"Todos procuram um amigo, e ninguém procura ser um deles."
(Alphonse Karr [1808 – 1890], crítico, jornalista e
novelista francês)
Neste dia em que é comemorado o
Dia do Amigo, a ideia espalhada por este blog vem em uma mensagem que
compara a vida a uma viagem de trem. O que vi em tal mensagem para querer espalhá-la
no Dia do Amigo? Um trecho no
qual enxergo uma exortação para que tentemos contrariar o final da
afirmação em epígrafe, ou seja, para que "procuremos ser um dos amigos". A autoria
do texto é por mim desconhecida, o conteúdo talvez seja conhecido por muitos,
porém, a exortação a que me refiro, no meu entender, envolve algo praticado por
poucos, por muito poucos.
Para quem conhece a mensagem
creio que vale a pena lê-la de novo, talvez com um novo olhar; para quem não a
conhece eis uma oportunidade de ler algo bastante interessante. Para ambos
sugiro que não apenas leiam-na, mas também reflitam sobre o que leram. Afinal,
entender o que seja a vida é algo sobre o qual todos nós ainda temos muito a
aprender.
A vida comparada a uma viagem de trem
Há algum
tempo, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Quando nascemos
entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos, estarão
sempre nessa viagem conosco: nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade. Em
alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e
companhia insubstituível...
Mas isso não
impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser super
especiais para nós, embarquem. Chegam nossos irmãos, amigos e amores
maravilhosos! Muitas pessoas tomam esse trem, apenas a passeio. Outros
encontram nessa viagem, somente tristezas. Ainda outros circularão pelo trem, prontos
para ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros
tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu assento, ninguém
nem sequer percebe.
Curioso é
constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros, acomodam-se em vagões
diferentes dos nossos. Portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados
deles, o que não impede, é claro, que durante o trajeto, atravessemos com
grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles... Só que, infelizmente,
jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando esse lugar.
Não importa,
é assim a viagem: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
Porém, jamais retornos. Façamos essa viagem então, da melhor maneira possível,
tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando em cada um
deles o que tiverem de melhor. Lembrando sempre que, em algum momento do
trajeto, eles poderão fraquejar e provavelmente precisaremos entender isso,
porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que
nos entenderá.
O grande
mistério afinal é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos
nossos companheiros, nem aquele que está sentado ao nosso lado.
Eu fico
pensando, se quando descer desse trem, sentirei saudades... Acredito que sim. Separar-me
de alguns amigos que fiz nessa viagem; deixar meus filhos continuarem a viagem
sozinhos. Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na
estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que
não tinham quando embarcaram... E o que vai deixar-me feliz será pensar que eu
colaborei para isso."
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Segue o trecho da mensagem no qual enxergo a
exortação citada no primeiro parágrafo da postagem.
"Façamos essa viagem então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor."
"Tentando nos relacionar bem com
todos os passageiros...". Será que essa atitude pode ser
considerada uma forma de tentar ser amigo de todos os passageiros? Se os
homens fossem, realmente, inteligentes eles se empenhariam em só fazer amigos.
É mais ou menos assim a frase que ouvi de um dos passageiros mais inteligentes
e sábios que encontrei nesta viagem. Será que procurar ser amigo de todos os
passageiros é a melhor forma de viajar no trem da vida? O que vocês acham? Será
que é difícil fazer isso? Para mim, é difícil, muito difícil!
E ao responder
que é muito difícil, me vem à mente uma cena do filme Patch Adams – O amor é contagioso. Diante
da afirmação de que o que pretende fazer é algo muito difícil, no papel de
Patch Adams, Robin Williams diz que "Tudo o que vale a pena fazer é
difícil.". Quem percorrer este blog até sua última ilustração nela encontrará
uma foto de um tag contendo a
seguinte frase: "Nada que vale a pena é fácil – lembre-se disso." Tenho
um desses tags "ilustrando"
um dos armários da cozinha. Afinal, é preciso lembrar-se disso!
E para terminar esta postagem alusiva ao Dia do Amigo, mesclando a afirmação que
a epigrafa, um trecho intermediário da mensagem por ela espalhada e sua frase final,
elaborei o seguinte parágrafo:
"Façamos essa
viagem então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos
os passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor." E assim, contrariando
"o que todos fazem (procurar um amigo), procuremos ser um deles". Por que
agir assim? Para tornar possível "se agarrar na esperança de que, em algum
momento, estar-se-á na estação principal e ter-se-á a grande emoção de ver os
amigos chegarem com uma bagagem que não tinham quando embarcaram (e encontraram-se
conosco). E o que vai deixar-nos felizes será pensar que nós colaboramos para
isso."
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