"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa
que a fez tão importante."
(disse a
raposa ao Pequeno Príncipe)
Após a
"intromissão" da postagem alusiva ao Dia
do Silêncio na sequência de postagens, seguem algumas reflexões provocadas por Nostalgia
dos tempos de contatos ao vivo. Reflexões que começam com uma afirmação
de Neal Bledsoe, ator em Los Angeles, feita em uma mensagem de texto enviada ao
Times: "Todos nós estamos desesperados por contato humano e, após tanta
digitação, tudo o que resta é um reles emoticom.".
"Um reles emoticom" que, diferentemente do que é dito pela sábia
raposa ao Pequeno Príncipe, não requereu tempo algum de dedicação e
consequentemente nenhuma importância tem. Ou seja, uma coisa sem importância, adjetivada
como reles pelo ator Neal Bledsoe. Coisas reles, sem importância, e obviamente
incapazes de propiciarem os equilíbrios - emocional e psicológico – que possibilitem
desenvolver a capacidade de lidar adequadamente com essa coisa denominada vida,
eis o tipo de coisas com as quais se envolve a maioria de uma pretensa espécie
inteligente do universo.
Incapacidade de lidar adequadamente com a vida, eis, no meu entender, o
principal fator contribuinte para uma trágica estatística recentemente
divulgada: "A cada 40 segundos uma pessoa comete
suicídio no mundo. No Brasil são 32 por dia. Cerca de 350 milhões de pessoas
sofrem de depressão no mundo."
Capacidade de lidar adequadamente
com a vida, eis, no meu entender, algo que jamais será desenvolvido enquanto a
realidade virtual se sobrepuser à realidade real; enquanto o contato via
interfaces se sobrepuser ao contato face a face, ao contato ao vivo, ou seja, ao
contato humano.
Sim, como disse Neal Bledsoe, "todos
nós estamos desesperados por contato humano", pois, embora estejamos imersos
em um estupendo desenvolvimento tecnológico que tanto nos fascina e atordoa, é
fato que, na condição de seres humanos, jamais deixaremos de estar sujeitos a
algo que foi dito por Charlie Chaplin no antológico discurso proferido no filme
O Grande Ditador: "Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que
inteligência, precisamos de afeição e doçura, pois sem essas virtudes, a
vida será de violência e tudo será perdido.". Virtudes que,
no meu entender, jamais serão desenvolvidas sem contato humano.
Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo! Segundo "Patrick
Janelle, fundador da Spring St. Social Society, que realiza jantares e outros
eventos para aproximar pessoas no mesmo ambiente, sua vida focada no mundo
digital (onde tem 276 mil seguidores no Instagram) gerou uma carência de
contato humano."
"Sua vida focada no mundo digital (onde tem 276 mil seguidores no
Instagram) gerou uma carência de contato humano.", afirma Patrick Janelle.
Carência de contato humano não resolvida! Eis outro fator contribuinte para a
trágica estatística já citada nesta postagem e aqui repetida. "A cada 40 segundos uma pessoa comete
suicídio no mundo. No Brasil são 32 por dia. Cerca de 350 milhões de pessoas
sofrem de depressão no mundo.".
Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo! Segundo "Bevy Smith,
criadora do grupo Dinner With Bevy, que também reúne pessoas ao vivo, há mercado
para esse serviço 'porque as pessoas
desaprenderam a arte sutil da conversa. A preocupação exagerada em fazer
contatos úteis faz com que elas se esqueçam de estabelecer vínculos reais'".
"As pessoas desaprenderam a arte sutil da conversa.", afirma Bevy
Smith E ao desaprenderem tal coisa elas incorreram em um deplorável equívoco, afirmo
eu, pois, como defendo na ideia espalhada em 31 de maio de 2011, conversar é uma necessidade humana.
Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo! Tempos em que era possível
desfrutar de algo capaz de curar todos os males. De algo que será o tema da
próxima postagem.
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