- Qual a função dos melhores?
- Melhorar os piores.
- E a ocupação dos mais inteligentes?
- Instruir os ignorantes.
- Senhor, e os bons? Que farão os homens bons, dentro do novo
sistema?
- Ajudarão aos maus, a fim de que estes se façam igualmente bons.
- E o encargo dos ricos?
- Amparar os mais pobres para que também se enriqueçam de recursos
e conhecimentos.
Extraídas de um texto intitulado O Programa do Senhor, as perguntas acima
são atribuídas a um assessor da Justiça em Jerusalém e as respostas a um mestre
enviado a esta dimensão, há dois mil e vinte anos, com a finalidade de
impulsionar a evolução espiritual da autodenominada espécie inteligente do
universo.
Sendo parte do Programa do Senhor, a vinda de mestres a esta dimensão com a finalidade de impulsionar
a evolução espiritual é algo que sempre ocorreu, e que sempre ocorrerá. Mestres
como Jiddu Krishnamurti (1895 – 1986), filósofo, educador e conferencista indiano
que, por quase sessenta anos, viajou pelo mundo falando para grandes audiências
sobre a necessidade de uma mudança radical no comportamento da humanidade. Radical,
não no sentido vulgar, extremista, mas no sentido etimológico – de reportar-se
à raiz do problema. Ou seja, sobre a necessidade de descobrir em nosso interior
os caminhos para uma vida melhor.
Inúmeras
de suas conferências, entrevistas e diálogos com pessoas que o procuravam para
conversar sobre temas da época, problemas humanos universais ou sobre seus
próprios dilemas pessoais foram reunidas em muitos livros que são verdadeiras pérolas
de ensinamentos a serem colocados em prática se, realmente, almejarmos
contribuir para uma mudança radical no comportamento da humanidade.
A educação e o significado da vida (I) (18 de maio de 2012) / A educação e o significado da vida (II)
(22 de maio de 2012) / A educação e o significado da vida (final) (24 de maio de 2012) / Reflexões provocadas por "A educação e o significado da
vida" (29 de maio de 2012).
Sem bondade e amor não existe educação (I) (07 de setembro de 2013) / Sem bondade e amor não existe educação
(final) (11 de setembro de 2013) / Reflexões
provocadas por "Sem bondade e amor não existe
educação" (17 de setembro de 2013).
Solução para os nossos conflitos (I) (10 de novembro de 2016) / Solução para os nossos conflitos (final)
(17 de novembro de 2016) / Reflexões
provocadas por "Solução para os nossos
conflitos" (23 de setembro de 2016).
Quatro anos após a última das dez postagens espalhando
ensinamentos de Krishnamurt relacionadas acima, este blog volta a espalhar uma
pérola de ensinamento produzida pelo mestre. Extraída do livro "Krishnamurti – Seu Universo
Interior – Você é a história da humanidade", segue a instigante passagem
intitulada Um padrão de vida diferente.
Um
padrão de vida diferente
O dr. A. disse que tinha seu consultório e ganhava
muito dinheiro na prática médica, mas tinha certeza de que não estava realmente
curando. Comprimidos e líquidos coloridos não levavam à verdadeira cura, embora
oferecessem um alívio temporário. Ele queria a verdadeira cura. Isso implicaria
em um padrão de vida diferente, o que não o preocupava, mas sua esposa e sua
família se oporiam; e, se ele seguisse o que considerava correto, a família se
separaria. Seria egoísmo de sua parte ceder às exigências familiares? Qual era
sua responsabilidade?
Ao construir valores materiais e sucumbir a eles,
será que não estamos criando catástrofes sociais, guerras, crueldade e miséria?
Mantendo um alto padrão de vida e valorizando-o, não estamos criando um mundo
mecanicista e bárbaro, de crueldade, competição e orgulho?
Isso o médico via claramente, pelo menos naquele
momento.
Ao se submeter ao ambiente, seja da família ou da
civilização, ele era responsável pelo sofrimento geral e por seu próprio
sofrimento particular. Dando-se conta disso, deveria ceder às exigências
materiais da família por mais e mais conforto, carros maiores e melhores, e
tudo o mais? Qual era sua responsabilidade? Era egoísmo curar de verdade as pessoas,
o que implicaria ganhar muito menos? Isso poderia causar discórdia na família,
mas, qual era sua responsabilidade?
Seria ele capaz de viver uma vida simples,
despojado da parafernália e ostentação externas, satisfeito com pouco, porque
interiormente estava em paz, rico em compreensão, pleno de amor?
Como, perguntava ele, chegaria a isso?
Com o correto pensar, com autoconsciência. Sem
autoconhecimento não há correto pensar, e sem correto pensar não pode haver paz
nem amor.
Eu lhe expliquei o que essa árdua tarefa
implicava.
*************
O que Krishnamurti explicou a ele eu não sei, mas
que as palavras de Krishnamurti sempre me dão o que pensar é algo que eu sei bem.
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