quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Não só de inteligência

"Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."
(Charles Chaplin, em "O último discurso", no filme "O grande ditador", em 1940)
Autodenominada a espécie inteligente do universo, é fato que uma das coisas que o grau de inteligência atingido pela espécie humana ainda não foi suficiente para entender é que, embora seja um ingrediente necessário, a inteligência, por si só, jamais será suficiente para lhe proporcionar roteiros que a levem a lugares onde ela possa viver em meio à paz e a harmonia, e consequentemente desfrutar da felicidade que ela tanto diz almejar.
O texto apresentado a seguir foi extraído do livro Benção de Paz, psicografado por Chico Xavier, publicado em 1976.
Não só de inteligência
Esfalfamo-nos na Terra a fazer testes de inteligência para ganhar inteligência, e, sem dúvida, precisamos todos de agilidade mental para a destreza de raciocínio e firmeza de decisão.
Entretanto, não basta a inteligência, só por si, para orientar com absoluta segurança os roteiros da vida.
Senão, vejamos.
Quase sempre sabemos:
entesourar conhecimento intelectual, mas ignoramos ainda como utilizá-lo para evitar a guerra uns com os outros;
acumular o dinheiro, mas muito raramente aprendemos como empregá-lo na construção da própria felicidade e da felicidade dos semelhantes;
inventar os mais variados processos de reconforto em benefício do corpo transitório, mas desconhecemos ainda como prover as necessidades de nossas almas eternas;
legislar com eficiência nas atividades visíveis do mundo, mas ignoramos como preservar a tranquilidade de consciência, conquanto já conheçamos a generalidade dos princípios morais que nos regem;
cultivar grandes afeições, até mesmo com testemunhos heróicos de sacrifício, mas não sabemos ainda como traçar-lhes o equilíbrio justo para que não se convertam em desarmonia e paixão.
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Em suma, estamos em condições de preparar o futuro para todas as garantias no plano físico, mas habitualmente descuidamo-nos de nossos interesses na imortalidade que é patrimônio inalienável de cada um.
Em razão disso, muitas vezes damos na Terra estranhos espetáculos de genialidade e delinquência, cultura e degradação.
É que apenas a inteligência não basta à felicidade.
A alegria de viver pede, acima de tudo, a luz do entendimento e a benção do amor.
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"Se queremos um mundo de paz e de justiça temos que pôr decididamente a inteligência a serviço do amor.", disse Antoine de Saint-Exupéry em uma afirmação que, no meu entender, tem tudo a ver com o que é dito no texto psicografado por Chico Xavier.
Se os homens fossem, realmente, inteligentes eles se empenhariam em só fazer amigos. É mais ou menos assim a frase que ouvi de uma das pessoas mais inteligentes e sábias que encontrei nesta vida.
Usando a frase citada acima e a segunda frase do texto psicografado por Chico Xavier, encerro esta postagem com a seguinte frase:
Se os homens fossem, realmente, inteligentes eles já teriam entendido que "não basta a inteligência, só por si, para orientar com absoluta segurança os roteiros da vida."

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