sexta-feira, 8 de julho de 2016

Reflexões provocadas por "Como curar o planeta"

Com a intenção de evitar mais uma postagem do tipo "Reflexões provocadas por", tentei incluir na própria postagem as reflexões provocadas pelo texto nela apresentado. Tentativa que não obteve êxito, pois, devido à quantidade de reflexões, a postagem ultrapassaria o tamanho limite por mim estabelecido com a finalidade de não desestimular sua leitura nestes tempos em que, para uma grande quantidade de pessoas, qualquer coisa que excede 140 caracteres é considerada um tratado. Sendo assim, seguem as reflexões provocadas por Como curar o planeta.
"O pavoroso desperdício de se manter um exército e se preparar para a guerra é uma outra forma de atividade condenável que, se terminasse, poderia imediatamente ajudar a elevar muitos milhões de pessoas acima da linha de pobreza." - afirma Radha Burnier (os negritos são meus). Afirmação que me faz lembrar a seguinte passagem de um livro intitulado O tiro e o alvo, de autoria de Horácio Soares Neto.
"A ideia de alcançar a segurança nacional através de armamento, no presente estado da técnica militar, é uma ilusão desastrosa." – afirmava Einstein em 1954. Pelo que se vê, seu pensamento continua válido no terceiro milênio.
(...) E dizer que tudo poderia ser resolvido de modo mais inteligente, simples, humano, viável e barato pela via diplomática e pelo poder econômico (e não bélico). Impondo a diplomacia da generosidade dos mais fortes e bombardeando o inimigo com mísseis de fartura, tecnologia e entretenimento. Mas para isso seria necessário um ingrediente raro em certos gabinetes: sabedoria. Só no Iraque, por exemplo, os Estados Unidos queimaram vários trilhões de dólares, importância muitas vezes superior ao PIB (Produto Interno Bruto) daquele país.
Outra opinião em conformidade com o que é dito nos três parágrafos anteriores, está expressa nas seguintes palavras do arquiteto e urbanista Luiz Fernando Janot extraídas de seu artigo publicado na edição de 21 de novembro de 2015 do jornal O Globo.
"Estejam certos de que tanto o terrorismo quanto a violência urbana jamais serão derrotados por intervenções exclusivamente de caráter militar. Há que se planejar as cidades para torná-las mais humanas e livres de qualquer espécie de exclusão social e racial. Propiciar o acesso aos novos meios tecnológicos e aos investimentos produtivos parece ser um dos meios para garantir um futuro digno para as camadas mais pobres e desassistidas da população. Demonstrar o papel relevante da cultura para o desenvolvimento pessoal de cada indivíduo e da própria sociedade é tarefa indispensável para enfrentar os atuais radicalismos que permeiam a vida cotidiana em nossas cidades."
Radha Burnier, Albert Einstein, Horácio Soares Neto e Luiz Fernando Janot, indivíduos com atividades diferentes, em épocas e lugares diferentes, mas com ideias que têm tudo a ver, fato que deve despertar em nós, pelo menos, uma centelha de sabedoria para dar atenção ao que dizem. Sabedoria! Aquele ingrediente que, conforme é dito por Horácio Soares (três parágrafos acima) é algo raro em certos gabinetes. Sabedoria! Uma das três coisas cujo paradeiro despertou em T. S. Eliot (1888 – 1965), ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1948, um conhecido questionamento. "Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?", é uma das frases de tal questionamento. Na segunda metade da postagem Reflexões provocadas por "Nossa sociedade da 'era industrial' é o problema" são citadas as três frases.
"É fácil dizer que a pobreza é resultado da preguiça; é conveniente acreditar que o que se ganha é por merecimento, mesmo quando o ganho excede enormemente as necessidades ou resulta da exploração dos mais fracos.". (os negritos são meus)
Impressiona-me demais a capacidade que tem a autodenominada espécie inteligente do universo para, em detrimento do que é certo, agir em prol do que lhe é conveniente! Ô raça!
"A riqueza não tem significado além de um certo ponto"; a segurança não depende de se possuir milhões ou bilhões, ou de se viver em mansões ou em palácios." - afirma Radha Burnier (os negritos são meus). Afirmação que me faz lembrar algo dito pelo protagonista do filme Forrest Gump - O Contador de Histórias: "Mamãe dizia que um homem só precisa de um pouco de dinheiro ... e o restante é só para se mostrar". Aquela mãe sabia das coisas!
"Todos aqueles que possuem devem compartilhar com aqueles que não possuem, sem exceções nem desculpas. Para curar o planeta é preciso compreender que o bem-estar de todas as pessoas está interligado." (os negritos são meus)
Sendo assim, se considerarmos que "O elemento comum de tudo é a interdependência.", creio que seja fácil "compreender que o bem-estar de todas as pessoas está interligado.". Aliás, não só o bem-estar, mas também o mal-estar. Compreendido?

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