Embora o
único tempo no qual pode-se viver seja o presente, é fato que, com exceção dos
suicidas, os seres da dita espécie inteligente do Universo sempre pretenderam
prolongar ao máximo sua estada nesta dimensão deste planeta. Ou seja, eles
sempre desejaram ter um futuro. Desse desejo, inevitavelmente, surgiram (e
jamais deixarão de surgir) expectativas de como será tal futuro. E segundo as
expectativas demonstradas por elas, as pessoas foram, de forma maniqueísta,
classificadas como otimistas ou pessimistas. Mas o que vêem a ser um otimista e
um pessimista? Outras definições podem ser conhecidas por vocês, mas as apresentadas abaixo são, no meu entender, aquelas que mais se aproximam do
comportamento de pessoas que vejo serem classificadas como otimistas e
pessimistas.
O que é um otimista? É
um indivíduo que acredita (baseado não imagino em quê!) que a civilização da
qual ele faz parte consiga tornar-se melhor sem que ele precise mover sequer
uma palha para que tal aconteça. E o que é um pessimista? É um indivíduo que
acredita que não adianta fazer o que quer que seja, pois a dita civilização jamais
tornar-se-á algo que preste. Ou seja, tanto otimistas quanto pessimistas são
indivíduos que jamais farão alguma coisa em prol de qualquer melhora na
civilização da qual fazem parte. Desanimador, não? Sim, mas, felizmente, existem
indivíduos que apresentam um terceiro perfil. Qual é ele? É o esperançoso.
O que é um
esperançoso? É um indivíduo que acredita que tornar melhor a civilização da
qual ele faz parte é algo possível sim, desde que as pessoas disponham-se a
atuar no sentido de transformar possibilidades em realidade. É um indivíduo que
acredita que passado, presente e futuro sejam coisas interligadas e
interdependentes e que consequentemente o que se tem em um tempo é resultado
do que se fez (e do que não se fez) no tempo que o precedeu. Ou seja, o
presente é o tempo de colher o que foi plantado no passado e o futuro será o
tempo de colher o que for plantado no presente. Simples assim, mas, infelizmente,
um dos grandes equívocos da dita espécie inteligente do Universo é, justamente,
não entender essa simples interdependência de passado, presente e futuro.
Equívoco que contribui demais para a eternização dos males que a afligem.
Otimistas, pessimistas
e esperançosos! Será que existe algo que os assemelhem e / ou que os
diferenciem? Sim, existe. Otimistas e pessimistas, conforme já foi dito,
assemelham-se no que se refere a eximir-se de atuar em prol de um futuro melhor
para a coletividade da qual fazem parte. Otimistas e esperançosos, embora muitos
equivocadamente os confundam, também conforme o que foi já foi dito, têm perfis
completamente diferenciados.
Em resposta ao envio
para a minha lista de destinatários de e-mails da postagem Inferno e abandono da esperança, recebi de uma eterna amiga uma
resposta na qual ela dizia que meu
otimismo é renovador. Respondi dizendo que discordava de tal opinião, pois
otimistas são indivíduos que acreditam que as coisas melhorarão sem que eles
precisem fazer alguma coisa, e eu jamais acreditei nisso. O que eu acredito é
que existe sempre a possibilidade de as coisas melhorarem, mas isso só
acontecerá se nos dispusermos a agir para que tal aconteça. É isto que entendo
por esperança, e é por isso que me considero um esperançoso, e não um otimista.
Não, o mundo não é
composto apenas de otimistas e pessimistas, pois além deles existem os
esperançosos e isto é algo que precisa, urgentemente, ser espalhado se ainda
almejarmos transformar este mundo em algo que
faça jus ao termo civilização. Sim, é nos esperançosos que, como o próprio nome
diz, mora a esperança de que algum dia
este mundo venha a ser um lugar onde as pessoas que por aqui estiverem possam
viver em harmonia. E pela expressão algum
dia (usada na frase anterior) entenda-se algum dia em que ele (o esperançoso) pode nem estar mais por aqui. Sim, o verdadeiro esperançoso atua em prol
de um mundo melhor mesmo que dele não venha a desfrutar. Até porque há uma
imensa quantidade de pessoas que em sua passagem por este planeta geram descendentes
aos quais dizem amar, e sendo assim creio que não seja mais do que sua
obrigação atuar em prol de um mundo melhor para tais descendentes. Delirei?
Creio que não.
Em conformidade com o
que foi dito no parágrafo anterior, ser esperançoso é, entre outras coisas, agir
em conformidade com o que é dito em Não ficar na dependência de resultados, uma ideia espalhada na postagem de 9 de
janeiro de 2012. E é por ser um esperançoso que criei e mantenho este blog que
tem a pretensiosa intenção de espalhar
ideias que ajudem a interpretar a vida e provoquem ações para torná-la cada vez
melhor.
Esta postagem encerra
a sequência iniciada com Inferno e abandono da esperança. Que todos vocês, de acordo com as preferências
particulares, consigam tirar o melhor proveito do período carnavalesco. E se possível que dele retornem como mais um integrante do contingente dos esperançosos, pois tal contingente precisa, urgentemente, de novos adeptos. Compreendido?
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