Continuação
de terça-feira
"Se você não for
cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e
amar as pessoas que estão oprimindo."
(Malcolm X)
Não se pergunta: Até quando? Até quando a paz no mundo estará nas mãos dos que fazem o negócio da guerra? Até quando seguiremos crendo termos nascido para o extermínio mútuo? Até quando seguiremos crendo que o extermínio mútuo é o nosso destino? Até quando?
O
parágrafo acima reproduz as palavras finais de Eduardo Galeano em seu instigante
vídeo. Os parágrafos abaixo apresentam minha resposta às indagações do saudoso
escritor.
"Até quando a paz no mundo estará nas mãos dos que fazem o negócio da guerra?", indaga Galeano.
Até o
momento em que, neste mundo baseado na busca incessante de lucro financeiro, a
quantidade de pessoas conscientes de que não faz sentido acreditar que aqueles que
ganham cada vez mais dinheiro com determinado negócio jamais terão interesse em
acabar com seu negócio seja suficiente para ativar o fenômeno do centésimo macaco.
"Esse
fenômeno mostra que, quando um número suficiente de pessoas se torna consciente
de algo, essa consciência se estende a todos.". De quem é essa afirmação?
De Ken Keyes Jr., no prefácio de seu livro "O Centésimo Macaco – O
Despertar da Consciência Ecológica". Afirmação que me marcou tanto que
treze anos após ter tomado conhecimento dela escolhi o fenômeno do centésimo macaco para ser a primeira ideia espalhada por este blog.
Sendo
assim, nesse percurso que a gente chama de vida, entendo que a primeira coisa que
deveríamos fazer seria tornarmo-nos conscientes do papel que cabe a cada um de
nós na transformação do mundo que compartilhamos em algo que faça jus ao termo
civilização. Dito isto, macacada, seguem algumas coisas cujo conhecimento
considero imprescindível para conseguirmos atuar, com êxito, na transformação
citada no final do parágrafo acima.
-
Deixarmos de contribuir - explícita ou implicitamente – para o negócio da
guerra e passarmos a contribuir para a paz. Uma maneira para conseguir tal
coisa? Refletir sobre as seguintes palavras de Malcolm X.
"Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo."
Até
porque os jornais atuam a serviço das pessoas que estão oprimindo. E enquanto
você amar as pessoas que estão oprimindo o que você faz é apoiar os senhores da
guerra como se fossem os paladinos da paz e legitimar suas nefastas práticas.
- Assimilarmos
a seguinte afirmação de Oscar Wilde: "A
insatisfação é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação."
Ou
seja, esperar que os que estão satisfeitos com o mundo do jeito que ele é mexam-se
no sentido de mudá-lo para melhor é algo que, no meu entender, deve ser
considerado como ingenuidade ou como estupidez. Sim, como disse Albert
Einstein, "Existem apenas duas
coisas infinitas - o universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza
quanto ao universo."
- Revermos
a arrogante autodenominação de espécie inteligente do universo e entendermos
que temos o que aprender com outras espécies, como se pode deduzir a partir da
expressão de indígenas norte-americanos usada como epígrafe na postagem
anterior: "Nenhuma árvore é tão tola a ponto de seus galhos brigarem entre
si'. Mas, como humanos, nós somos." E, como mostra a imagem reproduzida a
seguir, aprendermos não apenas com os galhos.
E ainda
focalizando a arrogância da referida espécie, segue um trecho do livro Fazenda dos Animais de autoria de George
Orwell.
"O homem é a única criatura que consome sem produzir. Ele não dá leite, não põe ovos, é fraco demais para puxar o arado, não consegue correr depressa o bastante para capturar coelhos. Ainda assim, é o senhor de todos os animais.".
E na
condição de senhor o que faz ele? Trata mal todos os animais. Animais dos quais
depende para a própria sobrevivência. Não, não consigo esquecer aquela
afirmação de Albert Einstein já citada nesta postagem.
"Até quando seguiremos crendo termos nascido para o extermínio mútuo? Até quando seguiremos crendo que o extermínio mútuo é o nosso destino?", indaga Galeano.
Até
conseguirmos entender que a recomendação daquele mestre que deixou esta
dimensão há 1990 anos é Amai-vos uns aos
outros, e não Matai-vos uns aos
outros.
"Até
quando?", eis uma expressão bastante apropriada para iniciar indagações
que questionem a tolerância em relação a coisas que, para seres que já tivessem
desenvolvido um mínimo de consciência, seriam intoleráveis. Ou seja, uma
expressão que deveria ser bastante usada neste insano planeta, e que por não
ser provocou em Eduardo Galeano a queixa (Não
se pergunta: Até quando?) expressa no trecho do vídeo.
Até
quando a autodenominada espécie inteligente do universo seguirá sem
interessar-se por indagações iniciadas por "Até quando?"?
Até
quando teimaremos em buscar soluções individuais para problemas coletivos? Não,
definitivamente, não dá para esquecer a afirmação de Albert Einstein!
Até quando teimaremos em não assimilar a seguinte afirmação
atribuída a Marco Aurélio, o imperador filósofo: "O que não convém ao
enxame não convém tampouco à abelha".
Até
quando este insano planeta terá que esperar pela ocorrência do fenômeno do centésimo macaco? Até
quando, macacada? Até quando?
Até
quando...
Até
quando...
Até
quando...
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