Associar o que se esteja lendo ou
ouvindo a algo que se tenha lido ou ouvido, eis o que considero a melhor
maneira de entender, de enxergar como verdadeiras e de conseguir fixar as ideias
que nos são apresentadas ao longo desse percurso que a gente chama de vida.
Sendo assim, segue um trecho extraído do primeiro parágrafo do instigante livro
de Roberto Cooper, reproduzido na postagem anterior.
"Uma sociedade saudável, essa que aparentemente todos nós desejamos, não acontece por um pensamento mágico: é construída a partir de indivíduos que se comprometam com determinados valores como os que acabei de citar.". E quais são os valores que ele acabara de citar? "A capacidade de se relacionar, interagir, respeitar diferenças, defender a liberdade e a dignidade humana."
Um trecho
que lido, imediatamente, levou-me associá-lo a um trecho de um livro já citado
em outras postagens. Extraído do livro “MAGIA &
GESTÃO”, de Geraldo R. Caravantes e Wesley E. Bjur, publicado em 1997, ele é
reproduzido a seguir.
"A boa sociedade não é uma dádiva, mas trata-se de um processo de construção coletivo, em que as boas organizações (lembre-se de que vivemos em uma sociedade organizacional) serão seus esteios. Por outro lado, entendem os autores que estas ficções legais, que chamamos organizações, são decorrência, por sua vez, de indivíduos que nelas atuam."
Para quem (no seu perfil em seu blog) diz ser alguém que acredita que a qualidade de uma
sociedade é resultado das ações de todos os seus componentes, associar a
ideia que "uma sociedade saudável não acontece por um pensamento
mágico: que ela é construída a partir de indivíduos que se comprometam com
determinados valores"; com a ideia que "A boa
sociedade não é uma dádiva, mas sim um
processo de construção coletiva realizada por indivíduos que nelas atuam", é algo natural.
"Vamos começar pelo começo. O começo é a gravidez. É onde tudo e todos nós começamos. Quem tem essa capacidade, competência e sabedoria é a mulher. A força de levar a vida adiante. Temos nossa contribuição, é óbvio. Mas, uma vez que a vida se instalou, só a mulher tem a capacidade de levá-la adiante, até o momento em que essa criança esteja pronta a nos ser apresentada."
O parágrafo acima apresenta mais
uma ideia extraída do magnífico texto de Roberto Cooper que, imediatamente, associei
a outra ideia. Interessante é que tal associação foi feita, não a partir de alguma
ideia que eu tenha lido ou ouvido, e sim por uma por mim desenvolvida. Desenvolvida
a partir de 2009, na mensagem alusiva ao Dia
Internacional da Mulher, enviada às mulheres que faziam parte da minha
lista de e-mails, pois naquela época este blog não existia. Ele foi criado em
2011, ano em que mais uma vez tal ideia foi citada na postagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher. A partir de
que ela foi desenvolvida? De uma paráfrase elaborada a partir da seguinte
afirmação de Antoine de Saint-Exupéry, autor do "Pequeno Príncipe":
"Todas as pessoas grandes foram um dia crianças.
Pena que sejam poucas as que se lembram disso". Qual é a paráfrase?
"Todos os homens grandes foram um dia hóspedes do
ventre de uma mulher. Pena que sejam poucos os que se
lembram disso".
Considerando
que o ventre da mulher é a porta de entrada nesta dimensão, parece-me óbvio que
a chegada de todos, e quaisquer, indivíduos (obviamente aí incluídos os
homens) a esta dimensão, em última análise, dependerá sempre do consentimento
de uma mulher. Você concorda que essa ideia tem tudo a ver com o que diz
Roberto Cooper: "Uma vez que a vida se instalou, só a mulher tem a
capacidade de levá-la adiante, até o momento em que essa criança esteja pronta
a nos ser apresentada."?
Prosseguindo
com a associação de ideias, segue mais um trecho do livro de Roberto Cooper:
"Ou então abrir mão desse lugar tão árido onde nos colocamos e passar a olhar a mulher com a admiração, o respeito e a consideração que ela, legitimamente, merece. Não é um favor ou concessão que faremos. É o reconhecimento pleno dessa beleza diferente da nossa (sim, temos a nossa!) e que não precisamos sufocar, excluir porque não é uma ameaça, mas uma solução para a vida."
E ao dizer, aos homens, que "...
não precisamos sufocar, excluir porque não é uma ameaça, não é um favor ou
concessão que faremos, mas uma solução para a vida.", Roberto Cooper
leva-me a trazer para estas reflexões uma afirmação de D.H. Lawrence já usada
em inúmeras postagens alusivas ao Dia
Internacional da Mulher: "O futuro da humanidade não será decidido
pelas relações entre nações, mas pelas relações entre homens e mulheres."
Você concorda que "a solução
para a vida" a que se refere Roberto Cooper tem tudo a ver com "o
futuro da humanidade" a que se refere D.H. Lawrence? Você concorda que,
assim como a obtenção de êxito ao percorrer a Marquês de Sapucaí jamais prescindirá
do estabelecimento de harmonia entre os vários tipos de componentes de uma escola
de samba, o êxito ao percorrer o que a gente chama de vida jamais prescindirá do
estabelecimento de harmonia entre os dois tipos básicos de componentes desse
outro tipo de escola: homens e mulheres. Meninos e meninas.
E após referir-me a meninos, a meninas
e à chance de uma vida harmoniosa, encerro esta postagem reproduzindo o
parágrafo final do magnífico texto do pediatra.
"E o pediatra? O pediatra dirá que, para termos uma sociedade saudável, é preciso cuidar para que nossos meninos não herdem o que herdamos (nem nossas meninas). É preciso construir uma imagem da mulher que seja mais real e verdadeira do que essa que nos assusta e nos faz dizer e agir de forma bárbara. É preciso que libertemos nossos filhos e filhas de paradigmas falsos, dando-lhes a chance de uma vida mais harmoniosa e amorosa. Uma vida que as mulheres sabem nos ensinar. Basta querer aprender."
"Construir
uma imagem da mulher que seja mais real e verdadeira. Libertar nossos filhos e
filhas de paradigmas falsos, dando-lhes a chance de uma vida mais harmoniosa. Uma
vida que as mulheres sabem nos ensinar. Basta querer aprender."
Nenhum comentário:
Postar um comentário