"Quando eu comecei a sentir compaixão das
pessoas da clínica, dos empregados das floriculturas, e de todas essas pessoas
que queriam saber de mim, eu comecei a mudar por dentro.", diz Tenzin. E
ao mudar por dentro, "o câncer se foi, pois, não podia mais viver num
corpo tão cheio de amor". Mudar por dentro, eis a explicação - não
percebida pelo doutor - para a cura de Tenzin. Mudar por dentro, eis a receita
para cada um de nós "aprender a amar novamente" e amando contribuir
para tornar esta sociedade algo "tão cheio de amor" que os
"cânceres" por desventura nela existentes desistam de nela
permanecerem. All you need is love, diz
uma belíssima canção. Mudança interna, eis a solução!
Lançando
mão de uma prática usada em antigos seriados e novelas - iniciar um
novo capítulo repetindo as cenas finais do anterior - esta postagem
começa repetindo o último parágrafo da anterior. Feito isto, segue mais um maravilhoso texto de Pedro Tornaghi, astrólogo, professor de meditação e escritor. Um texto publicado na edição de novembro de 2012 do tabloide Pôr do Sol com o título Mudança Interna e Harmonia Ecológica e que tem tudo a ver com o desfecho da postagem anterior.
Mudança Interna e Harmonia Ecológica
Tantos tentam salvar o
mundo e ele continua insistentemente cada dia mais perto da destruição das
condições de vida humana. E nos perguntamos: onde falha o esforço de tantas pessoas bem intencionadas? Em caras reuniões internacionais tentam-se legislações que impeçam a emissão de gases e o desmatamento, ensaiam-se acordos objetivos que freiem as mais diversas formas de destruição do habitat natural da vida...
O engano está exatamente no foco em providências objetivas. É mais fácil imaginar que com legislações e tratos sociais vamos resolver o problema. Mas para resolvê-lo é preciso saber antes onde ele se origina e, assim, conseguir tratá-lo desde a raiz.
Quem destrói a vida certamente é o homem, isso, todos concordam. Então por que não começar tentando entendê-lo?
O homem viveu cerca de quatro milhões de anos como caçador coletor. Ou seja, sobreviviam melhor os que tivessem capacidade de correr atrás de suas presas. Era uma questão de sobrevivência. Quatro milhões de anos criando um instinto, o de caçador. Nos últimos dez mil anos, com o surgimento da civilização, os mais preparados para sobreviver passaram a ser aqueles que possuíam terras. Seres sedentários passaram a mandar no planeta. Mas, o que foi feito do instinto de caçador?
Nada. Ele continua onde sempre esteve. Nas entranhas e nas garras do ser humano, que ainda não sabe como lidar com ele nas novas circunstâncias. Por vezes esse instinto surge no rapaz que trata agressivamente a moça que passa querendo fazer dela sua caça, por vezes quando uma pequena multidão resolve linchar um menino que assaltou uma casa, outras vezes numa torcida que se digladia com outra no estádio, ou em um louco que joga um avião sobre o prédio do "inimigo". Ou muito comumente, em rapazes que se armam de fuzis nas comunidades carentes e assaltam e aterrorizam, criando um pandemônio para todos nós.
O instinto caçador quer ver sangue. É só reparar o quanto reúne curiosos um acidente de automóvel ou uma pessoa morta estirada na rua para constatarmos o quanto a morte mobiliza os passantes.
O instinto do caçador se transformou em um instinto destruidor. E, se manifesta - consciente ou inconscientemente - nos mais diversos níveis. É ele quem está por trás do impulso autodestrutivo do homem. É ele quem está por trás também dos pequenos ou grandes desrespeitos cotidianos à natureza.
