishnamurti.
"Com certeza
não se trata meramente de uma questão exterior, mas muito mais um problema
interior.", afirma Krishnamurti referindo-se ao problema fundamental do
mundo em que vivemos. Problema que, considerando que "o mundo somos nós",
na verdade, é o problema que cabe a todos e a cada um de nós solucionar. Problema
cuja solução, segundo Krishnamurti, requer uma revolução. Uma revolução que ele
descreve assim:
"A única revolução 'não poderá acontecer por intermédio de outrem ou de qualquer livro ou organização. Terá de acontecer por nós, por cada um de nós. Só então poderemos criar uma nova sociedade, uma nova estrutura, em que não seja possível a existência deste horror que nos rodeia, em que não haja lugar para estas gigantescas forças destruidoras, que se estão a acumular', diz Krishnamurti.
Dito isto, encerrando
esta postagem cuja intenção é estimular mudanças comportamentais no próximo
ano, sugiro-lhes refletirem sobre as duas indagações que encerram o texto
apresentado no início desta postagem.
"Quando surge
um problema na sua vida, será que a solução dele está fora de você, no mundo
exterior? Se você quiser que tal problema deixe de existir, será que deve
tentar mudar os outros, que, segundo você, são as causas do problema que o está
atrapalhando?"
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