E também está associado à Brexit, porque muitos dos votos para a saída vieram da primeira facção do precariado. Estamos vendo a política do precariado se desenvolver enquanto as estruturas políticas não estão em sintonia com a realidade do precariado.
"A ascensão nos Estados Unidos de demagogos como Donald Trump e a Brexit (a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia) chamaram a atenção para o trabalho do economista britânico Guy Standing, sobre uma nova classe social que está por trás da explosão de raiva dos eleitores do mundo ocidental desenvolvido. Professor da Universidade de Londres, Standing estuda desde a década de 1980 o precariado, como foi batizada a crescente massa de pessoas que vivem em permanente insegurança em relação a seus empregos, rendas, vida.".O tempo lhe deu razão – e Standing passou a ser convidado para eventos ultrasseletos como a Conferência de Bilderberg (depois de Davos, o mais importante fórum econômico internacional), realizada em junho na Alemanha.
Os dois parágrafos anteriores foram extraídos do trecho que antecede as perguntas de uma entrevista intitulada "Estamos perto de ter gente como Trump no poder", concedida há 8 anos e 3,5 meses. O tempo passou, "estar perto de ter gente como Trump no poder" a cada dia se acentuou, e, apenas 5 meses após a publicação de tal entrevista, no poder Trump se instalou.
O tempo continuou passando, afinal, como já cantava Cazuza, "O tempo não para", e coisas lamentáveis continuaram ocorrendo; algumas lá, outras cá. Cá, a ascensão de um fã de Trump que culminou em sua eleição para a presidência deste país. Lá, o retorno de Trump à presidência, provocando o eriçamento da legião de fãs que ele tem cá. Retorno que espero que consiga cá provocar algo citado no terceiro parágrafo acima: "Chamar a atenção para o trabalho do economista britânico Guy Standing, sobre uma nova classe social que está por trás da explosão de raiva dos eleitores do mundo ocidental desenvolvido."