"Há um provérbio africano que diz que
é necessária uma vila para criar uma criança. É necessário o pai, a mãe, os
avós, os vizinhos, a comunidade pra que essa criança se desenvolva."
(Vera Cordeiro, M.D., física e fundadora da Fundação Saúde da
Criança)
"Por clima, Europa cria 'vergonha de voar'", eis o título da
reportagem que provocou estas reflexões.
"A ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos,
deixou em evidência o termo flygskam, expressão que significa 'vergonha de voar'". "Na carona de
outro termo que está ficando popular na Suécia – tagskryt ou 'orgulho de andar de trem' – Greta já comentou que a
decisão de cruzar o Atlântico em barco havia sido tomada porque 'infelizmente não há uma linha
de trem' capaz de ligar os continentes.", eis
duas frases da reportagem que considero bastante significativas.
Por que, algum continente criou uma coisa em que -
"A cada viagem você ganha mais milhas para voar de novo! Milhas para você
voar ainda mais?", eis uma indagação feita nestas reflexões provocadas
pela reportagem. Que termo seria atribuído a tal coisa, na Europa? Será que lá
ela seria um orgulho ou uma vergonha? Por aqui, no meu entender, ela é um
orgulho.
"Em Bled, na Eslovênia, cartazes deixam claro: há torneiras de água potável por toda a parte - não compre garrafas plásticas. Em pequenas cidades alemãs, o reuso de produtos é institucionalizado pela vizinhança, que organiza bazares de doação.", eis um trecho da reportagem que provoca-me uma série de indagações.
Será que há relação entre o tamanho de uma cidade e a qualidade de vida da maioria de seus habitantes? Será que o crescimento desenfreado das cidades implica na perda do sentido comunitário? Será que, ao contrário do que diz o provérbio africano que epigrafa esta postagem, é possível o desenvolvimento de uma criança sem a participação da comunidade?
"Uma das grandes solidões do mundo contemporâneo é a perda de comunidade", diz Severino Antônio, Ph.D., educador e escritor, no excelente documentário O Começo da Vida. E um dos grandes males do mundo contemporâneo é a solidão em meio a enormes multidões, pode dizer qualquer indivíduo que se disponha a observar atentamente o que ocorre em tal mundo.
Sobre a indagação se há relação entre o tamanho de uma cidade e a qualidade de vida da maioria de seus habitantes, - para aqueles que já conseguem concordar com a afirmação feita por Hamlet a Horácio de que "Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a tua filosofia" -, trago para esta postagem algo que li no livro Paramhansa Yogananda - Uma Biografia, de Swami Kriyananda, e que reproduzo a seguir.
"Tudo depende de algo que Yogananda abordou em seus comentários ao Bhagavad Gita. Neles, lemos que o universo todo é uma mistura infinitamente variada de três gunas ou qualidades: tamas, rajas e sattwa, isto é, trevas, ação e elevação.O Mestre ensinou que galáxias inteiras manifestam primariamente um ou outro desses três gunas. Em nossa Via Láctea, por exemplo, a qualidade média, rajoguna, predomina. Uma atividade incansável impregna-a de ponta a ponta. Em outras galáxias, a qualidade principal é sattwa. Ali, as criaturas vivem em paz e harmonia, muito próximas do mundo astral e agrupadas em aldeias pequenas, felizes, onde os pensamentos de todas se dirigem para o progresso espiritual.Há galáxias em que a agitação e o desassossego imperam. Carnívoros vagueiam livremente em florestas inexploradas. O medo domina todos os corações e a competição acirrada é uma realidade da qual ninguém imagina poder se libertar."
Galáxias onde a qualidade principal é a elevação, e não mais a ação ou as trevas; onde as criaturas vivem em paz e harmonia, agrupadas em aldeias pequenas, felizes; onde os pensamentos de todas se dirigem
para o progresso espiritual. Ou seja, galáxias onde as criaturas vivem de um modo inimaginável para as criaturas que neste planeta vivem em guerra e desarmonia, agrupadas em enormes cidades, infelizes; onde os pensamentos da imensa maioria se dirigem para o progresso material. E ao falar em inimaginável, segue mais uma indagação: Será que é possível acreditar em coisas como descrições de modos de vida em outras galáxias? E para responder a esta indagação, segue um episódio da vida de Albert Einstein que encontrei em um livro intitulado Sobre Natural, de Aloysio Alfredo Silva.
Dimitri Marianov, escritor russo, que se consorciou com uma filha adotiva do sábio, escreveu uma biografia de Einstein da qual Sylvio Soares extraiu o que se segue:- Ao ser levada ao grande sábio a notícia de que a Sociedade Real de Londres, em 6 de novembro de 1919, proclamara, à vista das provas, a exatidão de suas teorias, Einstein não se mostrou emocionado, limitando-se a dizer:- Eu não tenho necessidade de provas.- E como chegaste a essa teoria? - perguntou-lhe um de seus amigos.- Através de uma visão - retrucou Einstein.E contou que certa noite, desesperado, em face dos mistérios insondáveis, pretendia abandonar seus trabalhos, quando, então, a coisa se produziu. Com impressionante precisão, diante de seus olhos espirituais, delineou-se a imagem perfeita do Universo, com sua complexa estrutura, no tempo e no espaço. Quando menos esperava contemplou, maravilhado, a visão perfeita de um plano monstro do cosmo. A partir desse momento, disse ele, "readquiri a paz, a convicção, a certeza de que andava em caminho certo. Imediatamente escrevi, explicando minuciosamente essa visão, e a seguir organizei mapas onde desenhei com a máxima exatidão todas as figuras astronômicas em suas diferentes movimentações, de maneira a que qualquer pessoa pudesse tudo compreender".Não há como duvidar sobre a extraordinária vidência de Albert Einstein...
"E contou que certa noite, desesperado, em face dos mistérios insondáveis, pretendia abandonar seus trabalhos, quando, então, a coisa se produziu. Com impressionante precisão, diante de seus olhos espirituais, delineou-se a imagem perfeita do Universo, com sua complexa estrutura, no tempo e no espaço.", eis um relato de Einstein. (Os grifos são meus). "Não há como duvidar sobre a extraordinária vidência de Albert Einstein...", diz Sylvio Soares em sua biografia de Einstein.
Será que há como duvidar sobre a possibilidade de as descrições de modos de vida em outras galáxias feita por Paramhansa Yogananda terem sido delineadas diante dos olhos espirituais de um espírito de categoria similar a de Albert Einstein? - indago eu.
E por não duvidar de tal possibilidade e, consequentemente, acreditar nas descrição feita por Paramhansa Yogananda - de que há galáxias onde as criaturas vivem em paz e harmonia, agrupadas em aldeias pequenas, felizes -, encerro estas reflexões espalhando a ideia de que, por mais absurdo que possa parecer, a redução do impacto negativo das ações humanas (sic) sobre o meio ambiente passa pela redução do tamanho das cidades. Não, crescer nem sempre significa aumentar em tamanho. Crescer também pode significar aumentar o grau de conscientização de que "temos que fazer o melhor que podemos", pois, segundo Albert Einstein, "esta é a nossa sagrada responsabilidade humana." Responsabilidade que envolve cuidar melhor do meio ambiente e, consequentemente, leva à necessidade de criar vergonha de fazer qualquer coisa que contribua para prejudicá-lo.
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