Após um longo período sem postagens, eis que surge uma com um título   longo e estranho! Mas que será devidamente explicado. Vocês já tiveram a  oportunidade de ao comprar uma revista poder escolher  entre duas ou três capas? Pois é! Esta postagem  pega carona nessa ideia  e oferece a possibilidade de escolha  entre dois títulos, pois, no meu  entender, ambos têm tudo a ver com ela. Imagino  que, à primeira vista,  alguns achem estranha esta afirmação, mas creio  que a estranheza  desaparecerá à medida que o texto for sendo lido. A  primeira frase  do título é de Friedrich Nietzsche e a segunda é de Peter M. Senge.
Embora  tenha sido dita em outro contexto, entendo que a frase de Nietzsche  cabe, perfeitamente, na proposta desta postagem. Creio que tal frase  pode ser "dita" por todo e qualquer problema que se tenha que enfrentar,  independentemente de sua natureza, pois, se não conseguirmos "matá-lo",  ele se fortalece e se torna cada vez mais difícil de solucionar. A  frase de Peter Senge afirma que as "soluções" originam novos problemas. Ou seja,  vivemos imersos em problemas. Mas por que isto acontece? Porque, embora a  espécie humana seja inteligente para muitas coisas, para outras ela é bastante  estúpida. E entre estas está a maneira como lida com os  problemas que a afligem. Em vez de buscar soluções que os eliminem ela  prefere usar paliativos e imaginar que os solucionou. Vá ter imaginação  assim vocês sabem onde!
Infelizmente,  a maioria (sempre ela!) discorda da seguinte opinião de Winston  Churchill: "É inútil dizer: 'Estamos fazendo o possível'. É preciso  fazer o que é necessário." O que é fazer o possível? É satisfazer-se com  algo que alivia momentaneamente a situação, mas que não  soluciona o problema. O que é fazer o necessário? É empenhar-se com  afinco para, efetivamente, solucionar o problema. Lamentavelmente, o que  mais se vê nesta vida são pessoas que se satisfazem com pseudosoluções.  Quem atua ou atuou no mundo corporativo, e que seja adepto da  opinião de Churchill, irrita-se, facilmente, com a quantidade de "soluções" que são aplicadas em tal mundo. Uma das chefes que tive, tinha o seguinte "mantra": "O ótimo é inimigo  do bom". 
O que ela queria passar aos subordinados com tal "mantra"? Que a busca do ótimo impede de alcançar o bom. Mas o que significa o ótimo? A solução definitiva. Aliás, solução definitiva é redundância, pois se for solução é definitiva. E o que significa o bom? Uma solução temporária. E, em conformidade com a afirmação anterior, se for temporária não é solução; é apenas um paliativo. Solução temporária é aquela "coisa" que ao não "matar" o problema o torna mais forte. É aquilo que aplicado ontem originou os problemas de hoje. Infelizmente, tal "mantra" faz grande sucesso não apenas no mundo corporativo, mas também na vida, de modo geral. Portanto, o  que   não faltam são demonstrações da validade do título desta postagem, mas, para não torná-la mais longa, darei apenas um exemplo: a maneira como esta sociedade atua no combate à insegurança em que está imersa.
Vocês já perceberam que quanto   mais se investe em segurança, mais inseguro fica o  mundo  em que vivemos. Por quê? Porque aquilo que não se "mata" torna-se mais  forte.  E ao dizer aquilo que não se mata a referência não é aos bandidos e sim as condições que propiciem o seu surgimento. Em fevereiro de 1942, Alberto Pasqualini, que foi senador da República e que dá nome a uma refinaria da Petrobras, disse: "O analfabetismo, a falta de ocupação, a vida difícil e a miséria poderão criar uma grave situação de insegurança que evoluiria para uma criminalidade irreprimível". Passados setenta anos, os fatores apontados por Pasqualini não foram eliminados, tornaram-se mais fortes e a fatídica previsão está cada vez mais presente nesta sociedade habituada a gerar com as "soluções" de ontem os problemas de hoje. 
Ainda com relação à insegurança reinante nesta sociedade, faço uma interessante paráfrase a partir de uma conhecida frase: "Cidade limpa não é a que mais se varre; é a que  menos se  suja". Mutatis mutandis, "Cidade segura  não é aquela na qual mais se  prende; é aquela na qual menos se  delinque".  Ou seja, a solução para a insegurança é "matar" as condições que propiciem o surgimento da delinquência, e não os delinquentes.
Como afirmei acima, a questão da insegurança é apenas um exemplo da validade da aplicação do título desta postagem, mas ele se presta a inúmeras outras aplicações. A maneira como lidamos com a saúde, a educação, os relacionamentos etc. Enfim, o modo como lidamos com quase tudo na vida. Enquanto não buscarmos verdadeiras soluções para conviver harmoniosamente com os demais seres deste planeta, as desavenças continuarão se fortalecendo e jamais serão eliminadas.
 
 Agora que terminou o Carnaval, um novo ano inicia-se neste País. Então, que tal começá-lo adotando uma nova maneira de pensar? Albert Einstein diz que "não podemos resolver  nossos problemas usando o mesmo tipo de pensamento que os criou".  Portanto, é imprescindível uma nova maneira de pensar. É preciso  entender que uma nova maneira de pensar não é pensar coisas novas: é  pensar de outra maneira. E pensar de outra maneira passa pela aceitação das duas afirmações que compõem o estranho título desta postagem. Título que eu afirmei que deixaria de ser estranho à medida que a postagem fosse sendo lida. E aí, ele ainda parece estranho? Espero que não!
 
Um comentário:
Muito bom!
Postar um comentário