Na frenética corrida em que foi transformada essa coisa chamada vida, chegamos a mais um dia 8 de março. Dia em que as mulheres comemoram suas conquistas por igualdades de direitos e de oportunidades, e os homens (os que tiverem grau de inteligência suficiente) as parabenizam por tais conquistas. Falando em oportunidades e direitos, creio que um mínimo de inteligência deveria ser suficiente para possibilitar aos homens entender que foi a permanência por nove meses no ventre de uma mulher que deu a eles a oportunidade e o direito de nascer neste planeta. Portanto, faz sentido negar às mulheres as igualdades (de direitos e de oportunidades) que elas reivindicam? Creio que não, mas como esse ingrato gênero sempre lhes negou tais igualdades elas resolveram ir à luta. E ao ir à luta passaram a conseguir coisas antes alcançáveis apenas pelos homens. Mas, infelizmente, a maneira como as coisas são conseguidas, algumas vezes, traz inconvenientes.
A obtenção de algo através de luta, muitas vezes, leva um dos lutadores a agir da mesma forma que o outro, o que pode acabar por torná-lo muito parecido com aquele que enfrenta. No meu entender, tal coisa aconteceu no processo de libertação feminina. Alcançar algo através de luta significa pensar em termos de superioridade e inferioridade. Significa mostrar ao outro que é melhor, e isto costuma gerar um clima de rivalidade. E rivalidade é tudo o que não deve existir nas relações entre homens e mulheres, pois impede, exatamente, algo imprescindível para um relacionamento sadio entre seres complementares: a cooperação.
Se na geração de um novo ser - homem ou mulher - é necessária a participação dos dois sexos, parece-me óbvio que homens e mulheres não podem viver uns sem os outros. Portanto, creio que seja imprescindível ir além do modo como as mulheres demonstraram ser tão capazes quanto os homens - a luta - e, pacificamente, ambos chegarem a conclusão que uma sociedade saudável jamais conseguirá sustentar-se em apenas um pilar. Uma sociedade saudável jamais se sustentará em homens ou mulheres, e sim em homens e mulheres.
Mas, se conforme dito acima, o modo como as mulheres obtiveram suas conquistas apresenta um inconveniente, creio que seja indiscutível que o que elas fizeram possibilitou a chegada ao estágio atual no qual os homens já as respeitam (não tanto quanto deveriam) e já lhes concedem um esboço de igualdade de direitos e de oportunidades. Portanto, acredito que elas sejam inteiramente merecedoras de todas as homenagens que lhes sejam feitas no dia de hoje.
Por concordar com D. H. Lawrence quando diz que "o futuro da humanidade não será decidido pelas relações entre nações, mas pelas relações entre homens e mulheres", redigi um texto dirigido a ambos os sexos, mas com finalidades distintas, conforme quem o leia. Para as mulheres ele pretende ser uma merecida homenagem pelo dia de hoje. Para os homens ele pretende ser uma provocação para refletir sobre a maneira como eles tratam as mulheres. Há uma frase de Jack London, um escritor norte-americano (1876-1916) que diz que "o homem distingue-se dos outros animais por ser o único que maltrata a sua fêmea". Para ambos ele pretende servir de estímulo a cooperação entre homens e mulheres para que juntos construam um mundo melhor. Um mundo onde homens e mulheres enxerguem-se como gêneros complementares e não como sexos opostos e, enxergando-se assim, consigam, finalmente, viver em harmonia. Afinal, harmonia é algo imprescindível não só para o sucesso em desfiles de escolas de samba como também para o êxito na passagem por esta vida.
Parabéns pra vocês, e que tenham um ótimo dia!
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