As postagens – Lição de vida para o ocidente e Dez coisas a serem aprendidas com o Japão apresentam práticas elogiáveis de ações em prol do interesse coletivo. Alugam-se avós, pais, filhos..., evidencia a carência dos japoneses no que tange a relacionamentos familiares. A intenção ao publicar a última é mostrar que, em um mundo imperfeito, é perfeitamente normal não encontrar algo ou alguém que seja totalmente bom ou ruim. E como o Japão faz parte de tal mundo, ele tem coisas a ensinar, mas também coisas a desaprender. A ideia, ao tomar conhecimento de tais coisas, é a seguinte: aprendamos o que os japoneses têm de bom e percebamos que nem tudo o que eles fazem deve ser imitado. Creio que uma frase atribuída a Paulo de Tarso resume bem o comportamento a ser seguido: “Examinai todas as coisas e retende o que for de melhor”.
“Comparado a 50 anos atrás, o sistema familiar no Japão mudou, e as relações familiares estão gradualmente desaparecendo”, diz Takeshi Sato, professor de sociologia da Universidade Hitotsubashi de Tóquio”. Repito que a reportagem tem quase 20 anos, mas pelo que sei tal tendência não foi revertida.
Satsuki Oiwa, criara uma empresa denominada Eficiência Japão para oferecer programas de treinamento a gigantes japoneses como a Yamaha e a Sony, e durante seu trabalho com essas companhias descobrira a “Deficiência” Japão: a escassez de relacionamentos satisfatórios. “Desde a guerra, o Japão tem estado tão ocupado fazendo produtos que esquecemos do coração humano. Temos sido bons no serviço pesado, mas nos falta o serviço leve – a comunicação com os outros com um coração solidário”, diz ela.
Discordo um pouco de Satsuki Oiwa. Creio que comunicação com os outros com um coração solidário até existe. Vejo o gesto de o menino colocar na pilha para distribuição a bolsa de comida que recebera, porque percebera pessoas com mais fome do que ele e a atitude de as pessoas comprarem somente o que necessitassem no momento, pois assim todos poderiam comprar alguma coisa, como demonstrações de um coração solidário.
Portanto, creio que o problema seja o coração solitário, pois solidão não é algo que pode ser afastado com qualquer tipo de relacionamento. Só os relacionamentos que criem vínculos são capazes de afastá-la. Ou então, aqueles oriundos de vínculos naturais como os relacionamentos familiares. Mas como preservar os vínculos familiares em uma sociedade onde as pessoas precisam dar tudo a suas companhias, frequentemente sacrificando sua vida pessoal, como diz Satsuki Oiwa?
“A verdadeira filha da senhora, uma mulher de 37 anos que trabalha e tem dois filhos, está muito ocupada para ver a mãe regularmente”, diz a reportagem. Ao privilegiar a vida profissional em detrimento da vida familiar, esta insana sociedade na qual sobrevivemos leva as pessoas a considerar naturais coisas que deveriam achar estranhas. Contratar profissionais para fazer papel de familiares é uma dessas coisas. Nossa! Que seres complicados e estranhos!
“‘É extremamente estranho para mim que as pessoas queiram alugar famílias, e ainda mais surpreendente que elas pareçam estar satisfeitas’”, diz Takeshi Sato, professor de sociologia da Universidade Hitotsubashi de Tóquio. ‘Suponho que as pessoas hoje realmente estejam necessitadas de laços de parentesco’, comenta.”
O provocante comentário da Rossella termina com as seguintes questões: O que é certo? O que é bom???
Não tenho a pretensão de dizer o que é certo, mas creio que duas citações apresentadas a seguir podem ajudar a descobrir o que é bom.
"Os povos inteligentes aprendem da experiência alheia”.(Otto von Bismarck)“Examinai todas as coisas e retende o que for de melhor”.(Paulo de Tarso)
E se, após examinarmos conscientemente, colocarmos em prática o que for de melhor, talvez estejamos fazendo algo que pode ser considerado como certo.
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