"Se desejamos avançar além das superficialidades de nossa cultura... precisamos estar dispostos a descer aos silêncios renovadores."
(Na capa de uma edição do tabloide Prana)
Prosseguindo com a prática de
postar mensagens alusivas a datas comemorativas que eu considere
significativas, neste Dia do Silêncio,
segue um texto publicado em um tablóide intitulado Ganesha, uma publicação mensal que era distribuída gratuitamente em lojas de
produtos naturais e / ou esotéricos. Intitulado "O silêncio: quando o nada é tudo" ele é atribuído a Sandra Rosenfeld, nele apresentada como - Consultora em Qualidade de Vida Pessoal e
no Trabalho, e foi publicado na edição
de março ou de abril de 2008. Por que a dúvida? Porque no recorte que guardei não
há a parte que identifica a data de publicação. Tendo nele ficado uma parte que
divulga um evento que ocorreria de 10 a 12 de abril de 2008, deduzo que o texto
tenha sido publicado na edição de março ou de abril de 2008.
O silêncio: quando o nada é tudo
Não há som mais
perturbador, mais intimidador, mais barulhento e muitas vezes irritante do que
o silêncio. No entanto, também não há som mais apaziguador, mais intimista,
mais aconchegante, mais nobre do que o silêncio.
O silêncio é assim duo e
ao mesmo tempo uno. É carrasco e salvador. Dependendo sempre da ocasião. Entre
amores, o silêncio pode ser devastador quando no meio de uma discussão uma das
partes silencia, não retruca, não diz que sim nem que não, simplesmente cala e
assim o outro fica ali perplexo, irritado, se sentindo desprezado, confuso.
Este mesmo silêncio, não, este mesmo não, mas o silêncio, na mesma situação,
pode fazer a grande diferença e aproximar, pelo encanto do vazio, quando
verdadeiro. É quando o silêncio aconchega, traz para perto, compreende, aceita,
perdoa.
O silêncio nunca é apenas
da fala, seria tão mais simples se fosse, mas é preciso silenciar primeiro a
mente, porque é ela quem comanda todo o resto. A mente por si só já faz muito
barulho, incomoda e muitas vezes faz do seu senhor seu escravo, não dando paz,
sossego e autonomia. Ela manda e desmanda num som ensurdecedor. E todos
sentimos que é preciso se alforriar, se fazer senhor de fato, tomar as rédeas
da própria vida, do nosso pensar, do nosso querer, das nossas emoções e ações.
Mas para isso, é imprescindível aquietar e dominar a mente, muitas vezes
insana, incoerente.
O silêncio é forte, é
decisivo na nossa vida. É ele que nos faz pensar com clareza, aceitar os fatos,
compreender o até então incompreendido. O outro faz silêncio e nos obriga a
silenciar também e a repensar tudo. É incrível como o silêncio nos desperta
para a vida. E é assim que também funciona com a gente para a gente mesmo.
Confuso? Então vou explicar. É no silêncio que nos descobrimos, que fazemos
contato com a nossa essência, que transcendemos.
O silêncio diz muito sem
precisar dizer nada. Basta apenas escutá-lo para compreender tudo. O difícil está
aí, no escutá-lo, porque para escutar é necessário calar, silenciar. É um
exercício que necessita ser praticado com calma e perseverança. Não basta calar
a boca, é preciso também calar a mente, caso contrário a escuta é boicotada,
fica sempre incompleta.
Há o silêncio que
castiga. Tem pessoas que usam o silêncio para este fim. Há também os que se
escondem atrás do silêncio. Mas há aqueles que libertam e são libertados pelo
silêncio.
Agora silencie um pouco,
respire pausadamente, observe a sua mente e o seu corpo no silêncio. Apenas
isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário