No filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, lançado
em 1995, há uma fala do personagem D. João VI que é mais ou menos assim: Quando
não se sabe o que fazer o melhor é fazer nada. O que tal fala tem a ver com
esta postagem? Ela é a base para a seguinte paráfrase: Quando não se sabe o que
escrever o melhor é escrever nada.
Que relação tem essa paráfrase com uma postagem
intitulada Dia Internacional da Mulher –
2020? Ela caracteriza o momento em que me encontro após quinze anos publicando
ininterruptamente mensagens alusivas a esse dia que considero extremamente
significativo. Feita esta constatação, minha reação foi, simplesmente, deixar
passá-lo. Reação que durou até três dias atrás, pois a partir de então algumas
coisas começaram a passar pela minha cabeça e dentre elas uma lembrança ficou em
minha mente fazendo-me abandonar a decisão de nada escrever.
Que lembrança é essa? É uma resposta recebida em 2009 (época
em que ainda não existia este blog e a mensagem era enviada apenas por e-mail) de
uma ex-colega de trabalho onde, entre outras coisas bastante interessantes, ela
dizia o seguinte:
"Obrigada por vir tornando o Dia da Mulher cada vez mais aguardado!Acredita que eu já havia pensado: 'será que esse ano o Guedes vai lembrar de nós???'"
Se o "Dia da Mulher continua cada vez mais aguardado"
pela ex-colega de trabalho é algo que eu não sei. Sendo assim, pelo sim pelo não (embora não estejamos em um centro de depilação),
digo aqui que algo que sei é que "este ano", e em
todos os que vierem e me encontrarem em pleno gozo das minhas faculdades
mentais, "eu lembrarei de vocês". Independentemente de conseguir
escrever algo que mereça ser lido por vocês.
Portanto, para quem aguardava a publicação, neste blog, de
uma mensagem alusiva ao Dia Internacional
da Mulher (se é que existe alguém nesta condição), espero que esta postagem
consiga diminuir sua frustração.
Quando
não se sabe o que escrever para homenagear quem merece muito ser homenageada,
talvez o melhor seja escrever, pelo menos, uma explicação sobre a incapacidade
para escrever, e não nada escrever. Será que é válido fazer tal afirmação?
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