quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Cinema é a maior diversão, mas pode ser convite à reflexão

A postagem anterior (Viver) demonstra que além de diversão o cinema pode proporcionar reflexões que possibilitem encontrar uma melhor maneira de viver. Existem inúmeros filmes que oferecem mensagens e lições capazes de modificar a consciência de quem os assiste. Há, inclusive, livros que através da interpretação de filmes sugerem ensinamentos aplicáveis a determinados segmentos da sociedade e do conhecimento. Leve seu gerente ao cinema, A escola vai ao cinema, Cinematerapia para alma, Filmes para ver e aprender, A força está com você e A diversidade cultural vai ao cinema são alguns desses livros.

Em 2009, foi publicado no Brasil um livro intitulado Clube do filme, de David Gilmour. Ele é inspirado em uma experiência vivida pelo autor e seu filho, e focaliza o relacionamento entre eles a partir do momento em que, diante da decisão do filho de parar de estudar, ele resolve educá-lo em casa. Crítico de cinema e escritor premiado, Gilmour adota um método inusitado: toda semana os dois assistiriam juntos a três filmes escolhidos por ele e discutiriam todos os aspectos das obras escolhidas. O livro possibilita enxergar outros métodos para melhorar o relacionamento entre pais e filhos. Nas palavras de Gilmour: "É um exemplo do que o cinema é capaz, de como os filmes podem vencer suas defesas e realmente atingir seu coração."

Sendo mais fácil enxergar nos outros determinadas características que nós também possuímos, mas não reconhecemos, ao exibir cenas mostrando “outras pessoas” fazendo coisas que temos dificuldade em admitir que nós também fazemos, os filmes vencem nossas defesas, atingem nosso coração e geram o estado de espírito que propicie a correção de nossos equívocos. A interpretação das histórias e das mensagens passadas por determinados filmes abre possibilidades de as pessoas modificarem sua consciência e contribuírem para mudar a consciência do planeta.

Falar em possibilidades me fez lembrar de uma reportagem publicada na edição de julho/agosto de 2010 da revista Serafina - uma publicação do jornal Folha de São Paulo -, na qual M. Night Shyamalan, o cineasta autor do filme/fenômeno O Sexto Sentido, diz o seguinte:
“O interessante dessa profissão é abrir a possibilidade de as pessoas interpretarem as histórias. Acho que é um tema comum nos meus filmes, outras possibilidades”.
Segundo a reportagem, “possibilidade” é uma das palavras preferidas do cineasta. E também uma das minhas. A Física Quântica diz que não existem certezas, mas apenas ondas de possibilidades. Creio que com exceção da possibilidade de escapar do que é denominado morte, qualquer outra pode ser transformada em realidade. Portanto, a tarefa de cada um de nós é concretizar possibilidades de realizar algo útil para o bem comum.
“Gosto de imaginar que meus filmes são feitos para o público pensar, e 3D é feito para dar tudo de graça, para o espectador ver como vê TV, passivamente”.
As palavras acima de M. Night Shyamalan; as seguintes são minhas. “Gosto de imaginar que meus posts são feitos para o público pensar”. Em minha opinião, efeitos especiais são aqueles cujo efeito seja a transformação de pessoas comuns em seres humanos especiais. Infelizmente, atrair pessoas para o cinema apelando para o que hoje é chamado de efeitos especiais produz efeito, exatamente, contrário.

Lembrando que, tanto para o cineasta M. Night Shyamalan quanto para mim, possibilidade é uma das palavras preferidas, é grande a possibilidade deste blog publicar posts focalizando filmes cujas histórias e mensagens merecem reflexões. Sim, cinema é a maior diversão, mas também pode ser convite à reflexão.

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