domingo, 14 de dezembro de 2025

Papai Noel existe?

Quinze anos após a sua criação, transcorridos quatorze meses de dezembro, publicadas setecentas e noventa e cinco postagens, nenhuma delas focalizando a figura do Papai Noel, eis que, em dezembro de 2025, aqui está ela. Na condição de um blog cuja intenção é espalhar ideias interessantes encontradas nesse percurso que a gente chama de vida, apenas neste ano encontrei um texto sobre Papai Noel que despertou minha vontade de espalhá-lo por meio deste blog. Onde o encontrei? Em um livro lançado em 2024 com um instigante título: "A Bula de Cada Criança - O olhar humanista de um pediatra sobre como cuidar dos filhos sem receita pronta", de autoria de Roberto Cooper. Livro do qual já extraí vários textos para espalhar por este blog, e do qual ainda extrairei vários outros. Feito este preâmbulo, vamos ao texto.
Papai Noel existe?
Ora, até uma criança sabe a resposta dessa pergunta: claro que existe! Existe porque somos seres simbólicos e adoramos uma fábula. E não são só nossos filhos que adoram uma historinha. Nós, adultos, mantemos o fascínio por fábulas. Claro que não são mais histórias de princesas, dragões, porquinhos e bruxas. Mas adoramos ouvir fábulas de suplementos, vitaminas, cremes, alimentos que fazem isso ou aquilo, novos exercícios que gastam milhares de calorias em poucos minutos, métodos para mantermos a memória ou aumentarmos a libido, livros que garantem a felicidade plena em dez passos, sem esquecer a quantidade de pessoas que devolvem a pessoa amada em três dias. A lista de fábula que nós, adultos, nos contamos mutuamente é interminável. E ainda temos a ousadia de questionarmos se Papai Noel existe!?
A fábula tem uma função importante no desenvolvimento das crianças ao estimular a criatividade e contribuir para que lidem com as questões da vida, inicialmente de forma lúdica. Nesse contexto, não há nenhuma discussão a respeito da existência do Papai Noel. Só nos resta definir qual Papai Noel vai existir. Como assim, existe mais de um Papai Noel? Sendo uma narrativa, existirão tantos papais Noel quantas narrativas existirem. Mas, basicamente, existem dois papais Noel e devemos escolher qual deles será o que vamos apresentar aos nossos filhos.
Existe o Papai Noel que representa a sociedade de consumo, trazendo presentes, se tornando o destinatário de listas intermináveis de pedidos. De alguma forma, esse Papai Noel existirá em todas as narrativas porque vivemos em uma sociedade em que o consumo é algo hipertrofiado e que, muitas vezes, preenche vazios existenciais. Esse vazio não é só dos adultos que acabam confundindo ser com ter. Para muitos, o que eu tenho define quem eu sou. Como a possibilidade de ter é sempre infinita, a sensação de ser é frágil e sujeita aos modismos de consumo. Assim que eu acabo de comprar o tablet de última geração, me tornando alguém, lançam outro e passo a me sentir vulnerável, inseguro, por não TER o último modelo.
Se os pais são consumistas ou mesmo que não sejam, mas por vários motivos se sintam "devedores" dos filhos (trabalham muito, por exemplo), podem tentar compensar com a compra de presentes. Esse Papai Noel é o do comércio que tenta nos confundir com mensagens que embaralham objetos e coisas com afeto e emoção. Esse Papai Noel de listas enormes e pouco ou nenhum limite é uma narrativa que ensinará nossos filhos a se tornarem consumidores vorazes, muitas vezes na tentativa de preencher uma lacuna que não é de coisas materiais. Esse é o Papai Noel que incentiva o egocentrismo porque a minha felicidade está em ter o que o outro não tem.
Existe um outro Papai Noel que representa a bondade, a solidariedade e a generosidade. Um Papai Noel que fala sobre quem somos, antes de falar sobre o que temos. Um Papai Noel que recebe uma cartinha na qual eu conto o que eu fiz no ano que passou e não só uma lista do que quero. Quando pedimos a nossos filhos que escrevam contando o que fizeram, estamos dando a oportunidade (e o aprendizado) de que parem um minuto para pensar nas suas realizações e não só nos seus desejos de possuir algo. Um Papai Noel que tem limites nas possibilidades de presentear, que associa presentes a algum mérito e que coloca cada criança como parte de um universo de outras crianças (ele tem muito trabalho, precisa visitar todas as crianças), fazendo com que cada uma se sinta especial, mas não única. Esse Papai Noel é o do afeto e do carinho.
