sábado, 27 de agosto de 2022

Dia do Psicólogo

Conforme anunciado no último parágrafo da postagem anterior, antes do prosseguimento das Reflexões provocadas por "A sabedoria dos povos indígenas" segue uma postagem alusiva a uma data comemorativa. Comemorado no dia 27 de agosto, o Dia do Psicólogo não era do meu conhecimento até 2021. O que me levou a descobrir sua existência? Uma estada em um leito de UTI para receber cuidados que me possibilitassem resistir, com êxito, à infecção causada pelo vírus da COVID 19. Cuidados que, no hospital em que estive internado, incluíam (espero que ainda incluam) a interação com uma psicóloga. Interação que levou-me a, mais uma vez, reconhecer a importância da psicologia. As outras vezes serão explicadas nos seis próximos parágrafos.
Tendo obtido graduação em engenharia eletrônica, porém não tendo conseguido colocação como engenheiro, imediatamente após a graduação, enveredei pela carreira de informática tornando-me analista de sistemas após um curso realizado do início de janeiro ao final de agosto de 1975 (faz tempo, hein!) e fui atuar no teatro, digo, no mundo corporativo. O tempo passou, a vida ensinou, e em determinado momento da minha carreira profissional senti necessidade de cursar alguma coisa da "área de humanas". Até porque, como diz uma afirmação da qual gosto muito, "Em uma empresa todos os problemas são humanos; e todos os humanos são problemas".
Tendo a veracidade de tal afirmação confirmada pela dificuldade em lidar bem com colegas de trabalho que não conseguiam entender que, sendo uma atividade realizada em equipes, o desenvolvimento de sistemas de informações é algo que requer mais habilidade de comunicação para interagir, de forma exitosa, com seres humanos, do que conhecimento para interagir com máquinas, resolvi procurar em livros de psicologia conhecimentos que me possibilitassem desenvolver habilidades que me ajudassem a lidar, de forma exitosa, com as pessoas com quem eu necessitasse interagir.
Após ler alguns deles, consegui encontrar um que me possibilitou entender perfeitamente o porquê das dificuldades que impedem as pessoas de trabalharem de forma harmoniosa, e, consequentemente, exitosa na maioria das empresas. Publicado em 1990, o referido livro é intitulado Relações humanas na família e no trabalho. Os autores? Pierre Weil e Roland Tompakow. Pierre Weil (1924 – 2008), um educador e psicólogo francês que residia no Brasil, e que de 1987 até seu falecimento exerceu a função de reitor da UNIPAZ – Universidade Holística Internacional, sediada em Brasília. Roland Tompakow, um famoso caricaturista sobre o qual não possuo mais informações.
Considerando que a quase totalidade das tarefas realizadas não apenas em empresas, mas também na própria vida constituem trabalhos em equipe uma habilidade imprescindível ao êxito, em praticamente tudo que fazemos na vida, é a capacidade para nos relacionarmos, de forma satisfatória, com as pessoas que a vida colocar em nosso caminho. Sim, Relações humanas na família e no trabalho, eis algo que eu precisava desenvolver, e que a obtenção de alguns conhecimentos encontráveis na psicologia poderia me ajudar.
Tomando conhecimento da existência de algo denominado aproveitamento de estudos oferecido por duas universidades públicas - UFRJ e UERJ - a pessoas que por já possuírem alguma graduação poderiam, sem a necessidade de prestar exame vestibular, nelas ingressar para obterem outras graduações, cheguei a interessar-me em ingressar em uma delas para cursar psicologia ou filosofia (outra coisa da qual gosto bastante). Infelizmente, os referidos cursos só ofereciam vagas durante o dia (período em que eu não deveria ausentar-me do local de trabalho), o que impediu-me de matricular-me nos cursos desejados. Sendo assim, o jeito foi continuar apenas com as leituras.
O tempo passou, o interesse pela psicologia continuou, e muitos anos depois a psicologia voltou a socorrer-me. Dessa vez, por meio da psicóloga Juliana Soares com sua atuação durante o episódio citado no primeiro parágrafo desta postagem. No meu entender, foi por meio de nossas conversas e das ligações de vídeo feitas por ela para meus familiares que eu e eles conseguimos manter um nível de equilíbrio psíquico que nos possibilitasse superar, da melhor maneira possível, aquela inesquecível estada em um leito de UTI. Uma estada que provocou uma postagem publicada em 04 de outubro de 2021 sob o título Lição oferecida pela estada em um leito de UTI, e a vontade de publicar esta alusiva ao Dia do Psicólogo.

Após alguns parágrafos falando sobre a minha relação e o meu interesse pela psicologia, seguem alguns citando algumas coisas extraídas do que li e ouvi desde que passei a interessar-me por ela. Coisas que, pretensiosamente, cito com a intenção de servirem como uma espécie de degustação que possa levar aqueles (as) que as lerem a desenvolverem seu interesse pela psicologia.

O estudo da natureza humana é realizado desde a Antiguidade por pensadores, filósofos e teólogos, porém, esses estudos confundiam-se com a Filosofia. Sócrates, Platão e Aristóteles foram precursores da investigação da "alma humana". Ou seja, embora a psicologia seja uma ciência nova, suas origens remontam à Grécia antiga, época em que tinha ênfase filosófica. A palavra psicologia vem dos termos gregos psico (alma) e logía (estudo).
Tendo como objetivo diagnosticar, compreender, explicar e orientar a mudança de comportamentos humanos, a psicologia estuda como a convivência com outras pessoas, as experiências de vida, as crenças, os valores e a visão de mundo, afetam a forma do ser humano pensar, sentir e agir, pois nossas vidas diárias são profundamente impactadas pela maneira como lidamos com tais coisas.
Através de uma escuta ativa, percebendo a forma como seu paciente enxerga o mundo e o que acontece ao seu redor, o profissional de psicologia observa, compreende e descobre as distorções do paciente, identificando suas crenças criadas, sentimentos e comportamentos. A intenção do psicólogo é identificar essas distorções, fazer com que o paciente as perceba e que a partir do momento de sua percepção ele compreenda a nocividade de suas atitudes.
Baseado em uma escuta ativa e nas suas observações, o profissional de psicologia trabalha o autoconhecimento e a autopercepção, com a intenção de levar o paciente a enxergar novas possibilidades de comportamento. Possibilidades de comportamento que ofereçam entre seus benefícios o desenvolvimento de capacidades para alcançar duas coisas imprescindíveis a uma passagem exitosa por esse percurso que a gente chama de vida. A primeira delas: conviver harmoniosamente com aqueles cujo caminho, em algum (ns) momento (s) coincida com o nosso. A segunda: suportar as duras experiências que a vida costumeiramente nos apresenta.
O trabalho dos psicólogos é altamente variado, mas todos compartilham um objetivo primordial: ajudar as pessoas a terem uma vida melhor. Dito isto, creio que um bom final para esta singela homenagem a esses imprescindíveis profissionais seja agradecer-lhes por terem escolhido essa nobre profissão. Agradecimento que faço recorrendo a uma única, mas no meu entender, bastante significativa palavra: Obrigado!

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