quinta-feira, 7 de maio de 2020

O silêncio: quando o nada é tudo

"Se desejamos avançar além das superficialidades de nossa cultura... precisamos estar dispostos a descer aos silêncios renovadores."
(Na capa de uma edição do tabloide Prana)
Prosseguindo com a prática de postar mensagens alusivas a datas comemorativas que eu considere significativas, neste Dia do Silêncio, segue um texto publicado em um tablóide intitulado Ganesha, uma publicação mensal que era distribuída gratuitamente em lojas de produtos naturais e / ou esotéricos. Intitulado "O silêncio: quando o nada é tudo" ele é atribuído a Sandra Rosenfeld, nele apresentada como - Consultora em Qualidade de Vida Pessoal e no Trabalho, e foi publicado na edição de março ou de abril de 2008. Por que a dúvida? Porque no recorte que guardei não há a parte que identifica a data de publicação. Tendo nele ficado uma parte que divulga um evento que ocorreria de 10 a 12 de abril de 2008, deduzo que o texto tenha sido publicado na edição de março ou de abril de 2008.
O silêncio: quando o nada é tudo
Não há som mais perturbador, mais intimidador, mais barulhento e muitas vezes irritante do que o silêncio. No entanto, também não há som mais apaziguador, mais intimista, mais aconchegante, mais nobre do que o silêncio.
O silêncio é assim duo e ao mesmo tempo uno. É carrasco e salvador. Dependendo sempre da ocasião. Entre amores, o silêncio pode ser devastador quando no meio de uma discussão uma das partes silencia, não retruca, não diz que sim nem que não, simplesmente cala e assim o outro fica ali perplexo, irritado, se sentindo desprezado, confuso. Este mesmo silêncio, não, este mesmo não, mas o silêncio, na mesma situação, pode fazer a grande diferença e aproximar, pelo encanto do vazio, quando verdadeiro. É quando o silêncio aconchega, traz para perto, compreende, aceita, perdoa.
O silêncio nunca é apenas da fala, seria tão mais simples se fosse, mas é preciso silenciar primeiro a mente, porque é ela quem comanda todo o resto. A mente por si só já faz muito barulho, incomoda e muitas vezes faz do seu senhor seu escravo, não dando paz, sossego e autonomia. Ela manda e desmanda num som ensurdecedor. E todos sentimos que é preciso se alforriar, se fazer senhor de fato, tomar as rédeas da própria vida, do nosso pensar, do nosso querer, das nossas emoções e ações. Mas para isso, é imprescindível aquietar e dominar a mente, muitas vezes insana, incoerente.
O silêncio é forte, é decisivo na nossa vida. É ele que nos faz pensar com clareza, aceitar os fatos, compreender o até então incompreendido. O outro faz silêncio e nos obriga a silenciar também e a repensar tudo. É incrível como o silêncio nos desperta para a vida. E é assim que também funciona com a gente para a gente mesmo. Confuso? Então vou explicar. É no silêncio que nos descobrimos, que fazemos contato com a nossa essência, que transcendemos.
O silêncio diz muito sem precisar dizer nada. Basta apenas escutá-lo para compreender tudo. O difícil está aí, no escutá-lo, porque para escutar é necessário calar, silenciar. É um exercício que necessita ser praticado com calma e perseverança. Não basta calar a boca, é preciso também calar a mente, caso contrário a escuta é boicotada, fica sempre incompleta.
Há o silêncio que castiga. Tem pessoas que usam o silêncio para este fim. Há também os que se escondem atrás do silêncio. Mas há aqueles que libertam e são libertados pelo silêncio.
Agora silencie um pouco, respire pausadamente, observe a sua mente e o seu corpo no silêncio. Apenas isso.

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