Ensinar, e aprender, por meio de histórias,
eis uma prática muito antiga em inúmeras culturas. Por acreditar em tal método,
compartilho com vocês uma história publicada na edição de 8 de junho de 2003 (faz
tempo, hein!) do jornal O Globo, em
uma coluna assinada por Paulo Coelho.
Os dois meninos
Uma velha história
árabe conta que dois meninos – um rico e um pobre – voltavam do mercado. O rico
trazia biscoitos untados com mel, e o pobre trazia um pedaço de pão velho.
- Deixo você comer meu
biscoito, se bancar o cão para mim – disse o rico.
O menino pobre
aceitou, e – de quatro na calçada – começou a comer as guloseimas do menino
rico.
O sábio Fath, que
assistia a cena, comentou:
- Se este menino pobre
tivesse um pouco de dignidade, ia terminar descobrindo uma maneira de ganhar
dinheiro. Mas ele prefere tornar-se o cão do menino rico, para comer seu
biscoito. Amanhã, quando for grande, fará o mesmo por um cargo público, e será
capaz de trair seu país por uma bolsa de ouro.
*************
Após um período maior do que o habitual sem postagens
neste blog, a busca por uma ideia que eu considerasse merecedora de
espalhamento levou-me a essa instigante história que, no meu entender, mutatis mutandis, descreve perfeitamente
o deplorável comportamento do ocupante da presidência deste país perante o presidente
de uma determinada nação pela qual ele demonstra uma subserviência que eu não ouso
qualificar.
Por que mutatis
mutandis? Porque ao contrário do que ocorre na história reproduzida acima, em
uma versão envolvendo o principal governante (sic) deste país, o que coloca o
menino pobre de quatro não é "a aceitação da proposta do menino rico",
e sim uma deplorável iniciativa do menino pobre oriunda de sua falta de "um
pouco de dignidade".
"Uma velha
história árabe" na qual "o sábio Fath, que assistia a cena, comentou:"
- "Amanhã, quando for grande, fará o
mesmo por um cargo público, e será capaz de trair seu país por uma bolsa de
ouro.".
Uma nova postagem brasileira
na qual o blogueiro que vivencia a deplorável situação em que se encontra este
país, indaga: Será que, mutatis mutandis,
vocês sentem-se capazes de reescrever o comentário do sábio Fath adequando-o aos
governantes (sic) deste país?
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