quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A mentira que vivemos (final)

Continuação de sexta-feira

É engraçado pensar que os seres humanos uma vez pensaram que a Terra era o centro do universo. Mas, então, agora vemos a nós mesmos como o centro do planeta. Apontamos para a nossa tecnologia e dizemos que somos os mais inteligentes. Mas computadores, carros e fábricas realmente mostram o quão inteligentes nós somos? Ou será que eles mostram o quão preguiçosos nos tornamos? Nós colocamos esta máscara "civilizada". Mas quando você remove-a o que nós somos?
A rapidez com que nos esquecemos que apenas nos últimos cem anos permitimos o voto feminino; permitimos aos negros viverem como iguais. Agimos como se fossemos seres que sabem tudo, mas ainda há muito que não conseguimos ver. Andamos pela rua ignorando todas as pequenas coisas. Os olhos que olham fixamente. As histórias que eles compartilham. Vendo tudo como um fundo para "mim".
Talvez temamos não estar sozinhos. Que sejamos uma parte de uma imagem muito maior. Mas não conseguimos fazer a conexão. Estamos conformados matando porcos, vacas, galinhas, estranhos de terras estrangeiras. Mas não os nossos vizinhos, não os nossos cães, nossos gatos, aqueles que aprendemos a amar e entender. Chamamos outras criaturas de estúpidas e ainda apontamos para eles para justificar nossas ações. Mas será que matando simplesmente porque podemos, torna isso certo? Ou isso mostra o quão pouco nós aprendemos? Continuamos a agir primitivamente, em vez de pensar e ter compaixão.
Um dia, essa sensação que chamamos vida vai nos deixar. Nossos corpos apodrecerão, nossos objetos de valor serão recolhidos. Permanecerão todas as ações do passado. A morte nos rodeia constantemente, mas ainda parece tão distante da nossa realidade cotidiana. Vivemos em um mundo à beira do colapso. As guerras de amanhã não terão vencedores. Pela violência nunca haverá resposta; ela destruirá todas as soluções possíveis.
Se todos nós olharmos para o nosso desejo mais íntimo, nós veremos que nossos sonhos não são tão diferentes. Nós compartilhamos um objetivo comum. Felicidade. Destruímos o mundo em busca de alegria, sem nunca olhar para dentro de nós mesmos. Muitas das pessoas mais felizes são aquelas que possuem pouco. Mas será que estamos realmente muito felizes com nossos iPhones, nossas grandes casas, nossos carros de luxo?
Tornamo-nos desconectados. Idolatrando pessoas que nunca conhecemos. Testemunhamos o extraordinário nas telas, mas o ordinário em qualquer outro lugar. Esperamos que alguém traga mudança, sem nunca pensar em mudar a nós mesmos.
As eleições presidenciais poderiam muito bem ser um sorteio. São dois lados da mesma moeda. Escolhemos a face que queremos e a ilusão da escolha, da mudança é criada, mas o mundo permanece o mesmo. Não percebemos que os políticos não nos servem; que eles servem àqueles que os financiam no poder.
Precisamos de líderes, não de políticos. Mas neste mundo de seguidores, nos esquecemos de liderar nós mesmos. Pare de esperar pela mudança, e seja a mudança que você quer ver. Não chegamos a este ponto sentados sobre nossas bundas. A raça humana sobreviveu não porque somos os mais rápidos ou os mais fortes, mas porque trabalhamos juntos.
Dominamos o ato de matar. Agora vamos dominar a alegria de viver.
Não se trata de salvar o planeta. O planeta estará aqui quer estejamos ou não. A Terra já existe a bilhões de anos, cada um de nós será sortudo se durar oitenta. Somos um flash no tempo, mas o nosso impacto é para sempre.
Muitas vezes eu queria viver em uma época antes dos computadores, quando não tínhamos telas para nos distrair. Mas eu percebo que há uma razão pela qual esta é a única vez que eu quero estar vivo. Porque aqui, hoje, temos uma oportunidade que nunca tivemos antes. A internet nos dá o poder de compartilhar uma mensagem e unir milhões ao redor do mundo. Enquanto ainda podemos, devemos usar nossas telas para nos reunir, ao invés de nos afastar.
Para melhor ou pior, nossa geração irá determinar o futuro da vida neste planeta. Podemos, ou continuar a servir a este sistema de destruição até que nenhuma memória de nossa existência permaneça. Ou podemos acordar. Perceber que não estamos evoluindo, mas caindo... Só temos telas em nossos rostos por isso não vemos para onde estamos focando.
Este momento presente é o que cada passo, cada respiração e cada morte provocaram. Somos os rostos de todos os que vieram antes de nós. E agora é a nossa vez. Você pode escolher esculpir o seu próprio caminho ou seguir a estrada que inúmeros outros já seguiram.
A vida não é um filme. O roteiro ainda não foi escrito. Nós somos os escritores.
Esta é a sua história, a história deles, nossa história.
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Para quem ainda não esteja entorpecido, creio que o vídeo de Spencer Cathcart seja instigante demais. Sendo assim, a leitura do texto tornou-se algo inevitável. E passar da leitura para a reflexão foi ainda mais inevitável.

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