Em plena era pré (pré-datado, pré-pago, pré-compra,
pré-venda, pré-estreia, pré-lançamento, pré-gasto, pré-sal, pré-etc.), em um
intervalo de uma semana, este blog publicou duas postagens intituladas Mensagem Pós-(...). É por essas e outras
que, não faz muito tempo, o amigo Adauto respondeu um e-mail dizendo o
seguinte: "Caro Guedes, Não recebi nenhum e-mail estranho de você, apenas
os "normalmente" estranhos com seus textos (rs rs rs). Continue seu
trabalho de nos instigar com ideias diferentes". Vocês acham que dá para discordar de tal resposta?
Como autênticas
mensagens pós elas não poderiam ser "pré-meditadas" e esta foi provocada
por uma mensagem bastante interessante envida pelo amigo Reinaldo Luz, no dia
29 de dezembro. Nela, entre outras coisas, ele diz que "não precisaríamos
esperar a conclusão de 'doze meses' para desejarmos coisas boas uns para os
outros, fazermos promessas para nós mesmos ou balanços de nossas vidas (que nem
sempre fecham débito com crédito!). Gostoso mesmo é se fizéssemos isso a cada
amanhecer."
Concordo com o Reinaldo
e acrescento uma ideia (cujo autor eu não lembro) que diz mais ou menos o
seguinte: "não devemos nos deitar sem antes examinar nossas ações e refletir sobre os erros e acertos que tivemos em cada um de nossos dias". Ou seja, os balanços de nossas vidas devem ser
diários, e não anuais. E a cada amanhecer, devemos repetir os acertos,
abandonar os erros e colocar em prática as promessas feitas a nós mesmos.
Quanto a desejarmos coisas boas uns para
os outros, lembro de Albert Schweitzer e digo que o que precisamos é ir
além de desejarmos; é fazermos coisas boas uns para outros. Como disse Martin
Luther King: "A pergunta mais premente da vida é: O que estou fazendo
pelos outros?" Fazer pelos outros precisa ser a nossa segunda ocupação.
Sim, "não
precisamos esperar a conclusão de 'doze meses'" para praticar as boas
coisas despertadas pelo "espírito" de chegada de um novo ano. Aliás, creio
que não precisamos não seja a melhor expressão, e sim não devemos, pois
enquanto tais coisas não passarem a ser praticadas durante todos os dias do ano
(ou pelo menos durante a maioria deles) nenhum novo ano será feliz. Ou seja, é
imprescindível que, após o réveillon, cada um se empenhe em manter vivas
dentro de si as boas intenções provocadas pelo efêmero acontecimento da passagem
de ano. Senão, a felicidade que se espera ter no novo ano será algo tão fugaz
quanto o próprio réveillon.
Na Mensagem Pós-natal com a qual encerrei as
postagens do ano de 2012, citei Albert Schweitzer e Carlos Drummond de Andrade
e volto a citá-los nesta Mensagem Pós-réveillon com a qual inicio o ano de 2013, pois se a ideia é ser
feliz creio que seja imprescindível refletir sobre as duas afirmações apresentadas
abaixo.
"Não sei qual é o nosso destino, mas de uma coisa eu tenho certeza: os únicos que conseguirão realmente ser felizes serão aqueles que tiverem tentado ver de que forma poderão servir, e que a tiverem encontrado". (Albert Schweitzer).
"Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre." (Carlos Drummond de Andrade)
Portanto, o que almejo
é que cada um desperte o Ano Novo que
cochila dentro de si e espera desde sempre, e consciente tente e encontre uma forma de servir, pois, no meu
entender, é esta a única maneira de ser
verdadeiramente feliz e de merecer um
ano-novo que mereça este nome. E que o gosto por aquela equivocada exclamação
"ninguém merece!" seja abandonado, pois nesta vida (e também em
outras) todos acabam tendo o que merecem.
Será que, nesta era
em que a maioria é fascinada pelo pré, eu consegui sensibilizá-los para refletir sobre a
importância do pós? Tomara que sim.
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