É o que ensinará aos nossos filhos que as coisas (objetos) fazem parte das nossas vidas e nos dão muito prazer, mas que a nossa felicidade não pode ser definida pelo que temos e, sim, por quem somos. Somos humanos e, como tal, seres carregados de emoção e empatia , além de racionais. Somos originalmente gregários, dependendo uns dos outros. Podemos (e somos) diferentes em muitas coisas, mas nem melhores nem piores do que ninguém. Esse é o Papai Noel que incentiva a solidariedade porque, diferentemente do que ocorre com objetos, quanto mais dividimos emoções e sentimentos, mais estes se multiplicam.
Cada família vai escolher qual narrativa de Papai Noel quer para si e, consequentemente, para seus filhos.
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Segundo o pediatra Roberto Cooper, "Sendo uma narrativa, existirão tantos papais Noel quantas narrativas existirem. Mas, basicamente, existem dois papais Noel e devemos escolher qual deles será o que vamos apresentar aos nossos filhos." Quais são os dois tipos básicos? "O que representa a sociedade de consumo e o que representa a bondade, a solidariedade e a generosidade". Ou seja, no meu entender, segundo ele, bondade, solidariedade e generosidade são qualidades incompatíveis com sociedade de consumo.
"O Papai Noel que incentiva o egocentrismo porque a minha felicidade está em ter o que o outro não tem." Esse Papai Noel é o do egoísmo. "Um Papai Noel que coloca cada criança como parte de um universo de outras crianças (ele tem muito trabalho, precisa visitar todas as crianças), fazendo com que cada uma se sinta especial, mas não única. Esse Papai Noel é o do afeto e do carinho."
Feitas as descrições acima, o pediatra diz que "De alguma forma, o primeiro dos papais Noel citados existirá em todas as narrativas porque vivemos em uma sociedade em que o consumo é algo hipertrofiado e que, muitas vezes, preenche vazios existenciais." Sim, de alguma forma, o primeiro existirá em todas as narrativas, enquanto o segundo corre um risco enorme de não existir em alguma. Afinal, sobrevivemos em uma sociedade em que a maioria das pessoas, simplesmente, faz o que ouve dizer que a maioria está fazendo, não é mesmo?
Diante da associação do Papai Noel à sociedade de consumo, o irresistível método das recordações sucessivas foi buscar para esta postagem algo dito pelo inesquecível Millôr Fernandes a José Carvalho, industrial, dono da DUCAL, em conversa ocorrida em 1958, registrada no livro "O Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr.".
"Papai Noel, filho da exploração comercial, da ignorância infantil e da incapacidade de reação paternal, é um velho meio idiota, meio malandro, extremamente desonesto, que se presta a servir de intermediário para o enriquecimento da sociedade de consumo, em todo o mundo. Um canalha."
"Um Papai Noel, filho da exploração comercial, que se presta a servir de intermediário para o enriquecimento da sociedade de consumo", diz Millôr Fernandes. "Um Papai Noel do comércio que tenta nos confundir com mensagens que embaralham objetos e coisas com afeto e emoção. Um Papai Noel que ensinará nossos filhos a se tornarem consumidores vorazes, muitas vezes na tentativa de preencher uma lacuna que não é de coisas materiais. Um Papai Noel que incentiva o egocentrismo porque a minha felicidade está em ter o que o outro não tem.", diz o pediatra Roberto Cooper. "Um canalha", conclui Millôr. E com esta conclusão, termino aqui minhas reflexões sobre o primeiro dos papais Noel a que se refere o pediatra, e passo ao segundo.
"Existe um outro Papai Noel que representa a bondade, a solidariedade e a generosidade. Um Papai Noel que fala sobre quem somos, antes de falar sobre o que temos. Esse Papai Noel é o do afeto e do carinho. É o que ensinará aos melhor aquinhoadas nossos filhos que as coisas (objetos) fazem parte das nossas vidas e nos dão muito prazer, mas que nossa felicidade não pode ser definida pelo que temos e, sim, por quem somos. Esse é o Papai Noel que incentiva a solidariedade porque, diferentemente do que ocorre com objetos, quanto mais dividimos emoções e sentimentos, mais estes se multiplicam."
Tendo descrito dois papais Noel, Roberto Cooper termina seu instigante texto dizendo:
"Cada família vai escolher qual narrativa de Papai Noel quer para si e, consequentemente, para seus filhos.
Com a intenção de ajudar cada família nessa difícil escolha, ele, sempre ele, o método das recordações sucessivas faz-me trazer para esta postagem uma instigante afirmação feita por Dumbledore, o mago barbudo do filme Harry Potter e o Cálice de Fogo: "Tempos difíceis estão por vir. Em breve, teremos que escolher entre o que é certo e o que é fácil."
Afirmação que, vinte anos após ter sido pronunciada (o filme foi lançado em 2005), no meu entender, deve ter dela suprimida a expressão "Em breve", pois os tempos difíceis que, naquela época, estavam por vir, com certeza já chegaram, há algum tempo, embora a maioria demonstre não ter percebido.
