"Nenhuma árvore é tão tola a ponto de seus galhos brigarem entre si'. Mas, como humanos, nós somos."
(Expressão de indígenas norte-americanos)
"Nossa! Acho que agora a caixinha de coincidências abriu
de vez. No dia seguinte à publicação de uma postagem que apresenta no título a
expressão "sinceridade indesculpável"
recebi de uma ex-colega de trabalho e eterna amiga um vídeo que começa assim:
"Nenhuma guerra tem a honestidade de
confessar:". Sendo assim, após "sinceridade indesculpável" este blog apresenta "honestidade inconfessável". Um vídeo
do extraordinário escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940 - 2015), encontrável (até
o momento da publicação desta postagem) em https://www.youtube.com/watch?v=DKZZ6IKoAfc, e que entre as
indagações finais inclui a seguinte: "Até quando a paz no mundo estará nas
mãos dos que fazem o negócio da guerra?"
Vida que segue, e dois dias após ter visto um vídeo publicado
antes de 13 de abril de 2015 (data em que Galeano deixou esta dimensão) e que
termina com uma indagação iniciada por "Até quando...?", uma pesquisa
feita com a palavra "Arsenal" com a intenção de encontrar notícias
sobre esse clube inglês trouxe-me entre os resultados uma recente matéria da CNN Brasil que começa com uma indagação
iniciada por "Por quanto tempo...?". Qual é a coincidência? O "até
quando" da indagação de Galeano tem tudo a ver com o "por quanto
tempo" da indagação da reportagem, como poderá ser constatado pela leitura
da postagem. Segue o início do vídeo referente à reportagem.
Análise: Por quanto tempo os EUA continuarão sendo um arsenal para o mundo?Segundo o analista, em vez ser visto como um arsenal, os EUA precisam de mais habilidade para ajudar cada nação a encontrar seu próprio caminho para paz duradoura e sustentável
Segundos
depois, uma tarja preta foi exibida no centro da tela trazendo a seguinte
mensagem:
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que aceitar todo e qualquer pedido para desativar um bloqueador de anúncios com
a intenção de ajudar a financiar um site implica em me prejudicar, pois
significa passar a ter que lidar com mais anúncios do que com notícias, não
cliquei no botão sugerido e, consequentemente, fui impedido de ler a referida reportagem.
Impedimento que não chegou a frustrar-me, pois, há muito tempo, já tenho uma
resposta para a pergunta que intitula a notícia: "Por quanto tempo os EUA continuarão sendo um arsenal para o mundo?".
Em relação à obrigatoriedade de pagar para se ter acesso
a qualquer coisa, menciono aqui a atitude do polímata Benjamin Franklin que
"não patenteava seus inventos porque considerava o conhecimento um
patrimônio comum da humanidade." Coisas que possam servir para as pessoas
compreenderem o mundo em que vivem e, consequentemente, tornarem-se capazes de
atuar no sentido de torná-lo melhor, no meu entender, deveriam ser franqueadas
a todos. "Existem coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras existe
Mastercard", eis um antigo slogan dessa
bandeira de cartão de crédito. "Existem
coisas que o dinheiro não deveria
comprar. Entre tais coisas estão aquelas que podem contribuir para o mundo
melhorar." Como disse Nuccio Ordine: "Reduzir o valor da vida ao
dinheiro mata toda possibilidade de idealizar um mundo melhor."
Enquanto
Galeano indagava (há mais de oito anos) - "Até quando a paz no mundo
estará nas mãos dos que fazem o negócio da guerra?", o titulo da recente
reportagem da CNN indaga - "Por quanto tempo os EUA continuarão sendo um
arsenal para o mundo?" Algum de vocês consegue não enxergar que as duas indagações
têm tudo a ver? Dito isto, segue a transcrição das palavras do extraordinário
Eduardo Galeano.
