"O aprendizado nunca termina. Não existe parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições para aprender."
(Autor não identificado)
"É por isso que não me preocupo com o destino da vida na Terra. O homem pode cortar, queimar, derrubar, poluir e aprontar todas. Se ele continuar nesse ritmo, na verdade, vai destruir o ambiente que ele mesmo precisa para viver: água potável, atmosfera limpa, terras férteis, temperatura e umidade compatíveis com nossa vida. E, se isso deixar de existir, ele vai desaparecer e aí sim vai criar um mundo de oportunidades para seres vivos prontos para ocupar nosso espaço. Vai demorar, mas espécies semelhantes às que estamos destruindo ressurgirão, assim como a vida se recuperou depois de desastres como a queda do meteoro que destruiu os dinossauros.""Desse ponto de vista, o que o homem está fazendo não é acabar com a natureza - ele simplesmente está em via de se suicidar, e quando isso ocorrer, ao longo de milhões de anos, a biodiversidade do planeta vai se recuperar. Não quero que guepardos e baleias desapareçam, mas nossa preocupação de longo prazo não deve ser com a vida na Terra e sim com nosso lento suicídio."
Extraídos do excelente artigo de Fernando Reinach, os dois parágrafos anteriores constituem algo visto de um ponto de vista material que
não leva em conta a afirmação que
considero a mais significativa que encontrei nesta vida, feita pelo teólogo, filósofo e paleontólogo francês Pierre Teilhard
de Chardin (1881 – 1955): "Não
somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais
vivendo uma experiência humana".
"Seres espirituais vivendo uma
experiência humana", eis o que nós somos, olhando-se do ponto de vista
espiritual de Teilhard de Chardin. "Seres espirituais vivendo uma experiência
humana" com a finalidade, ou melhor, com a obrigatoriedade de aprender, pois,
como diz Eduardo Marinho em um de seus inúmeros vídeos -
"Aprender
não é opcional. Opcional é o jeito como se aprende. Afinal, a maior função da vida é aprender. Aprender por bem ou por mal; pelo bem ou pela dor.".
"Aprender
pelo amor ou pela dor.", dizem outras versões dessa afirmação. Seres
espirituais obrigados a aprender de forma contínua e interminável por meio de
inumeráveis experiências humanas, eis o que somos. Seres
espirituais que diante da opção entre o bem (ou o amor) e a dor, têm, até os
dias de hoje, em sua imensa maioria, equivocadamente, optado pela dor, mas que,
em algum dia, por mais distante que ele ainda esteja, conseguirão optar pelo bem,
pelo amor. Muito provavelmente no dia em que a dor ficar insuportável.
Sim, "a maior
função da vida é aprender". Aprender de forma contínua e interminável,
pois, por mais que aprendamos, haverá sempre o que aprender. Aprender uns
com os outros em uma salutar troca de pontos de vista. Aprender com o que
nos é trazido por pontos de vista que nos agradam e também pelos que nos
desagradam. Aprender com indivíduos notáveis e também com pessoas comuns cujo
caminho cruze com o nosso ao longo das experiências humanas. Aprender com venerandos
mestres que passaram por esta dimensão há séculos ou há milênios e também com
jovens que por aqui ainda ficarão após nossa ida para outra dimensão. Enfim, jamais
parar de aprender, porque a vida nunca para de ensinar.
"Quando observamos a destruição de ecossistemas resultante de nossa falta de respeito pelo planeta, pensamos em extermínio e morte. Mas essa atividade do Homo sapiens tem outro lado: ela cria um mundo de oportunidades a outros seres vivos."
Com o parágrafo
acima, Fernando Reinach começa seu excelente artigo; parafraseando-o eu termino
estas reflexões.
"Quando lemos o excelente texto escrito por Fernando Reinach, podemos pensar em um final trágico para a autodenominada espécie inteligente do universo. Mas essa atividade do escritor tem outro lado: ela cria um mundo de oportunidades para despertarmos a tempo de impedir o final trágico por ele profetizado."
Sim, profetizado, pois, segundo João Silvério Trevisan, em afirmação publicada na edição de 13 de janeiro de 2020 do jornal O Globo, "Profeta é quem interpreta o presente, quem bota o dedo na ferida. Não por acaso os profetas eram jogados aos leões.". Sendo assim, será que faz sentido classificar o texto de Fernando Reinach como uma colocação do dedo na ferida? Será que em vez de jogar profetas aos leões o mais sábio é cuidar da cura das feridas por eles tocadas? Será que faz sentido jogar aos leões aqueles que, evidenciando os erros que estão sendo cometidos no presente, oferecem-nos um mundo de oportunidades para atuarmos no sentido de impedir o trágico futuro por eles profetizado?
"Tempos difíceis estão por vir e, em breve, teremos que escolher entre o que é certo e o que é fácil.", diz Alvo Dumbledore o mago barbudo dos filmes de Harry Potter. Será que o "em breve" já pode ser retirado, pois os tempos difíceis que estavam por vir já vieram?
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