Diante do fato de estar vivenciando a primeira edição de uma Copa
do Mundo FIFA, disputada após a criação deste blog, com a intenção de não desviar
para este (rsrsrs) as atenções que neste período devem estar inteiramente
voltadas para esse evento que promove o esporte do qual depende o próprio futuro
da humanidade, pois, (segundo uma propaganda lançada há aproximadamente oito meses) a posse
deste planeta será decidida em um confronto futebolístico entre terráqueos e
extraterrestres, a opção que me restou foi interromper a publicação de
postagens.
Porém, considerando
que entre os leitores deste blog pode existir quem não aprecie futebol ou quem
esteja com vontade de fazer uma espécie de desintoxicação dessa overdose
futebolística, pois overdoses costumam ser prejudiciais e dependendo de qual
seja a substância usada elas podem ser até fatais, resolvi aproveitar este dia
"enforcado" entre o término da primeira fase da Copa e o início da segunda,
para publicar esta postagem.
Usar a dose adequada
do que quer que seja é uma das grandes sabedorias da vida, e foi em
conformidade com a ideia de estimular o uso da dose certa que escolhi o tema
desta postagem. Nada em demasia, tudo na dose certa, eis a ideia passada pela
postagem.
Foi no longínquo ano
1987 (faz tempo, hein!), em um módulo de um programa denominado CASI – Curso Avançado de Sistemas de Informações, que pela primeira vez ouvi
falar da Regra Número 6. Ouvi e
jamais esqueci, até porque conhecer tal regra significou descobrir a existência
de uma regra que respaldava algo que há muito tempo eu já praticava. O que diz
tal regra? "Não se leve demasiadamente a sério". Regra da qual
derivam dois corolários: "Não leve ninguém demasiadamente a sério" e
"Não leve nada demasiadamente a sério". Indagado sobre quais são as
outras regras, o instrutor respondeu que não existem outras. Encerrado aquele
módulo, afixei no espaço que me era concedido no local de trabalho um
"lembrete" contendo a regra e os dois corolários.
E quatorze anos se
passaram até um reencontro com uma referência àquela regra. Foi em 2001, em um
livro intitulado A Arte da Possibilidade,
de Benjamin Zander e Rosamund Stone Zander, que encontrei em um expositor na biblioteca
existente na empresa em que eu trabalhava. Atraído pelo título, peguei-o, dei
uma olhada no índice, descobri que seus capítulos são denominados "As
Práticas" e que a sexta prática tem o seguinte título A Regra Número 6. São de tal livro os cinco
próximos parágrafos.
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Dois
primeiros-ministros estavam sentados um uma sala discutindo assuntos de Estado.
Repentinamente um homem entrou, em um apoplético estado de fúria, batendo com
força seu punho na mesa. O primeiro-ministro local o reprovou:
"Peter", disse, "lembre-se gentilmente da Regra Número 6", com o que Peter instantaneamente restabeleceu
uma completa calma, desculpou-se e saiu. Os políticos reiniciaram as
conversações, mas foram novamente interrompidos vinte minutos depois com uma
mulher histérica, que gesticulava agressivamente com os cabelos arrepiados.
Mais uma vez o invasor foi recebido com as palavras: "Marie, por favor,
lembre-se da Regra Número 6". A
mais completa calma sobreveio, e ela da mesma forma se retirou com uma
reverência e desculpas.
Quando esta cena se
repetiu pela terceira vez, o primeiro-ministro em visita perguntou a seu
colega: "Meu caro amigo, já vi muitas coisas em minha vida, mas nada tão
notável quanto isso. Você poderia compartilhar comigo o segredo dessa
misteriosa Regra Número 6?" "Muito
simples, respondeu o primeiro-ministro local. "A Regra Número 6 é ‘Não se
leve tão a sério’." "Ah", disse o visitante, "esta é uma
regra excelente." Então, após ponderar por uns instantes perguntou,
"E quais, devo perguntar, são as outras regras?"- "Não existem
outras."
Tenho recebido muitos
convites para dar palestras sobre liderança em diversos lugares e, certa vez
contei a história da Regra Número 6
para um grupo de executivos de uma empresa européia. Alguns meses depois,
quando retornei à mesma cidade, estava perto da empresa e fui convidado pelo
presidente para visitá-lo. Fiquei imensamente surpreso ao ver sobre a mesa dele
uma placa virada para sua cadeira, com as seguintes palavras, Lembre-se da Regra número 6. (palavras
de Benjamin Zander, um dos autores do livro).
O presidente me contou
que havia uma placa similar a essa em cada uma das mesas dos gerentes da
empresa, com a inscrição em ambas as faces. Ele me disse que o clima de
colaboração e coleguismo resultante deste simples ato transformou a cultura da
empresa. (palavras de Benjamim Zander).
Humor e risos são o melhor caminho para nos unir em torno de nossas fraquezas, confusões e desentendimentos, sobretudo nos momentos em que nos enchemos de direitos e exigências, humilhamos os outros ou voamos no pescoço de alguém.
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Sim, humor e risos são o que melhor pavimentam
o caminho para que consigamos percorrer, satisfatoriamente, essa coisa chamada
vida. Sendo assim, a próxima postagem reforçará a importância do humor e do
riso em nossas vidas (nesta e nas outras). Postagem que pretendo publicar no próximo
dia em que não houver algum jogo da Copa, pois embora eu não esteja entre os
que acreditam que a posse deste planeta será decidida em um confronto
futebolístico entre terráqueos e extraterrestres, estou entre os que ainda apreciam um bom jogo de futebol. E
por bom jogo entendam um jogo que apresente um futebol bonito, seja disputado
de forma leal e não apresente interferência da arbitragem. Disputado de forma
leal e sem interferência da arbitragem, duas coisas cada vez mais difíceis
neste mundo onde o futebol é cada vez mais negócio e menos esporte.
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