sábado, 11 de fevereiro de 2012

Qual é a missão de cada um de nós?

Considerando que as palavras costumam possuir mais que um significado, fica estabelecido que, nesta postagem, missão significa: obrigação, compromisso, dever a cumprir. Aliás, no meu entender é essa a ideia passada em duas das mais recentes postagens deste blog: A consciência de sua missão e A história do Lançador de Estrelas. Enxergo em ambas a presença da consciência de que cada um tenha um dever a cumprir durante sua passagem por este planeta. O dever de fazer algo que contribua para torná-lo melhor para todos os que a ele vierem. Ao contrário do que uma enorme maioria pensa (sic), o mundo não se divide em espectadores e participantes; em seres a passeio e seres a trabalho.
No filme Cidade da Esperança (que, infelizmente, nunca encontrei em DVD), uma de suas mais interessantes personagens diz que na vida temos três opções: fugir, observar e participar. Ou seja, até podemos fugir da missão que temos na vida, mas ao fazê-lo teremos que arcar com as consequências. Portanto, creio que seja mais recomendável seguir o exemplo daqueles que entendem que cada um de nós tenha uma missão nesta vida e refletir sobre qual seja a nossa. E para iniciar as reflexões, considero bastante adequadas as seguintes palavras extraídas de O Programa do Senhor.
- Em que alicerces será estabelecida a nova ordem? - indagou o oficial do Sinédrio.
- Em obrigações de trabalho para todos.
- Instituir-se-á, porém, uma organização hierárquica?
- Como não? - acentuou o Mestre, sorrindo.
- Qual a função dos melhores?
- Melhorar os piores.
- E a ocupação dos mais inteligentes?
- Instruir os ignorantes.
- Senhor, e os bons? Que farão os homens bons, dentro do novo sistema?
- Ajudarão aos maus, a fim de que estes se façam igualmente bons.
- E o encargo dos ricos?
- Amparar os mais pobres para que também se enriqueçam de recursos e conhecimentos.
- Mestre - tornou Malebel, desapontado -, quem ditará semelhantes normas?
- O amor pelo sacrifício, que florescerá em obras de paz no caminho de todos.
- E quem fiscalizará o funcionamento do novo regime?
- A compreensão da responsabilidade em cada um de nós.
Em resumo: Neste mundo cada um deve usar os bens que porventura tenha recebido em prol da melhoria daqueles que não foram aquinhoados com eles. Ou seja, torna-se necessário passar a agir de forma, exatamente, contrária a adotada nesta sociedade onde os que têm mais dedicam-se, exatamente, a exploração dos que têm menos, seja lá o que for - dinheiro, inteligência etc. Só existe um jeito de eliminar os males que assolam este mundo: é usar corretamente os bens. Se, realmente, quisermos viver em um mundo melhor precisamos entender que isso só será possível se todos reconhecerem que cada um tem uma missão. E essa ideia de todos e de cada um caracteriza algo que considero um conhecimento fundamental para a construção de uma civilização que faça jus a essa denominação: O Raciocínio Sistêmico.
Mas o que vem a ser tal raciocínio? Em linhas gerais, ele pode ser definido como a ideia de que o todo é resultante da soma de todas as partes que o compõem e de todas as suas inter-relações. Portanto, como partes que somos de um todo, se, realmente, desejarmos viver em um mundo no qual predominem a paz e a harmonia, cada um de nós deve fazer a sua parte; deve cumprir a missão que lhe cabe. E tal missão nada tem de grandioso nem de dificuldade para realizá-la. Ela resume-se a seguir O Programa do Senhor e entre as três opções (fugir, observar e participar), citadas no filme Cidade da Esperança, escolher participar. Daí em diante, tudo ficará por conta do efeito sistêmico.
Porém, se a escolha recair em uma das outras duas opções, isto é, se optarmos pela fuga ao cumprimento do nosso dever ou por nos tornarmos meros observadores do que acontece ao nosso redor, então só nos restará prosseguir sobrevivendo em um mundo no qual estamos sempre nos queixando de coisas que nele acontecem e atribuindo a outros a culpa por males dos quais nos consideramos inocentes vítimas (sic).
Em um comentário sobre uma postagem recente (Reflexões sobre "A consciência de sua missão"), Anselmo Marinho diz algo que tem tudo a ver com esta postagem: "Desafortunadamente existem os que não têm a mesma consciência, mas esta é outra razão para os conscientes estarem aqui, ou seja, para ajudar a tornar conscientes os inconscientes". Mutatis mutandis, considero que a opinião de Anselmo Marinho serve para justificar a criação deste blog cuja finalidade é o espalhamento de ideias que ajudem a interpretar a vida e provoquem ações para torná-la cada vez melhor, e que não sejam do conhecimento de todos. Incluo a atividade de espalhar tais ideias entre as coisas que fazem parte da missão de cada um de nós. E pelo que entendi do comentário do Anselmo ele concorda com esta inclusão.

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