sábado, 2 de agosto de 2025

Reflexões provocadas por "Por que mulheres nos assustam?"

Associar o que se esteja lendo ou ouvindo a algo que se tenha lido ou ouvido, eis o que considero a melhor maneira de entender, de enxergar como verdadeiras e de conseguir fixar as ideias que nos são apresentadas ao longo desse percurso que a gente chama de vida. Sendo assim, segue um trecho extraído do primeiro parágrafo do instigante livro de Roberto Cooper, reproduzido na postagem anterior.
"Uma sociedade saudável, essa que aparentemente todos nós desejamos, não acontece por um pensamento mágico: é construída a partir de indivíduos que se comprometam com determinados valores como os que acabei de citar.". E quais são os valores que ele acabara de citar? "A capacidade de se relacionar, interagir, respeitar diferenças, defender a liberdade e a dignidade humana."
Um trecho que lido, imediatamente, levou-me associá-lo a um trecho de um livro já citado em outras postagens. Extraído do livro “MAGIA & GESTÃO”, de Geraldo R. Caravantes e Wesley E. Bjur, publicado em 1997, ele é reproduzido a seguir.
"A boa sociedade não é uma dádiva, mas trata-se de um processo de construção coletivo, em que as boas organizações (lembre-se de que vivemos em uma sociedade organizacional) serão seus esteios. Por outro lado, entendem os autores que estas ficções legais, que chamamos organizações, são decorrência, por sua vez, de indivíduos que nelas atuam."
Para quem (no seu perfil em seu blog) diz ser alguém que acredita que a qualidade de uma sociedade é resultado das ações de todos os seus componentes, associar a ideia que "uma sociedade saudável não acontece por um pensamento mágico: que ela é construída a partir de indivíduos que se comprometam com determinados valores"; com a ideia que "A boa sociedade não é uma dádiva, mas sim um processo de construção coletiva realizada por indivíduos que nelas atuam", é algo natural.
"Vamos começar pelo começo. O começo é a gravidez. É onde tudo e todos nós começamos. Quem tem essa capacidade, competência e sabedoria é a mulher. A força de levar a vida adiante. Temos nossa contribuição, é óbvio. Mas, uma vez que a vida se instalou, só a mulher tem a capacidade de levá-la adiante, até o momento em que essa criança esteja pronta a nos ser apresentada."
O parágrafo acima apresenta mais uma ideia extraída do magnífico texto de Roberto Cooper que, imediatamente, associei a outra ideia. Interessante é que tal associação foi feita, não a partir de alguma ideia que eu tenha lido ou ouvido, e sim por uma por mim desenvolvida. Desenvolvida a partir de 2009, na mensagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher, enviada às mulheres que faziam parte da minha lista de e-mails, pois naquela época este blog não existia. Ele foi criado em 2011, ano em que mais uma vez tal ideia foi citada na postagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher. A partir de que ela foi desenvolvida? De uma paráfrase elaborada a partir da seguinte afirmação de Antoine de Saint-Exupéry, autor do "Pequeno Príncipe": "Todas as pessoas grandes foram um dia crianças. Pena que sejam poucas as que se lembram disso". Qual é a paráfrase? "Todos os homens grandes foram um dia hóspedes do ventre de uma mulher. Pena que sejam poucos os que se lembram disso".
Considerando que o ventre da mulher é a porta de entrada nesta dimensão, parece-me óbvio que a chegada de todos, e quaisquer, indivíduos (obviamente aí incluídos os homens) a esta dimensão, em última análise, dependerá sempre do consentimento de uma mulher. Você concorda que essa ideia tem tudo a ver com o que diz Roberto Cooper: "Uma vez que a vida se instalou, só a mulher tem a capacidade de levá-la adiante, até o momento em que essa criança esteja pronta a nos ser apresentada."?
Prosseguindo com a associação de ideias, segue mais um trecho do livro de Roberto Cooper:
"Ou então abrir mão desse lugar tão árido onde nos colocamos e passar a olhar a mulher com a admiração, o respeito e a consideração que ela, legitimamente, merece. Não é um favor ou concessão que faremos. É o reconhecimento pleno dessa beleza diferente da nossa (sim, temos a nossa!) e que não precisamos sufocar, excluir porque não é uma ameaça, mas uma solução para a vida."
E ao dizer, aos homens, que "... não precisamos sufocar, excluir porque não é uma ameaça, não é um favor ou concessão que faremos, mas uma solução para a vida.", Roberto Cooper leva-me a trazer para estas reflexões uma afirmação de D.H. Lawrence já usada em inúmeras postagens alusivas ao Dia Internacional da Mulher: "O futuro da humanidade não será decidido pelas relações entre nações, mas pelas relações entre homens e mulheres."
Você concorda que "a solução para a vida" a que se refere Roberto Cooper tem tudo a ver com "o futuro da humanidade" a que se refere D.H. Lawrence? Você concorda que, assim como a obtenção de êxito ao percorrer a Marquês de Sapucaí jamais prescindirá do estabelecimento de harmonia entre os vários tipos de componentes de uma escola de samba, o êxito ao percorrer o que a gente chama de vida jamais prescindirá do estabelecimento de harmonia entre os dois tipos básicos de componentes desse outro tipo de escola: homens e mulheres. Meninos e meninas.
E após referir-me a meninos, a meninas e à chance de uma vida harmoniosa, encerro esta postagem reproduzindo o parágrafo final do magnífico texto do pediatra.
"E o pediatra? O pediatra dirá que, para termos uma sociedade saudável, é preciso cuidar para que nossos meninos não herdem o que herdamos (nem nossas meninas). É preciso construir uma imagem da mulher que seja mais real e verdadeira do que essa que nos assusta e nos faz dizer e agir de forma bárbara. É preciso que libertemos nossos filhos e filhas de paradigmas falsos, dando-lhes a chance de uma vida mais harmoniosa e amorosa. Uma vida que as mulheres sabem nos ensinar. Basta querer aprender."
"Construir uma imagem da mulher que seja mais real e verdadeira. Libertar nossos filhos e filhas de paradigmas falsos, dando-lhes a chance de uma vida mais harmoniosa. Uma vida que as mulheres sabem nos ensinar. Basta querer aprender."

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