Dito isto, agora é esperar que cada família consiga escolher a narrativa de Papai Noel que seja melhor, não para si, mas sim para a sociedade como um todo, o que, consequentemente, implica em ser melhor para seus filhos, considerando que eles também são integrantes da sociedade, embora a maioria das famílias possuidoras de melhores condições financeiras imagine que eles nada tenham a ver com ela (sociedade).

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Reflexões provocadas pela postagem anterior

Tendo evitado a elaboração de uma postagem do tipo "Reflexões provocadas por '.......'", devido à quantidade de reflexões que poderiam ser provocadas por um longo texto, após uma postagem encurtada composta de alguns trechos marcantes, minha vontade de elaborar uma postagem associando algumas ideias a trechos da postagem anterior tornou-se incontrolável.
"Personagens que definem o que é ser bonito, o que é ser bem-sucedido, o que é normal e o que é aceitável, moldam a imaginação infantil desde cedo. Se a escola doutrina pela disciplina, a mídia doutrina pelo desejo, transforma crianças em consumidores antes mesmo que aprendam a somar. Ensina-as a desejar antes que compreendam o valor de uma escolha. Aprisiona sua imaginação dentro de moldes fabricados em massa. Uma criança doutrinada se torna um adulto que não sabe questionar, que não consegue imaginar alternativas, que aceita como natural aquilo que lhe foi imposto."
"Libertar a infância não significa abandoná-la à própria sorte ou transformá-la em um experimento sem direção, mas sim oferecer um ambiente fértil onde ela possa experimentar, errar, questionar e imaginar sem medo. Se quisermos uma sociedade mais justa, mais sábia e mais humana, precisamos começar pelo óbvio: permitir que nossas crianças sejam crianças, que descubram o mundo com seus próprios olhos, que façam perguntas sem medo, que duvidem sem culpa e que ousem imaginar sem limites. A arte, a filosofia e a imaginação são tratadas como luxos secundários quando na verdade deveriam estar no coração do processo educativo."
"Em uma sociedade que glorifica a pressa e a produtividade, até mesmo as crianças são forçadas a viver em agendas lotadas de compromissos como se a brincadeira fosse perda de tempo. Rouba da criança o tempo de ser criança. Brincar, sonhar, explorar, errar e se reinventar tornam-se luxo em um mundo que já as coloca em cursos de idiomas, aulas de reforço, esportes competitivos e agendas dignas de executivos. Mas é justamente no brincar livre que se forjam habilidades profundas: a imaginação, a empatia, a autonomia, a resiliência. Brincar é ensaiar a vida, é criar mundos possíveis, é aprender sem a consciência pesada da obrigação."
"A mente infantil é a última fronteira da liberdade. É nela que a imaginação ainda não foi colonizada pela propaganda, pelas normas sociais rígidas, pelas exigências de sucesso e de consumo. É nela que floresce a capacidade de maravilhar-se com o simples, de rir sem motivo, de perguntar sem medo."
Diante de tantas citações sobre a imaginação (apresentadas no vídeo Estratégia maligna do sistema para escravizar nossas crianças), o implacável método das recordações sucessivas faz-me trazer para esta postagem um trecho de um episódio de uma série de documentários apresentada no Clube de Documentários do canal Curta On. Sob o título Incertezas Críticas, a série traz documentários de 26 minutos com um personagem central, trazendo uma reflexão sobre o mundo contemporâneo, na visão de alguns dos mais importantes intelectuais do presente. No referido episódio, o intelectual é o escritor e ensaísta argentino Alberto Manguel (1948). O próximo parágrafo transcreve suas palavras finais.
"Eu creio que nascemos com o impulso de sermos leitores, nascemos com inteligência, com imaginação. E desde que somos crianças, ainda com poucos meses, a sociedade faz um esforço enorme para educar-nos na estupidez, para fazer com que não sejamos inteligentes, que não sejamos imaginativos, que nos conformemos às normas, que não façamos perguntas, e que aceitemos respostas banais. Então, é preciso fazer da leitura um ato subversivo, para ir contra o que a sociedade nos quer impor. Mas isso, cada um deve fazer por si mesmo. Muitos o fazem."
Você consegue enxergar nessas palavras de Alberto Manguel uma afinidade extrema com as ideias passadas pela "trilogia" composta pelas postagens intituladas Estratégia maligna do sistema para escravizar nossas crianças elaboradas pela transcrição do vídeo homônimo? Vídeo do qual foi extraído também o próximo parágrafo.
"Em uma sociedade que glorifica a pressa e a produtividade, até mesmo as crianças são forçadas a viver em agendas lotadas de compromissos como se a brincadeira fosse perda de tempo. Rouba da criança o tempo de ser criança. Brincar, sonhar, explorar, errar e se reinventar tornam-se luxo em um mundo que já as coloca em cursos de idiomas, aulas de reforço, esportes competitivos e agendas dignas de executivos. Mas é justamente no brincar livre que se forjam habilidades profundas: a imaginação, a empatia, a autonomia, a resiliência. Brincar é ensaiar a vida, é criar mundos possíveis, é aprender sem a consciência pesada da obrigação."