Se quisermos desarmar a bomba, precisamos ir até ela. Só com o conhecimento da subjetividade seremos capazes de reverter o sentido que temos dado ao nosso "impulso evolutivo". Só mergulhando mais fundo em nós mesmos do que as raízes do comportamento destrutivo, poderemos inverter o processo. Só com a popularização de todas as terapias, métodos de autoconhecimento, técnicas de meditação e etc, poderemos sensibilizar o homem. E o homem capaz de sentir verdadeira e plenamente a fragrância de uma rosa, dificilmente será capaz de apertar o botão de uma bomba atômica. O homem de plena sensibilidade respeita o meio ambiente não porque aprendeu que isso é o certo, ético ou por que a lei manda, ou por querer ser "direitinho" com a sociedade. Ele respeita as sensibilidades em volta, por que se identifica com elas. Ele respeita a vida por que pode tolerá-la em si, por que pode desfrutá-la plenamente.
A verdadeira revolução, se possível for, não se dará pelas armas, mas pela compreensão. E essa virá do empenho individual - e intransferível - de cada um por conhecer e pacificar o seu universo interno. O dia em que estivermos equilibrados internamente, nossos atos certamente contribuirão para o equilíbrio externo.
Se você é uma das almas sensíveis com desejos sinceros de salvar o planeta, comece por salvar a si mesmo, e terá feito muito. Comece por fazer uma revolução interna. Por mergulhar nas profundas águas de seu mundo subjetivo, e permitir que as coisas aí dentro se ordenem. E, você vai se surpreender em como muitas e tantas coisas vão começar a - espontaneamente - se ordenar em volta de você. Essa maneira pode parecer trabalhosa, longa, desafiante e até perigosa, mas é a única capaz de realmente mudar - para melhor - a sua vida e a do planeta.
Não percebemos que fazemos com o planeta o que fazemos conosco mesmos. Se não desarmarmos o que há de belicoso em nosso espírito, continuaremos, consciente ou inconscientemente, rápida ou demoradamente, a colaborar com a destruição do planeta. Trabalhe-se internamente e você se perceberá dando a melhor contribuição que pode dar por um mundo e uma vida melhor.
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"A verdadeira revolução, se possível for, (...) virá do empenho individual - e intransferível - de cada um por conhecer e pacificar o seu universo interno. O dia em que estivermos equilibrados internamente, nossos atos certamente contribuirão para o equilíbrio externo. Se você é uma das almas sensíveis com desejos sinceros de salvar o planeta, comece por salvar a si mesmo, e terá feito muito. Comece por fazer uma revolução interna. (...) Essa maneira pode parecer trabalhosa, longa, desafiante e até perigosa, mas é a única capaz de realmente mudar - para melhor - a sua vida e a do planeta."
O parágrafo acima, elaborado exclusivamente
com trechos do texto de Pedro Tornaghi, visa chamar-lhes a atenção para a
afinidade entre esta postagem e a anterior. Os dois parágrafos abaixo
(elaborados da mesma forma que o anterior) visam despertar-lhes o interesse em
enxergar a afinidade entre esta e a próxima. Os grifos são meus.
"Tantos tentam salvar o mundo e ele continua insistentemente cada dia mais perto da destruição das condições de vida humana. (...) O engano está exatamente no foco em providências objetivas. É mais fácil imaginar que com legislações e tratos sociais vamos resolver o problema. Mas para resolvê-lo é preciso saber antes onde ele se origina e, assim, conseguir tratá-lo desde a raiz. Quem destrói a vida certamente é o homem, isso, todos concordam. Então por que não começar tentando entendê-lo? Se quisermos desarmar a bomba, precisamos ir até ela. Só com o conhecimento da subjetividade seremos capazes de reverter o sentido que temos dado ao nosso "impulso evolutivo". Só mergulhando mais fundo em nós mesmos do que as raízes do comportamento destrutivo, poderemos inverter o processo.(...) O homem de plena sensibilidade respeita o meio ambiente não porque aprendeu que isso é o certo, ético ou por que a lei manda, ou por querer ser "direitinho" com a sociedade. Ele respeita as sensibilidades em volta, por que se identifica com elas. Ele respeita a vida por que pode tolerá-la em si, por que pode desfrutá-la plenamente."
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