Dividir as pessoas em dois grupos, em função de como se comportam
em relação a questões sutilmente propostas por essa coisa denominada vida, é
uma prática bastante comum da maioria dos integrantes da dita espécie
inteligente do universo. Por enxergar no comportamento dos protagonistas da postagem
anterior (realizarem algo do qual não obterão benefício, mas que
beneficiando aos que os sucederem beneficiarão a própria sociedade como um
todo) algo alinhado com uma ideia que há muito desejo espalhar, esta sucede àquela.
Qual é a ideia que há
muito desejo espalhar? A ideia de que uma das maiores questões da vida é decidir
como comportar-se em relação a "aceitar que a construção de um mundo que
preste é uma tarefa que exige a participação de todos os que nele estejam".
Afinal, como digo em meu perfil no blog, "sou alguém que acredita que a
qualidade de uma sociedade é resultado das ações de todos os seus componentes".
"Aceitar que a construção
de um mundo que preste é uma tarefa que exige a participação de todos os que
nele estejam.", eis uma questão que, sutilmente proposta pela vida, divide
as pessoas em dois grupos: o das que não aceitam e o das que aceitam. Por que
cito primeiro o grupo das que não aceitam? Porque, no meu entender, ou melhor,
no meu constatar, esse é assustadoramente maior do que o outro. É
impressionante a quantidade de pessoas cujo comportamento demonstra claramente a
não aceitação de que a qualidade de uma sociedade é resultado das ações de
todos os seus componentes.
Não aceitação que leva
tais pessoas a viverem apenas em função de seus egoísticos interesses e a considerarem
tudo e todos nada mais do que matéria-prima a ser usada da forma que elas bem
(ou seria mal?) entenderem. A viverem considerando que, por uma questão de
meritocracia, a umas cabem apenas os direitos enquanto a outras cabem apenas os
deveres. A viverem de uma forma que, por uma questão de merecimento (algo que
não deve ser confundido com meritocracia), gera nesta insana sociedade uma
série interminável de males, pois, toda e qualquer coisa que ocorre com uma
sociedade (mesmo as coisas mais deploráveis) é algo que ela, como um todo, fez
por merecer.
Fazer por merecer! Eis a causa de todos os
males de uma sociedade; e também a chave para deles livrar-se e, coletivamente,
construir uma sociedade que preste. "A boa sociedade não é uma dádiva, mas
trata-se de um processo de construção coletivo.", eis
uma afirmação (encontrada em um livro intitulado Magia
& Gestão – Aprendendo a ReAdministrar sua Vida Pessoal, de autoria de
Geraldo R. Caravantes e Wesley E. Bjur) com a qual concordam plenamente os
integrantes do segundo (e, infelizmente, menor) dos dois grupos citados dois
parágrafos acima. O pequeno grupo das pessoas que "Aceitam que a
construção de um mundo que preste é uma tarefa que exige a participação de
todos os que nele estejam.".
Por que considero que decidir como
comportar-se em relação a "Aceitar que a construção de um mundo que preste
é uma tarefa que exige a participação de todos os que nele estejam." seja uma
das maiores questão da vida? Porque os caminhos seguidos por nossos pensamentos
e por nossas ações são diametralmente opostos, conforme aceitemos ou não a
proposta que nos é feita na referida questão. Porque é ao decidir por quais
caminhos seus pensamentos e suas ações seguirão que os integrantes de uma
sociedade decidem a que tipo de mundo eles desejam chegar.
A um mundo onde reinem a paz e a harmonia, provenientes
do convívio entre indivíduos que consideram-se integrantes de um todo que os
une e no qual há lugar para todos os que nele estejam. Ou a um mundo onde
reinem uma violência e uma desarmonia cada vez maiores, provenientes de uma insuportável
proximidade entre indivíduos que consideram-se separados, em uma feroz
competição pela própria sobrevivência e no qual a cada dia haverá menos lugares para todos os
que nele estejam.
Plantadores de tâmaras! Será que é possível
construir algo que faça jus ao termo civilização sem contar com uma quantidade
considerável de indivíduos dotados da mentalidade dos plantadores de tâmaras?
No meu entender, não. Portanto, que tal passarmos a viver em conformidade com
tal mentalidade? Que tal tornar-se um (a) plantador (a) de tâmaras?
O que o parágrafo acima tem a ver com esta
postagem? Afinal, foi com ele que terminei a postagem anterior. Por que o
repito nesta? Pela afinidade que enxergo entre as duas. Conforme é dito no
primeiro parágrafo desta postagem, foi por enxergar no comportamento dos
plantadores de tâmaras algo alinhado com o que é dito nesta que
esta sucedeu àquela. Além do mais, no meu entender, ele presta-se a uma
excelente paráfrase para encerrar esta.
Pessoas que "aceitem que a construção de
um mundo que preste é uma tarefa que exige a participação de todos os que nele
estejam"! Será que é possível construir algo que faça jus ao termo
civilização sem contar com uma quantidade considerável de indivíduos dotados da
mentalidade desse tipo de pessoas? No meu entender, não. Portanto, que tal
passarmos a viver em conformidade com tal mentalidade? Que tal tornar-se um (a)
aceitador (a) da ideia de que a construção de um mundo que preste é uma tarefa que
exige a participação de todos os que nele estejam?
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