E ao ler um texto que fala sobre roubar da criança o tempo de ser criança, de já colocar as crianças em cursos de idiomas, aulas de reforço, esportes competitivos e agendas dignas de executivos, o método das recordações sucessivas faz-me trazer para estas reflexões alguns links para postagens que têm muito a ver com tais coisas.
... 13.05.2011 ....... Era uma vez uma infância
... 24.08.2015 ....... A criança e a infância
... 03.09.2015 ....... Contas sem faz de conta
... 09.09.2015 ....... Reflexões provocadas por "Contas sem faz de conta"
Ou seja, desde o seu início, este blog interessa-se muito por crianças e pela infância. Até porque, como é dito da postagem publicada em 28 de agosto de 2015, "Se o mundo tem solução, é através da criança". O próximo parágrafo é mais um extraído do magnífico vídeo que, no meu entender, seria imperdoável não comentar.
"Assim, a sala de aula se transforma em uma extensão da máquina social, uma réplica em miniatura do mundo adulto que espera por essas crianças. Competitivo, hierarquizado, sufocante. A mesa enfileirada diante do quadro é o prelúdio das baias de escritório. A prova cronometrada é o treino para a pressão dos prazos. A nota é a preparação para o salário que mede não o valor humano, mas a utilidade produtiva."
Uma analogia, simplesmente, magistral! Você concorda?
"Uma verdadeira educação também significa oferecer múltiplas perspectivas para que a criança aprenda desde cedo que não existe uma única forma de interpretar o mundo. Assim, em vez de um cidadão moldado para obedecer, surge um indivíduo capaz de escolher conscientemente, de decidir seus valores, de trilhar seu próprio caminho. Pais e educadores nesse processo deixam de ser doutrinadores para se tornarem guias. Não são escultores que esculpem à força um modelo pronto, mas jardineiros que nutrem o crescimento natural de cada árvore. Eles apontam horizontes, mas não cortam asas. Mostram caminhos, mas não obrigam passos. Oferecem ferramentas, mas não impõem muros."
Em outras palavras, em vez de moldadores de indivíduos obedecedores em trilhar caminhos determinados por outros, pais e educadores devem ser estimuladores de indivíduos no sentido de tornarem-se capazes de escolher conscientemente seus próprios caminhos, e de decidir seus próprios valores.
E diante da ideia expressa no parágrafo anterior, a prática das recordações sucessivas faz-me trazer para estas reflexões a seguinte frase de Antoine de Saint-Exupéry:
"Se quiseres construir um navio, não reúna pessoas para elaborar planos, distribuir tarefas, buscar ferramentas, cortar madeira, mas desperta nelas o desejo de buscar a amplidão dos mares. Então, elas construirão o navio por si."
Mutatis mutandis, "Se quiseres construir um mundo melhor, não reúna crianças para lhes apontar horizontes, mostrar caminhos, obrigar passos, oferecer ferramentas, mas desperta nelas o desejo de buscar a amplidão da fraternidade. Então, elas construirão um mundo melhor por si."
"Uma educação verdadeiramente transformadora não mede o valor de uma criança por suas notas ou diplomas, mas pela sua capacidade de ser livre, crítica e criativa. Uma criança quando ainda não contaminada pelos padrões rígidos e interesses ocultos da sociedade enxerga o mundo com olhos limpos capazes de ver beleza onde o adulto já só vê utilidade."
"Ter a capacidade de enxergar o mundo com olhos limpos capazes de ver beleza onde o adulto já só vê utilidade." Há dinheiro que pague isso? Os três parágrafos finais são transcritos do magnífico vídeo Estratégia maligna do sistema para escravizar nossas crianças.
"Resistir à doutrinação infantil é lutar pelo futuro da humanidade. Cada criança que cresce com liberdade de pensamento, é uma fagulha que desafia o conformismo. O futuro não será decidido apenas por tecnologias ou políticas, mas pelo tipo de infância que cultivarmos hoje, e é essa decisão, silenciosa e cotidiana que definirá não apenas a vida de cada criança, mas o destino de toda a civilização. E se queremos um futuro diferente, é preciso começar agora com a coragem de romper com o velho modelo e plantar na infância as sementes de uma humanidade mais lúcida, mais autônoma e, sobretudo, mais livre."
"Uma humanidade adestrada é uma humanidade condenada. Mas uma humanidade que ousa cultivar a liberdade desde cedo é uma humanidade que se renova, que encontra forças para reescrever sua história, que ainda pode sonhar com o mundo mais justo. Se quisermos uma sociedade mais justa, mais sábia e mais humana, precisamos começar pelo óbvio: permitir que nossas crianças sejam crianças, que descubram o mundo com seus próprios olhos, que façam perguntas sem medo, que duvidem sem culpa e que ousem imaginar sem limites."
