sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Verdadeiro Natal

A possível estranheza causada por uma postagem alusiva ao Natal, feita após o dia 25 de dezembro, provavelmente, desaparecerá após a leitura do texto de Marcio Bontempo publicado na edição de dezembro de 2010 do Jornal Prana. Marcio Bontempo é um conhecido médico naturalista e autor de diversos livros.
O Verdadeiro Natal
Todos os anos, presenciamos os fenômenos e atividades que envolvem a época de natal, com as suas características sempre iguais, incluindo um tipo de "espírito de natal" que, diga-se de passagem, é mais um "clima" do que realmente espírito, na verdadeira acepção da palavra. O que pouca gente sabe, contudo, é que o que se chama de natal, na sua verdadeira origem, nada tem a ver com o que presenciamos neste período. O natal original, em que se comemorava o nascimento de Jesus, estava ligado a um período de oração, jejum e introspecção, o que contrasta fortemente com o que acontece nos nossos dias. A seguir, apresentamos as principais diferenças entre os dois períodos:
1 - Documentos provam que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, mas por volta de março ou abril. Portanto, comemora-se o Natal numa data errada. Outra coisa é que Jesus nunca determinou que se comemorasse coisa alguma.
2 - Para todos os cristãos, é um dia, ou período, em que se cometem exageros e excessos, principalmente gastronômicos e alcoólicos, ou seja, completamente diferente da "oração e jejum", que era tido como um meio de se agradar o Senhor.
3 - Ainda sobre a alimentação, em geral nas mesas e nas ceias, há a presença (para nós incômoda e incoerente), de um animal morto e temperado (diríamos, assassinado). Quer dizer, na data máxima da vida, comemora-se com a morte de um animal, que não teve direito de viver. E isso para agradar ao paladar, contrastando com o jejum exigido nos ritos cristãos originais. São bilhões de perus, porcos, patos, carneiros etc., abatidos no mundo todo, somente para o deleite de comensais em banquetes pantagruélicos. Nada a ver com a simplicidade que pregava Cristo, que, inclusive, era vegetariano e abstêmio (ver documentos dos Essênios do Mar Morto). Diante disto, podemos concluir que a oração da ceia de natal, com a presença de um cadáver, deveria ser para pedir perdão pelo ato de comer um ser antes vivo... e não para agradecer ao Senhor pelo "alimento que vamos tomar..."
4 - Ainda sobre alimentação, nesta época é comum o consumo de alimentos inadequados e impróprios, tanto para o clima brasileiro quanto para o próprio organismo. São frutas oleaginosas próprias para climas frios e países que nevam, além dos doces em demasia (rabanadas!) e gordura animal (porco, presunto, bacon...) e proteínas em quantidades absurdas, álcool... Quem paga é o organismo e a saúde, com fermentações, gases, ganho de peso, agressões ao fígado, irritação gástrica, prisão de ventre... depois, elevação da pressão arterial, deposição de placas de colesterol... um inferno para o corpo e para a alma. A ceia autêntica e brasileira deve contar com produtos nossos, como abacaxi, manga, melancia, banana etc... numa composição muito simples e saudável, para harmonizar com o espírito de interiorização e paz.
5 - O espírito de "fraternidade" também é falso, pois as mesas fartas, a fixação em elementos materiais (presentes...) e o foco no núcleo familiar são reflexo de fatores mais ligados ao egoísmo, à distorção dos ensinamentos de Cristo, que pregava o desapego e o amor ao próximo.
6 - Papai Noel nada tem a ver com Jesus, pois faz parte de tradição nórdica, totalmente pagã. A ideia de um bom velhinho que dá presentes materiais é totalmente oposta ao espírito cristão e, inclusive, cria ansiedades e expectativas falsas, focando a atenção das crianças numa lenda corrompida e numa proposta inverossímil.
Conclusão: O verdadeiro Natal é o de desapego material, desapego ao ego e aos sentidos. É um momento de fraternidade, comunhão entre todos os seres e de exercício do amor universal. Momento de simplicidade, de parcimônia, de alimentação simples e consciente, de saúde e de equilíbrio. Bem, isto é o que precisamos, não somente na época de Natal, mas sempre! Portanto, a nossa proposta é que passemos o ano inteiro desejando a todos um feliz natal! Feliz Natal todos os dias para você!
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Impressionante! O verdadeiro Natal e as comemorações natalinas, nada a ver! Quanto à proposta feita por Marcio Bontempo na última frase de seu texto, tenho a seguinte opinião: Mais do que passar o ano inteiro desejando a todos um feliz natal, melhor será irmos além desse desejo e chegarmos até a prática de ações capazes de tornar o ano inteiro um feliz natal para todos. Um natal segundo a definição de Bontempo: Um momento de fraternidade, comunhão entre todos os seres e de exercício do amor universal. Momento de simplicidade, de parcimônia, de alimentação simples e consciente, de saúde e de equilíbrio. Sim, é disto que precisamos, não somente na época de Natal, mas sempre. Sendo assim, podemos considerar superada a possível estranheza citada na primeira frase desta postagem?
E as ilusões continuam, não é mesmo? Depois de A Grande Ilusão, mostrada na penúltima postagem, chegamos à ilusão em que se tornou o Natal. Mas elas não param por aqui, pois nem bem sai de uma e esta raça já entra em outra. Uma semana após o rou rou rou rou rou... do Papai Noel, ela já estará completamente iludida pelo pou pou pou pou pou do espocar de fogos do réveillon. Iludida pela crença de que alguma simples "simpatia" feita na "virada do ano", magicamente, lhe trará um ano novo cheio de felicidade. E há quem chame esta raça de homo sapiens! Francamente! Diante do que se pode ver, creio que o mais correto seja chamá-la de homo "iludens". Ô raça para gostar de ilusão! Vá gostar de ilusão assim lá na Lapônia!

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