quarta-feira, 16 de maio de 2018

Reflexões provocadas por "Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo"

"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante."
(disse a raposa ao Pequeno Príncipe)
Após a "intromissão" da postagem alusiva ao Dia do Silêncio na sequência de postagens, seguem algumas reflexões provocadas por Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo. Reflexões que começam com uma afirmação de Neal Bledsoe, ator em Los Angeles, feita em uma mensagem de texto enviada ao Times: "Todos nós estamos desesperados por contato humano e, após tanta digitação, tudo o que resta é um reles emoticom.".
"Um reles emoticom" que, diferentemente do que é dito pela sábia raposa ao Pequeno Príncipe, não requereu tempo algum de dedicação e consequentemente nenhuma importância tem. Ou seja, uma coisa sem importância, adjetivada como reles pelo ator Neal Bledsoe. Coisas reles, sem importância, e obviamente incapazes de propiciarem os equilíbrios - emocional e psicológico – que possibilitem desenvolver a capacidade de lidar adequadamente com essa coisa denominada vida, eis o tipo de coisas com as quais se envolve a maioria de uma pretensa espécie inteligente do universo.
Incapacidade de lidar adequadamente com a vida, eis, no meu entender, o principal fator contribuinte para uma trágica estatística recentemente divulgada: "A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. No Brasil são 32 por dia. Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo."
Capacidade de lidar adequadamente com a vida, eis, no meu entender, algo que jamais será desenvolvido enquanto a realidade virtual se sobrepuser à realidade real; enquanto o contato via interfaces se sobrepuser ao contato face a face, ao contato ao vivo, ou seja, ao contato humano.
Sim, como disse Neal Bledsoe, "todos nós estamos desesperados por contato humano", pois, embora estejamos imersos em um estupendo desenvolvimento tecnológico que tanto nos fascina e atordoa, é fato que, na condição de seres humanos, jamais deixaremos de estar sujeitos a algo que foi dito por Charlie Chaplin no antológico discurso proferido no filme O Grande Ditador: "Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura, pois sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.". Virtudes que, no meu entender, jamais serão desenvolvidas sem contato humano.
Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo! Segundo "Patrick Janelle, fundador da Spring St. Social Society, que realiza jantares e outros eventos para aproximar pessoas no mesmo ambiente, sua vida focada no mundo digital (onde tem 276 mil seguidores no Instagram) gerou uma carência de contato humano."
"Sua vida focada no mundo digital (onde tem 276 mil seguidores no Instagram) gerou uma carência de contato humano.", afirma Patrick Janelle. Carência de contato humano não resolvida! Eis outro fator contribuinte para a trágica estatística já citada nesta postagem e aqui repetida. "A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. No Brasil são 32 por dia. Cerca de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo.".
Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo! Segundo "Bevy Smith, criadora do grupo Dinner With Bevy, que também reúne pessoas ao vivo, há mercado para esse serviço 'porque as pessoas desaprenderam a arte sutil da conversa. A preocupação exagerada em fazer contatos úteis faz com que elas se esqueçam de estabelecer vínculos reais'".
"As pessoas desaprenderam a arte sutil da conversa.", afirma Bevy Smith E ao desaprenderem tal coisa elas incorreram em um deplorável equívoco, afirmo eu, pois, como defendo na ideia espalhada em 31 de maio de 2011, conversar é uma necessidade humana.
Nostalgia dos tempos de contatos ao vivo! Tempos em que era possível desfrutar de algo capaz de curar todos os males. De algo que será o tema da próxima postagem.

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