"A escolha está diante de nós. Ou aceitamos que nossas crianças sejam moldadas para servir a engrenagens invisíveis ou ousamos romper o ciclo e devolver-lhes o direito de pensar, imaginar e viver plenamente. Essa escolha não é abstrata, mas concreta, ela está na forma como educamos, como dialogamos, como permitimos ou não que a curiosidade floresça."

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Alguns trechos marcantes do vídeo 'Estratégia maligna do sistema para escravizar nossas crianças'

Conforme explicado no final da anterior, esta postagem é composta de trechos extraídos do vídeo transcrito nas três anteriores. Trechos que por serem, por mim, considerados tão marcantes, levaram-me a com eles elaborar uma postagem cuja intenção é: preservando a essência do texto maior produzir um menor com a finalidade de estimular as pessoas a, periodicamente, relê-lo para que não deixemos cair no esquecimento as maravilhosas ideias contidas no magnífico vídeo publicado no canal "O Labirinto".
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Antes mesmo que uma criança descubra quem é, o mundo apressa-se em dizer quem ela deve ser. Assim, em vez de se tornarem exploradores do real, muitos pequenos se convertem em produtos de um sistema que não deseja indivíduos livres, mas peças úteis para sustentar estruturas já existentes.
A doutrinação funciona porque não dá tempo para o questionamento nascer. Implanta certezas antes que a dúvida seja capaz de germinar. Quando uma criança é ensinada a repetir sem questionar, a obedecer sem compreender, a aceitar sem refletir, sua capacidade crítica é amputada. Mas talvez o aspecto mais cruel dessa realidade seja que a doutrinação não é apresentada como opressão, e sim como cuidado.
A sociedade esconde o controle sob o disfarce da educação, da tradição, da cultura e até do amor. Pais e mestres dizem estar preparando para a vida, quando muitas vezes estão apenas ajustando os filhos a um padrão que os torna úteis ao sistema e dóceis à autoridade. O verdadeiro perigo não está naquilo que as crianças sabem, mas naquilo que nunca terão a chance de descobrir por si mesmas.O preço da doutrinação é a perda da autonomia. E a perda da autonomia é a morte da liberdade antes mesmo que ela seja vivida.
Se quisermos uma sociedade mais justa, mais sábia e mais humana, precisamos começar pelo óbvio: permitir que nossas crianças sejam crianças, que descubram o mundo com seus próprios olhos, que façam perguntas sem medo, que duvidem sem culpa e que ousem imaginar sem limites.
Quando uma criança aprende desde cedo que não deve levantar muitas perguntas, que deve apenas repetir o que foi dito, e seguir o que está escrito, ela está sendo preparada para a vida adulta como parte de uma engrenagem maior, é uma preparação para aceitar hierarquias sem questioná-las, para obedecer a regras sem refletir sobre sua justiça, para seguir tradições sem avaliar sua relevância.
Ao invés de cultivar a chama da curiosidade natural que toda criança traz consigo, a escola tende a abafá-la sob camadas de regras, repetições e verdades absolutas que não podem ser questionadas. É a educação transformada em treinamento, a aprendizagem reduzida à memorização, a criatividade sacrificada em nome da obediência. Essa estrutura não é neutra, ela serve a propósitos que ultrapassam os muros da escola.
Por trás dos currículos engessados, e dos métodos padronizados, esconde-se uma lógica de poder que utiliza a escola como ferramenta de manutenção da ordem. É por isso que disciplinas que estimulam a criatividade e o pensamento crítico são frequentemente desvalorizadas enquanto conteúdos que formam trabalhadores dóceis e previsíveis são priorizados.
A arte, a filosofia e a imaginação são tratadas como luxos secundários quando na verdade deveriam estar no coração do processo educativo. O que se deseja, em última instância, não é uma geração capaz de pensar por si mesma, mas uma geração que saiba se adaptar sem reclamar, que produza sem refletir, que consuma sem medir as consequências. Assim, a sala de aula se transforma em uma extensão da máquina social, uma réplica em miniatura do mundo adulto que espera por essas crianças. Competitivo, hierarquizado, sufocante.
A mesa enfileirada diante do quadro é o prelúdio das baias de escritório. A prova cronometrada é o treino para a pressão dos prazos. A nota é a preparação para o salário que mede não o valor humano, mas a utilidade produtiva. Ao invés de um espaço para florescer, a escola se torna um campo de treinamento para a obediência. E o mais trágico é que tudo isso é normalizado, vendido como educação de qualidade, quando no fundo se trata de um projeto silencioso de conformidade.
