sexta-feira, 16 de março de 2012

Não é preguiça, é eficiência

Após mostrar (na postagem Reflexões provocadas por "A fábula dos porcos assados") o verdadeiro significado de bom senso, este blog desfaz um equívoco causado por ele (o bom senso). Ele que muitas vezes classifica como preguiça algo que é uma verdadeira demonstração de eficiência. É o que mostra um texto apresentado em uma edição especial da revista Super Interessante publicada em março de 2012 e reproduzido abaixo.
Não é preguiça, é eficiência
Se você tem um desafio, escolha o preguiçoso para resolvê-lo
- ele vai encontrar um meio rápido e fácil
A arte da preguiça está em fazer menos e melhor
“Imagine-se gestor de uma equipe em uma empresa de telemarketing. Ou em um supermercado, não importa. A questão é que você tem a missão de escolher qual dos funcionários vai executar a tarefa mais difícil do planejamento do mês. Vamos começar eliminando os menos capazes. Quem seria o primeiro profissional a ter seu nome riscado da lista? Se você pensou no preguiçoso, perdeu a chance de encontrar um jeito mais fácil de executar tal missão.
Assim pensava Walter Chrysler, fundador da fabricante de automóveis americana que leva seu sobrenome. "Sempre que há um trabalho difícil para ser feito, eu o atribuo a um homem preguiçoso; ele certamente achará um jeito mais fácil de fazê-lo." A citação atribuída a Chrysler está no livro The Lazy Project Manager (O Gestor de Projetos Preguiçoso, sem edição em português), do britânico Peter Taylor, que aposta na capacidade de aplicar a lei do menor esforço do profissional preguiçoso.
Já na abertura da obra, o autor faz questão de deixar claro que a preguiça produtiva à qual ele se refere não é sinônimo de ficar sem fazer nada ou se sentar à volta de uma mesa para saborear um café, enquanto se esgotam os prazos das suas tarefas. Apesar do título do livro sugerir um guia para os malandros no trabalho, o propósito é ensinar as pessoas a focar no que importa, fazer mais com menos esforço. Para isso, ele se vale de raciocínios e histórias reais – e até de uma animação da Disney. Ok, ele tem seus créditos – Taylor já trabalhou na IBM e na Siemens, como gestor de projetos, e está na área há 26 anos. ‘No final de um grande projeto, que durou três anos, percebi que a forma com que isso tinha consumido finais de semana e noites e o estresse que tinha me dado eram insustentáveis’, afirma. A partir daí, Taylor começou a tentar reduzir os níveis de esforço no trabalho.
No livro, o autor explica que a ciência do que ele chama de a arte da preguiça está fundamentada no Princípio de Pareto (ou a Regra dos 80 por 20), segundo o qual 80% das consequências resultam de 20% das causas. E isso pode ser aplicado a diversas situações. De acordo com essa regra, você usaria 20% das suas roupas preferidas em 80% do seu tempo – aquele monte de peças esquecidas no fundo do armário confirma a tese, certo? Ou ainda: 20% dos clientes de um estabelecimento podem ser responsáveis por 80% do montante das vendas – e isso pode ser útil na tomada de decisões futuras, diz Taylor.
O princípio foi sugerido pelo consultor de negócios Joseph M. Juran e levou o nome do economista italiano Vilfredo Pareto após ele ter observado que 80% da propriedade na Itália estava nas mãos de 20% da população. Isso quer dizer que a maioria dos resultados, de qualquer natureza, seria determinada por um pequeno número de causas. Taylor sugere que os indivíduos identifiquem esses 20% e não percam tempo com o restante. Focar no que realmente importa, como dizem os livros de autoajuda, parece fazer mesmo sentido.”
O princípio foi sugerido pelo consultor de negócios Joseph M. Juran e levou o nome do economista italiano Vilfredo Pareto após ele ter observado que 80% da propriedade na Itália estava nas mãos de 20% da população. Isso quer dizer que a maioria dos resultados, de qualquer natureza, seria determinada por um pequeno número de causas. Taylor sugere que os indivíduos identifiquem esses 20% e não percam tempo com o restante. Focar no que realmente importa, como dizem os livros de autoajuda, parece fazer mesmo sentido.”
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A arte da preguiça está em fazer menos e melhor diz Peter Taylor, mas, infelizmente, no teatro corporativo a arte apreciada é outra. Qual é ela? É a definida pela seguinte paráfrase: A arte da dedicação está em fazer mais e pior. Portanto, dando continuidade ao programa de desfazimento de equívocos causados e mantidos pelo bom senso, este blog apresentará na próxima postagem o seguinte tema: "Não é dedicação, é ineficiência".
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Segundo o texto, o livro de Peter Taylor não possui edição em português, mas existe um intitulado Contrate Preguiçosos, de Eduardo Cupaiolo que vale a pena ler.

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