quarta-feira, 10 de julho de 2019

Os dois meninos

Ensinar, e aprender, por meio de histórias, eis uma prática muito antiga em inúmeras culturas. Por acreditar em tal método, compartilho com vocês uma história publicada na edição de 8 de junho de 2003 (faz tempo, hein!) do jornal O Globo, em uma coluna assinada por Paulo Coelho.
Os dois meninos
Uma velha história árabe conta que dois meninos – um rico e um pobre – voltavam do mercado. O rico trazia biscoitos untados com mel, e o pobre trazia um pedaço de pão velho.
- Deixo você comer meu biscoito, se bancar o cão para mim – disse o rico.
O menino pobre aceitou, e – de quatro na calçada – começou a comer as guloseimas do menino rico.
O sábio Fath, que assistia a cena, comentou:
- Se este menino pobre tivesse um pouco de dignidade, ia terminar descobrindo uma maneira de ganhar dinheiro. Mas ele prefere tornar-se o cão do menino rico, para comer seu biscoito. Amanhã, quando for grande, fará o mesmo por um cargo público, e será capaz de trair seu país por uma bolsa de ouro.
*************
Após um período maior do que o habitual sem postagens neste blog, a busca por uma ideia que eu considerasse merecedora de espalhamento levou-me a essa instigante história que, no meu entender, mutatis mutandis, descreve perfeitamente o deplorável comportamento do ocupante da presidência deste país perante o presidente de uma determinada nação pela qual ele demonstra uma subserviência que eu não ouso qualificar.
Por que mutatis mutandis? Porque ao contrário do que ocorre na história reproduzida acima, em uma versão envolvendo o principal governante (sic) deste país, o que coloca o menino pobre de quatro não é "a aceitação da proposta do menino rico", e sim uma deplorável iniciativa do menino pobre oriunda de sua falta de "um pouco de dignidade".
"Uma velha história árabe" na qual "o sábio Fath, que assistia a cena, comentou:"
- "Amanhã, quando for grande, fará o mesmo por um cargo público, e será capaz de trair seu país por uma bolsa de ouro.".
Uma nova postagem brasileira na qual o blogueiro que vivencia a deplorável situação em que se encontra este país, indaga: Será que, mutatis mutandis, vocês sentem-se capazes de reescrever o comentário do sábio Fath adequando-o aos governantes (sic) deste país?

Nenhum comentário: