Considerando que a
escolha do texto que ilustraria a mensagem alusiva ao Dia do Amigo fora feita antes da programação das postagens que
compõem a sequência iniciada com A face oculta do novo, resolvi usar a postagem Podemos ser como eles? (que encerraria [?] tal sequência) para fazer uma afirmação
provocativa para aqueles que, apesar da roda viva em que hoje se vive, ainda
conseguem ler com atenção. A afirmação é a seguinte: "Neste momento, interrompo
a minha programação de postagens que tenham a ver com a anterior, pois a
próxima será alusiva ao Dia do Amigo." Seria verdadeira tal afirmação? Publicada a próxima postagem, nenhum comentário
foi feito no blog, mas algumas respostas foram enviadas por e-mail e entre elas
apenas a da Valéria Mariz se refere à provocativa afirmação. Eis a íntegra da
resposta.
"Feliz dia do amigo, Guedes! Bonita mensagem. E ainda ligada ao tema das postagens anteriores!Faltam amigos verdadeiros - esse seria mais um fator a contribuir para a crescente taxa de suicídios? Sem dúvida, a distância imposta pela tecnologia também contribui. Paradoxalmente, viabiliza o contato com os que estão distantes e distancia o contato com os que estão próximos!Abraços,Valeria"
Ou seja, a resposta da Valéria parece
demonstrar que eu teria feito uma afirmação equivocada, pois, ao contrário do
que dissera, a referida postagem é ainda
ligada ao tema das postagens anteriores. Por que digo parece demonstrar?
Porque, a rigor, a afirmação não é equivocada, e eu explico. A afirmação é: Neste momento, interrompo a minha programação de postagens (...).
E é na palavra negritada na frase
anterior que começa a explicação. Interromper a minha programação seria interromper uma sequência iniciada em A face oculta do novo, uma postagem que contém
um artigo publicado na edição de 9 de junho de 2013 do jornal O Estado de S. Paulo. E com a data de
tal artigo prossegue a explicação. Antes do dia 9 de junho eu já escolhera a
mensagem alusiva ao Dia do Amigo,
pois em relação a postagens referentes a datas comemorativas abro mão da
intenção de ligá-las à postagem anterior.
Portanto, a ligação ao tema das postagens
anteriores, citada pela Valéria, não é resultado da minha programação, e sim de outras que eu acredito que existem,
pois, de alguma forma, tudo o que existe está ligado. E é por acreditar nisso que
resolvi usar aquela afirmação, aparentemente equivocada, com a finalidade de
levar as pessoas a perceberem que tudo está ligado, mesmo diante de afirmações negando
possíveis ligações.
Sendo assim, longe de ser um equívoco, a
penúltima frase da postagem Podemos ser como eles? é uma lúcida provocação visando aproveitar mais uma oportunidade para
defender a ideia expressa no título desta postagem: a percepção de que tudo está ligado. É mais uma tentativa de espalhar
a imprescindibilidade da adoção do Raciocínio Sistêmico (tema da quinta postagem deste blog, publicada em 14 de fevereiro
de 2011 e que vale a pena ler de vez em quando), pois se, realmente, quisermos
construir um mundo melhor, é imprescindível que todos desenvolvam tal raciocínio.
É a
percepção de que tudo está ligado que leva pessoas a seguirem a seguinte prática de William James: "Eu agirei como se minhas ações fizessem diferença." E nesta
civilização assolada por desgraças variadas, creio que a maior delas seja a falta de tal
percepção, pois é essa falta que origina as demais desgraças. E há desgraças demais! É por não perceber
que tudo está ligado que as pessoas, equivocadamente, agem como se suas ações não
fizessem diferença e consequentemente não contribuíssem para a construção e a manutenção
de tudo o que há de ruim nesta insana sociedade. Ou seja, independentemente de
as pessoas possuírem ou não a referida percepção, suas ações sempre fizeram e
sempre farão diferença em relação à qualidade da sociedade resultante das ações
de todos os seus componentes. Portanto, se ainda almejarmos viver em uma civilização
que faça jus a essa denominação, é imprescindível atuarmos em prol do
desenvolvimento de tal percepção, pois além do mais é a sua falta que mantém vivo e atuante aquele
que talvez seja o maior movimento existente neste planeta: o MSN - Movimento
dos Sem Noção.
Esclarecido o suposto equívoco e apresentada a defesa da ideia expressa no título da postagem, faço aqui
um breve comentário sobre a resposta da Valéria. Em uma reportagem que li há
alguns anos, era dito que, segundo um estudo feito nos EUA, os americanos
tinham cada vez menos amigos. No artigo que li recentemente (apresentado na
postagem A face oculta do novo) Lee
Siegel diz que os americanos estão se suicidando cada vez mais. A mensagem
passada pela história contada na postagem anterior - Amigos – passa a ideia que o nascimento de uma amizade é capaz de evitar uma
morte por suicídio. Portanto, baseando-se apenas no que foi dito neste
parágrafo, creio que já seja possível concordar com a opinião da Valéria. Ao distanciar o contato com os que estão próximos, a tecnologia
contribui para a falta de verdadeiros amigos e propicia o surgimento de mais um
fator a contribuir para a crescente taxa de suicídios. Vocês concordam?
Desfeito o equívoco, digo que da
mesma forma que a postagem do Dia do
Amigo independeria da antecedente, a de hoje independeria do recebimento de
algum comentário referente a provocativa afirmação, mas parece-me óbvio que a resposta
da Valéria contribui demais para fortalecer minha defesa da ideia expressa no
título desta postagem. Aliás, não é esta a primeira vez que recebo uma
excelente resposta da Valéria. Sobre uma delas conversei com ela solicitando-lhe
autorização para citá-la em uma postagem deste blog. Postagem que ainda não foi publicada
porque ainda não consegui inseri-la na minha
programação, mas que algum dia será publicada.
E para encerrar o assunto minha programação, e também a postagem, aqui vai mais uma
explicação. Na mesma postagem na qual foi dito que a próxima não teria a ver
com a anterior, foi dito também que a questão "Seria desejável ser como eles?"
era assunto para depois do Dia do Amigo.
E o que aconteceu? Tal postagem foi sucedida por A percepção de que tudo está
ligado. Sendo assim, alguém pode ter pensado: dessa vez ele fez uma promessa e
não cumpriu. Será? Será que "depois" significa imediatamente após? Bem, se
alguém pensou assim, aqui sim há um equívoco. Equívocos a parte, o certo é que,
se nenhuma outra interferir, pela minha
programação, a próxima postagem (prevista para a próxima terça-feira) apresentará o
texto "Queremos ser como eles?", do extraordinário Eduardo Galeano. Então, até terça.
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