Mas a doutrinação não se limita aos muros da escola, ela se infiltra em cada tela, em cada propaganda, em cada desenho animado que a criança assiste. O entretenimento com suas cores vibrantes e canções cativantes, muitas vezes carrega mensagens ocultas, estereótipos sutis e valores cuidadosamente plantados. Personagens que definem o que é ser bonito, o que é ser bem-sucedido, o que é normal e o que é aceitável, moldam a imaginação infantil desde cedo. Se a escola doutrina pela disciplina, a mídia doutrina pelo desejo, transforma crianças em consumidores antes mesmo que aprendam a somar. Ensina-as a desejar antes que compreendam o valor de uma escolha. Aprisiona sua imaginação dentro de moldes fabricados em massa.
A criança não cresce livre, cresce moldada, manipulada, domesticada. Essa realidade nos conduz a uma revelação sombria: a verdadeira escravidão do futuro não está na falta de liberdade política, mas na ausência de liberdade interior. Uma criança doutrinada se torna um adulto que não sabe questionar, que não consegue imaginar alternativas, que aceita como natural aquilo que lhe foi imposto. Torna-se trabalhador dócil, consumidor previsível, cidadão manipulável.
No lar, espaço que deveria ser refúgio, a doutrinação muitas vezes ganha roupagem de tradição. É claro que educar uma criança exige transmitir valores, mas o problema começa quando a transmissão vira imposição, quando a orientação se transforma em sufocamento, quando o diálogo dá lugar ao é assim porque eu digo. A casa então deixa de ser um espaço de acolhimento e se torna mais uma engrenagem de modelagem, onde a espontaneidade da infância se dissolve sob o peso das expectativas. A maior prisão é aquela que a criança aprende a chamar de lar, escola, normalidade.
A sociedade moderna com sua pressa e seu culto à produtividade, acrescenta mais uma camada a essa doutrinação silenciosa. Rouba da criança o tempo de ser criança. Brincar, sonhar, explorar, errar e se reinventar tornam-se luxo em um mundo que já as coloca em cursos de idiomas, aulas de reforço, esportes competitivos e agendas dignas de executivos.
Resgatar o valor do ócio criativo é outro passo essencial. Em uma sociedade que glorifica a pressa e a produtividade, até mesmo as crianças são forçadas a viver em agendas lotadas de compromissos como se a brincadeira fosse perda de tempo. Mas é justamente no brincar livre que se forjam habilidades profundas: a imaginação, a empatia, a autonomia, a resiliência. Brincar é ensaiar a vida, é criar mundos possíveis, é aprender sem a consciência pesada da obrigação. O ócio criativo não é ausência de atividade, mas presença de um espaço fértil para que a criança se reinvente continuamente sem amarras e sem pressões externas.
A infância que deveria ser sinônimo de tempo livre, se converte em preparação ansiosa para um futuro que talvez nunca venha. E ao fazer isso, a sociedade não apenas doutrina, mas acelera o processo de alienação. Crianças aprendem que seu valor está no desempenho, que sua identidade está no sucesso, que sua aceitação depende de se encaixar. Assim, o ciclo se fecha. A escola exige obediência, a mídia exige consumo, a família exige repetição, e a sociedade exige produtividade.
Libertar a infância não significa abandoná-la à própria sorte ou transformá-la em um experimento sem direção, mas sim oferecer um ambiente fértil onde ela possa experimentar, errar, questionar e imaginar sem medo. É permitir que a criança descubra por si mesma o prazer do aprendizado, a alegria da curiosidade, a coragem da dúvida. Significa trocar a imposição pelo diálogo, a rigidez pela flexibilidade, a repetição pela exploração.  
Ensinar não o que pensar, mas como pensar. Essa deveria ser a máxima da verdadeira educação. A mente infantil não nasceu para decorar dogmas prontos, mas para navegar por mares de possibilidades. O grande desafio está em criar condições para que a criança não apenas acumule informações, mas aprenda a lidar com elas criticamente, a compará-las, a contextualizá-las, a questioná-las. Porque informação sem reflexão não é sabedoria, é apenas repetição mecânica. Nesse sentido, a escola que liberta não é aquela que entope de conteúdos, mas a que desperta perguntas. Não é a que entrega respostas definitivas, mas a que estimula a busca. Não é que cobra silêncio absoluto, mas a que acolhe vozes múltiplas, divergentes, criativas.
Uma verdadeira educação também significa oferecer múltiplas perspectivas para que a criança aprenda desde cedo que não existe uma única forma de interpretar o mundo. Isso implica contato com culturas diversas, com histórias diferentes, com visões contrastantes. Assim, em vez de um cidadão moldado para obedecer, surge um indivíduo capaz de escolher conscientemente, de decidir seus valores, de trilhar seu próprio caminho.
Pais e educadores nesse processo deixam de ser doutrinadores para se tornarem guias. Não são escultores que esculpem à força um modelo pronto, mas jardineiros que nutrem o crescimento natural de cada árvore. Eles apontam horizontes, mas não cortam asas. Mostram caminhos, mas não obrigam passos. Oferecem ferramentas, mas não impõem muros.
