Continuação de sexta-feira
É engraçado pensar que
os seres humanos uma vez pensaram que a Terra era o centro do universo. Mas, então,
agora vemos a nós mesmos como o centro do planeta. Apontamos para a nossa
tecnologia e dizemos que somos os mais inteligentes. Mas computadores, carros e
fábricas realmente mostram o quão inteligentes nós somos? Ou será que eles
mostram o quão preguiçosos nos tornamos? Nós colocamos esta máscara
"civilizada". Mas quando você remove-a o que nós somos?
A rapidez com que nos
esquecemos que apenas nos últimos cem anos permitimos o voto feminino;
permitimos aos negros viverem como iguais. Agimos como se fossemos seres que sabem
tudo, mas ainda há muito que não conseguimos ver. Andamos pela rua ignorando
todas as pequenas coisas. Os olhos que olham fixamente. As histórias que eles
compartilham. Vendo tudo como um fundo para "mim".
Talvez temamos não
estar sozinhos. Que sejamos uma parte de uma imagem muito maior. Mas não
conseguimos fazer a conexão. Estamos conformados matando porcos, vacas,
galinhas, estranhos de terras estrangeiras. Mas não os nossos vizinhos, não os
nossos cães, nossos gatos, aqueles que aprendemos a amar e entender. Chamamos
outras criaturas de estúpidas e ainda apontamos para eles para justificar
nossas ações. Mas será que matando simplesmente porque podemos, torna isso
certo? Ou isso mostra o quão pouco nós aprendemos? Continuamos a agir
primitivamente, em vez de pensar e ter compaixão.
Um dia, essa sensação
que chamamos vida vai nos deixar. Nossos corpos apodrecerão, nossos objetos de
valor serão recolhidos. Permanecerão todas as ações do passado. A morte nos
rodeia constantemente, mas ainda parece tão distante da nossa realidade
cotidiana. Vivemos em um mundo à beira do colapso. As guerras de amanhã não
terão vencedores. Pela violência nunca haverá resposta; ela destruirá todas as
soluções possíveis.
Se todos nós olharmos
para o nosso desejo mais íntimo, nós veremos que nossos sonhos não são tão
diferentes. Nós compartilhamos um objetivo comum. Felicidade. Destruímos o
mundo em busca de alegria, sem nunca olhar para dentro de nós mesmos. Muitas
das pessoas mais felizes são aquelas que possuem pouco. Mas será que estamos
realmente muito felizes com nossos iPhones, nossas grandes casas, nossos carros
de luxo?
Tornamo-nos
desconectados. Idolatrando pessoas que nunca conhecemos. Testemunhamos o
extraordinário nas telas, mas o ordinário em qualquer outro lugar. Esperamos
que alguém traga mudança, sem nunca pensar em mudar a nós mesmos.
As eleições
presidenciais poderiam muito bem ser um sorteio. São dois lados da mesma moeda.
Escolhemos a face que queremos e a ilusão da escolha, da mudança é criada, mas
o mundo permanece o mesmo. Não percebemos que os políticos não nos servem; que
eles servem àqueles que os financiam no poder.
Precisamos de líderes,
não de políticos. Mas neste mundo de seguidores, nos esquecemos de liderar nós
mesmos. Pare de esperar pela mudança, e seja a mudança que você quer ver. Não
chegamos a este ponto sentados sobre nossas bundas. A raça humana sobreviveu
não porque somos os mais rápidos ou os mais fortes, mas porque trabalhamos
juntos.
Dominamos o ato de
matar. Agora vamos dominar a alegria de viver.
Não se trata de salvar
o planeta. O planeta estará aqui quer estejamos ou não. A Terra já existe a
bilhões de anos, cada um de nós será sortudo se durar oitenta. Somos um flash
no tempo, mas o nosso impacto é para sempre.
Muitas vezes eu queria
viver em uma época antes dos computadores, quando não tínhamos telas para nos
distrair. Mas eu percebo que há uma razão pela qual esta é a única vez que eu
quero estar vivo. Porque aqui, hoje, temos uma oportunidade que nunca tivemos
antes. A internet nos dá o poder de compartilhar uma mensagem e unir milhões ao
redor do mundo. Enquanto ainda podemos, devemos usar nossas telas para nos
reunir, ao invés de nos afastar.
Para melhor ou pior,
nossa geração irá determinar o futuro da vida neste planeta. Podemos, ou
continuar a servir a este sistema de destruição até que nenhuma memória de
nossa existência permaneça. Ou podemos acordar. Perceber que não estamos
evoluindo, mas caindo... Só temos telas em nossos rostos por isso não vemos
para onde estamos focando.
Este momento presente
é o que cada passo, cada respiração e cada morte provocaram. Somos os rostos de
todos os que vieram antes de nós. E agora é a nossa vez. Você pode escolher
esculpir o seu próprio caminho ou seguir a estrada que inúmeros outros já seguiram.
A vida não é um filme.
O roteiro ainda não foi escrito. Nós somos os escritores.
Esta é a sua história,
a história deles, nossa história.
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Para quem ainda não
esteja entorpecido, creio que o vídeo de Spencer Cathcart seja instigante
demais. Sendo assim, a leitura do texto tornou-se algo inevitável. E passar da
leitura para a reflexão foi ainda mais inevitável.
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