segunda-feira, 20 de julho de 2020

A amizade

"Em um mundo onde tudo foi transformado em negócio e que tem no Tempo é dinheiro o seu principal lema, a verdadeira amizade tornou-se uma raridade."
(Fabio Hernandez em seu livro Confissões de um Homem Sincero – A Glória e a Miséria dos Relacionamentos)
Após uma postagem que espalha um texto de Fátima Irene Pinto no qual encontrei o que considero o melhor conceito de solidão, e onde ela diz que há quem confunde saudade com solidão, a postagem seguinte espalha um depoimento atribuído ao doutor Rogério Brandão no qual ele apresenta algo que lhe foi dito por uma paciente de câncer com apenas 11 anos como sendo a melhor definição de saudade.
Neste dia em que é comemorado o Dia do Amigo, a postagem publicada não traz algum melhor conceito ou alguma melhor definição, mas sim um belo texto de Joanna de Ângelis que enxergo como um alerta para a imprescindibilidade de cultivar a amizade.
A amizade
A amizade é o sentimento que imanta as almas umas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação, a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.
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"Em um mundo onde tudo foi transformado em negócio e que tem no Tempo é dinheiro o seu principal lema, a verdadeira amizade tornou-se uma raridade.", diz Fabio Hernandez em seu livro Confissões de um Homem Sincero – A Glória e a Miséria dos Relacionamentos, publicado em 2003.
"Os homens compram tudo pronto nas lojas... Mas como não há lojas de amigos, os homens não têm amigos.", diz Antoine de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe, publicado em 1943.
"Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!", diz Joanna de Ângelis no texto reproduzido acima, cuja data de publicação não consegui descobrir.
Será que as três afirmações acima são suficientes para chamar atenção para a insuficiência de amizade neste planeta? Planeta sobre o qual Joanna de Ângelis faz a seguinte afirmação: "Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria." Será que, em um planeta habitado por uma autodenominada espécie inteligente do universo, a fuga da amizade corre o risco de ocorrer?
E ao falar em espécie inteligente do universo, em uma postagem alusiva ao Dia do Amigo, me vem à mente uma frase que ouvi em uma palestra, há muito tempo, que é mais ou menos assim: "Se os homens fossem, realmente, inteligentes empenhar-se-iam em só fazer amigos". O autor da frase eu não lembro, mas o palestrante era o saudoso Antônio Oliveira, uma das pessoas mais inteligentes e sábias que eu conheci.
Será que, neste Dia do Amigo, vale a pena refletir sobre o que é dito nesta postagem?

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