Uma educação verdadeiramente transformadora não mede o valor de uma criança por suas notas ou diplomas, mas pela sua capacidade de ser livre, crítica e criativa. Uma criança quando ainda não contaminada pelos padrões rígidos e interesses ocultos da sociedade enxerga o mundo com olhos limpos capazes de ver beleza onde o adulto já só vê utilidade.
A mente infantil é a última fronteira da liberdade. É nela que a imaginação ainda não foi colonizada pela propaganda, pelas normas sociais rígidas, pelas exigências de sucesso e de consumo. É nela que floresce a capacidade de maravilhar-se com o simples, de rir sem motivo, de perguntar sem medo. E justamente por isso, ela se torna alvo das forças de poder. Governos, religiões, sistemas educacionais e corporações sabem que quem controla a infância, controla o amanhã. Defender essa fronteira, portanto, é lutar contra a manipulação mais perversa de todas, aquela que rouba a liberdade antes mesmo que ela seja compreendida.
Resistir à doutrinação infantil é lutar pelo futuro da humanidade. Cada criança que cresce com liberdade de pensamento, é uma fagulha que desafia o conformismo. O futuro não será decidido apenas por tecnologias ou políticas, mas pelo tipo de infância que cultivarmos hoje, e é essa decisão, silenciosa e cotidiana que definirá não apenas a vida de cada criança, mas o destino de toda a civilização. E se queremos um futuro diferente, é preciso começar agora com a coragem de romper com o velho modelo e plantar na infância as sementes de uma humanidade mais lúcida, mais autônoma e, sobretudo, mais livre. E talvez, no fim das contas, a grande rebelião contra esse sistema de moldagem esteja em proteger a infância como o espaço da simplicidade, da curiosidade e da autenticidade.
Uma humanidade adestrada é uma humanidade condenada. Mas uma humanidade que ousa cultivar a liberdade desde cedo é uma humanidade que se renova, que encontra forças para reescrever sua história, que ainda pode sonhar com o mundo mais justo.
A escolha está diante de nós. Ou aceitamos que nossas crianças sejam moldadas para servir a engrenagens invisíveis ou ousamos romper o ciclo e devolver-lhes o direito de pensar, imaginar e viver plenamente. Essa escolha não é abstrata, mas concreta, ela está na forma como educamos, como dialogamos, como permitimos ou não que a curiosidade floresça.

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Estratégia maligna do sistema para escravizar nossas crianças (final)

Continuação de terça-feira da semana anterior
Ensinar não o que pensar, mas como pensar. Essa deveria ser a máxima da verdadeira educação. A mente infantil não nasceu para decorar dogmas prontos, mas para navegar por mares de possibilidades. O grande desafio está em criar condições para que a criança não apenas acumule informações, mas aprenda a lidar com elas criticamente, a compará-las, a contextualizá-las, a questioná-las. Porque informação sem reflexão não é sabedoria, é apenas repetição mecânica. Nesse sentido, a escola que liberta não é aquela que entope de conteúdos, mas a que desperta perguntas. Não é a que entrega respostas definitivas, mas a que estimula a busca. Não é que cobra silêncio absoluto, mas a que acolhe vozes múltiplas, divergentes, criativas.
Resgatar o valor do ócio criativo é outro passo essencial. Em uma sociedade que glorifica a pressa e a produtividade, até mesmo as crianças são forçadas a viver em agendas lotadas de compromissos como se a brincadeira fosse perda de tempo. Mas é justamente no brincar livre que se forjam habilidades profundas: a imaginação, a empatia, a autonomia, a resiliência. Brincar é ensaiar a vida, é criar mundos possíveis, é aprender sem a consciência pesada da obrigação. O ócio criativo não é ausência de atividade, mas presença de um espaço fértil para que a criança se reinvente continuamente sem amarras e sem pressões externas.
Uma verdadeira educação também significa oferecer múltiplas perspectivas para que a criança aprenda desde cedo que não existe uma única forma de interpretar o mundo. Isso implica contato com culturas diversas, com histórias diferentes, com visões contrastantes. É preciso romper o monopólio das narrativas oficiais e abrir espaço para que o jovem compreenda a complexidade da realidade. Assim, em vez de um cidadão moldado para obedecer, surge um indivíduo capaz de escolher conscientemente, de decidir seus valores, de trilhar seu próprio caminho.
Pais e educadores nesse processo deixam de ser doutrinadores para se tornarem guias. Não são escultores que esculpem à força um modelo pronto, mas jardineiros que nutrem o crescimento natural de cada árvore. Eles apontam horizontes, mas não cortam asas. Mostram caminhos, mas não obrigam passos. Oferecem ferramentas, mas não impõem muros.
