Em conformidade com o
método das associações sucessivas, esta postagem poderia ter sucedido as três
inspiradas na história O Velho Vendedor de Cebolas o que não aconteceu porque o artigo "Por que tanta pressa?", por aspectos diferentes, também tem muito
a ver com a referida história. O artigo provocou reflexões e também uma
associação com A Sabedoria do Barqueiro.
Sendo assim, só agora espalho a interessante história que vi pela primeira
vez no final da introdução de um livro intitulado "Você tem personalidade?", de autoria de Pedro Bloch. Reli-a em outros
livros, com mudanças e acréscimos, pois como diz o velho ditado, quem conta um
conto aumenta um ponto, mas contrariando tal ditado espalho-a sem alteração alguma. A única coisa que fiz foi dar-lhe um título,
pois no livro ela não o tem.
Adiar a publicação
desta história talvez tenha até tornado ainda mais interessante a sequência de
postagens. Suceder A Sabedoria do Barqueiro com O Pescador que Sabia
Simplificar a Vida acabou sendo uma boa ideia.
O Pescador que Sabia Simplificar a Vida
Numa praia italiana
apareceu um milionário, dono de enorme frota de pesca, e viu um homem, filho da
terra, deitado na areia, de olhos fitos no céu muito azul, ar sonhador. Quis
colar conversa:
- Você o que é?
- Pescador.
- E por que não está pescando?
- Já pesquei.
- Muito peixe?
- Dois.
- Mas você não está aproveitando todo o
rendimento de seu barco! É aquele ali?
- É.
- Por que você não pesca o dia todo e de noite
aluga a outro pescador e depois, no fim de algum tempo, compra outro barco e
mais outro e mais outro e outro mais?
- Pra que? - quis saber o italiano.
- Você seria rico, poderia gozar da vida,
descansando numa linda praia, neste sol maravilhoso, como eu!
O pescador o analisa com um sorriso piedoso e
indaga, simplesmente:
- E o que é que eu estou fazendo?
*************
Mais uma história
perturbadora! Perturbadora por evidenciar um grave erro cometido (e não
assumido) por grande parte da dita espécie inteligente do Universo. O erro de não
saber qual seja o verdadeiro significado de suficiente. "Suficiente não é uma quantidade ou condição a ser atingida. É
uma atitude que você cultiva". É esse o significado de suficiente apresentado no
livro O que aprendi com o homem mais rico do mundo, de Alan H. Cohen, e com o qual concordo plenamente.
Sim, suficiente é uma atitude que se cultiva!
E fazer esta afirmação logo após uma sequência de postagens apresentando histórias
(O Velho Vendedor de Cebolas, A Sabedoria do Barqueiro e O Pescador que Sabia Simplificar a Vida)
me faz lembrar algo dito pelo protagonista do filme Forrest Gump - O Contador de Histórias: "Mamãe dizia que um homem
só precisa de um pouco de dinheiro ... e o restante é só para se mostrar". Aquela
mãe sabia que suficiente é uma atitude
que se cultiva.
Um homem só precisa de um pouco de dinheiro ... e o
restante é só para se mostrar, diz a mãe de Forrest Gump. "O homem deseja tantas coisas e, no
entanto, precisa de tão pouco", afirma Goethe. Ou seja, embora precise de tão
pouco, o homem deseja muitas coisas... só para se mostrar. E é ao viver só para
se mostrar que o homem alonga e complica seu caminho em busca do próprio gozo
da vida, conforme mostra o trecho final da história apresentada acima.
Trecho onde, após o
bem-sucedido dono de enorme frota de pesca ensinar-lhe como aproveitar todo o rendimento de seu barco,
o pescador que tinha apenas um barco lhe faz a simples pergunta: "Pra
que?". Pergunta cuja resposta provoca no pescador um sorriso piedoso e uma indagação. Trecho que vale a pena ler de novo.
- Pra que? - quis saber o italiano.
- Você seria rico, poderia gozar da vida,
descansando numa linda praia, neste sol maravilhoso, como eu!
O pescador o analisa com um sorriso piedoso e
indaga, simplesmente:
- E o que é que eu estou fazendo?
Ou seja, o milionário
e o pescador estavam fazendo a mesma coisa. O milionário (como diriam Os Beatles), após percorrer a longa e sinuosa estrada (The Long and Winding Road). O pescador, percorrendo
um caminho mais curto e reto. Um caminho percorrido por aqueles que sabem que suficiente é uma atitude que se cultiva.
Uma atitude cujo cultivo resulta na simplificação da vida.
Conforme dito no
início da postagem, o título da história foi dado por mim. Vocês o consideram
adequado à história? E será que a história é adequada à provocação do despertar
para a imprescindibilidade de saber simplificar a vida?
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