Nenhuma guerra tem a honestidade de confessar: eu mato para roubar. As guerras sempre invocam nobres motivos. Matam em nome da paz, em nome de Deus, em nome da civilização, em nome do progresso, em nome da democracia. E, se por via das dúvidas, nenhuma dessas mentiras for suficiente, aí estão os grandes meios de comunicação dispostos a inventar inimigos imaginários para justificar a conversão do mundo em um grande manicômio, em um imenso matadouro.Em Rei Lear, Shakespeare, escreveu que neste mundo os loucos conduzem os cegos, e quatro séculos depois, os senhores do mundo são loucos enamorados da morte, que hão convertido o mundo num lugar onde a cada minuto morrem de fome ou de enfermidade curável dez crianças. E a cada minuto se gastam três milhões de dólares, três milhões de dólares, na indústria militar que é uma fábrica de morte.As armas exigem guerras e as guerras exigem armas. E os cinco países que manejam as Nações Unidas, que têm direito de veto nas Nações Unidas, resultam ser também os cinco principais produtores de armas.Não se pergunta: Até quando? Até quando a paz no mundo estará nas mãos dos que fazem o negócio da guerra? Até quando seguiremos crendo termos nascido para o extermínio mútuo? Até quando seguiremos crendo que o extermínio mútuo é o nosso destino? Até quando?
"As
armas exigem guerras e as guerras exigem armas. E os cinco países que manejam
as Nações Unidas, que têm direito de veto nas Nações Unidas, resultam ser
também os cinco principais produtores de armas.", afirma Eduardo Galeano. Quais
são os cinco países? Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França. Sim,
a paz está nas mãos dos produtores de armas, dos que (usando palavras de
Galeano) "fazem o negócio da guerra"! Essa autodenominada espécie
inteligente do universo é realmente sinistra!
"As exportações de armas dos Estados Unidos representaram 40% do total global em 2018-2022 e significaram uma alta de 14% em relação a 2013-2017.", eis uma informação encontrável (até o momento da publicação desta postagem) no endereço https://www.poder360.com.br/internacional/estados-unidos-dominam-vendas-globais-de-armas/, em uma reportagem intitulada "Estados Unidos dominam vendas globais de armas".
Segundo a reportagem a pesquisa foi feita pelo SIPRI
(Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz, de Estocolmo e divulgada em 13
de março de 2023.
"Os EUA já foram uma nação de consertadores, de inventores, de soldadores de fundo de quintal. Todo mundo sonhava em construir uma bicicleta melhor. Agora nossa única grande indústria é a guerra.", eis uma afirmação do escritor americano Nicholson Baker, que consta em uma reportagem-entrevista publicada na edição de 19-20 de setembro de 2004 do Jornal do Commercio.
Será
que a junção da afirmação de Eduardo Galeano, da informação fornecida pela
pesquisa e da afirmação do escritor americano pode ser considerada suficiente
para responder à indagação da reportagem da CNN: Por quanto tempo os EUA
continuarão sendo um arsenal para o mundo? No meu entender, sim. Sendo assim, segue
a minha resposta.
No que
depender dos que se consideram donos do mundo, no meu entender, "os EUA continuarão sendo um arsenal para o mundo" per omnia saecula saeculorum,
ou seja, para todo o sempre; para toda a eternidade. Afinal, para um país que
tem "a guerra como sua única grande
indústria" e que "no período 2018-2022
já havia alcançado a marca de 103 países como clientes para os seus produtos bélicos",
será que existe algum interesse na busca da paz? E ao fazer tal indagação, sou
levado a reproduzir o único trecho que consegui ler na reportagem da CNN.
"Segundo o analista, em vez ser visto como um arsenal, os EUA precisam de mais habilidade para ajudar cada nação a encontrar seu próprio caminho para paz duradoura e sustentável"
"Precisar
de mais habilidade para ajudar cada nação a encontrar seu próprio caminho para
paz duradoura e sustentável", eis a opinião do
analista. Diante de tudo o que é dito nesta postagem e da opinião do
analista, segue mais uma indagação. Será que um país que vive em função da
guerra e que se considera o detentor do caminho a ser seguido, algum dia se
interessará em ajudar cada nação a encontrar seu próprio caminho para paz
duradoura e sustentável? Você ainda acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa
e assemelhados?
Considerando
o tamanho já atingido por esta postagem, a opção que me restou foi
interrompê-la neste ponto e deixar para a próxima postagem a resposta à
indagação "Até
quando a paz no mundo estará nas mãos dos que fazem o negócio da guerra?"
Até quando será necessário esperar pela próxima postagem? Creio que até a
próxima sexta-feira.
Termina na próxima sexta-feira
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