Uma educação verdadeiramente transformadora não mede o valor de uma criança por suas notas ou diplomas, mas pela sua capacidade de ser livre, crítica e criativa. E se queremos um futuro diferente, é preciso começar agora com a coragem de romper com o velho modelo e plantar na infância as sementes de uma humanidade mais lúcida, mais autônoma e, sobretudo, mais livre. E talvez, no fim das contas, a grande rebelião contra esse sistema de moldagem esteja em proteger a infância como o espaço da simplicidade, da curiosidade e da autenticidade.
Uma criança quando ainda não contaminada pelos padrões rígidos e interesses ocultos da sociedade enxerga o mundo com olhos limpos capazes de ver beleza onde o adulto já só vê utilidade. Esse olhar é um patrimônio da humanidade, mas tem sido constantemente sufocado por um sistema que insiste em transformar seres livres em peças de engrenagens sociais, econômicas e ideológicas. Proteger a infância, portanto, não é apenas uma questão de amor ou de cuidado, mas um ato profundamente político e revolucionário, porque desafia a lógica que deseja moldar indivíduos desde cedo para que nunca aprendam a questionar.
Resistir à doutrinação infantil é lutar pelo futuro da humanidade. Cada criança que cresce com liberdade de pensamento, é uma fagulha que desafia o conformismo. Não se trata apenas de uma questão individual, mas de um fenômeno coletivo. Quando se permite que crianças sejam curiosas, criativas e autênticas estamos investindo na renovação do próprio espírito humano. São essas mentes não domesticadas que mais tarde ousarão inventar o novo, questionar os dogmas, desafiar as estruturas e propor caminhos alternativos. Por isso, cada vez que sufocamos essa liberdade, matamos não apenas a singularidade de um ser humano, mas diminuímos as chances de futuro para toda a espécie.
A mente infantil é a última fronteira da liberdade. É nela que a imaginação ainda não foi colonizada pela propaganda, pelas normas sociais rígidas, pelas exigências de sucesso e de consumo. É nela que floresce a capacidade de maravilhar-se com o simples, de rir sem motivo, de perguntar sem medo. E justamente por isso, ela se torna alvo das forças de poder. Governos, religiões, sistemas educacionais e corporações sabem que quem controla a infância, controla o amanhã. Defender essa fronteira, portanto, é lutar contra a manipulação mais perversa de todas, aquela que rouba a liberdade antes mesmo que ela seja compreendida.
Proteger a infância não é apenas um dever moral, mas uma questão de sobrevivência coletiva. Se formarmos gerações inteiras de indivíduos incapazes de pensar por si mesmos não haverá quem se levante contra injustiças, não haverá quem questione os absurdos, não haverá quem proponha alternativas ao caos.
Uma humanidade adestrada é uma humanidade condenada. Mas uma humanidade que ousa cultivar a liberdade desde cedo é uma humanidade que se renova, que encontra forças para reescrever sua história, que ainda pode sonhar com o mundo mais justo. A escolha está diante de nós. Ou aceitamos que nossas crianças sejam moldadas para servir a engrenagens invisíveis ou ousamos romper o ciclo e devolver-lhes o direito de pensar, imaginar e viver plenamente. Essa escolha não é abstrata, mas concreta, ela está na forma como educamos, como dialogamos, como permitimos ou não que a curiosidade floresça.
O futuro não será decidido apenas por tecnologias ou políticas, mas pelo tipo de infância que cultivarmos hoje, e é essa decisão, silenciosa e cotidiana que definirá não apenas a vida de cada criança, mas o destino de toda a civilização.
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Ao longo dos quatorze anos e dez meses de existência deste blog nele ocorreram algumas mudanças. O tamanho das postagens aumentou e, consequentemente, aumentou também o intervalo entre suas publicações, considerando que as pessoas têm mais o que fazer, e outras coisas para ler. Tipos de postagens foram criados, e um deles passou a ter uma grande quantidade de postagens elaboradas. Refiro-me às postagens do tipo "Reflexões provocadas por .......". Postagens nas quais alguns trechos da(s) postagem(ns) mais recente(s) são associados a algo que eu tenha lido ou ouvido, e que não tenha esquecido. O problema é que em relação ao texto espalhado pela "trilogia" composta pelas três postagens mais recentes seria complicadíssimo elaborar uma postagem desse tipo. Por quê? Por que a quantidade de associações a ser produzida seria muito grande.
Sendo assim, estou pensando em suceder a "trilogia" com uma postagem de um tipo que até hoje só teve uma postagem elaborada. Aquela publicada em 05 de abril de 2017 sob o título "Algumas passagens marcantes do documentário 'O Começo da Vida'". Postagem que, segundo a minha insuspeita opinião, merece muito ser lida.
"Alguns trechos marcantes do vídeo 'Estratégia maligna do sistema para escravizar nossas crianças'", eis o provável longo título da próxima postagem.